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A Galeria de Arte do Centro Cultural Sesiminas apresenta, a partir da próxima quarta-feira, 21 de setembro, a exposição “Radical –terra”, da artista Juliana Gontijo. São cerca de 20 obras inéditas, que mostram, com desenhos, fotografias, textos, pinturas e vídeo, o interesse da artista pela terra e pela associação entre palavra e imagem. Com entrada gratuita e classificação livre, a mostra fica aberta, para visitação, até o dia 16 de outubro, sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 18h.

A exposição surge a partir da concepção de “local-local/local-global”, vídeo em que a artista lê uma adaptação de um fragmento do livro A natureza do Espaço, escrito pelo geógrafo brasileiro Milton Santos. O texto aborda as dimensões local e global e põe o indivíduo em um lugar em que ele mesmo redescobre sua corporeidade. Dessa abordagem, Juliana Gontijo mostra que, mesmo possuindo pensamentos e ferramentas de acesso à Terra, o indivíduo, ainda assim, existe em um corpo limitado ao tempo e ao espaço.

Por meio do vídeo, ficam claros outros aspectos da exposição. A alternância entre presença e ausência, de imagem e de sentido, se mostram como um dos materiais de produção da mostra. Nesse sentido, as obras revelam um drama e uma tensão, ao mesmo tempo em que não se fecham em interpretações únicas e revelam camadas diferentes de entendimento.

Em suas obras, a artista também explora a “terra” enquanto palavra. “Alguns verbos possuem a raiz ‘-terra’, trazendo consigo outros morfemas, como aterrar, desterrar e enterrar. Na exposição, abordo, de alguma maneira, esse radical e as interpretações dessas possíveis aglutinações ao radical. São dicas poéticas”, explica Juliana.

“Radical -terra” é o resultado de uma pesquisa que Juliana Gontijo vem desenvolvendo desde sua formação como artista, mas que, agora, toma uma forma diferente. “Todos os meus trabalhos estão relacionados, de alguma forma, à paisagem, mas este traz um conceito mais crítico. Minha intenção é provocar o interlocutor”, completa.

Juliana Gontijo

Formada em artes visuais pela UFMG, Juliana Gontijo trabalha, desde 2010, como produtora cultural e artista. Seu trabalho revela o interesse nos diálogos entre arte, literatura e territorialidade, para, por meio deles, abordar as experiências corporais de seres e coisas. A artista participou do Coletivo de Experiências em Residências e Colaborações Artísticas (CERCA), iniciativa de artistas e produtores de Minas Gerais que realizam eventos para formação e troca de experiências, e realizou residências artísticas em cidades do interior mineiro, como Cordisburgo, Congonhas e São João Del-Rei. Sua primeiraexposição individual foi realizada em 2012, na Galeria BDMG Cultural, intitulada "Ser rio, ser adro, ser planta". Além disso, já realizou diversas exposiçõescoletivas.

Foto: Divulgação