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Especialistas discutem no Espaço do Conhecimento UFMG as implicações do Programa Mais Médicos

A convocação de médicas e médicos estrangeiros para atuar na atenção saúde básica do país através do programa Mais Médicos tem dividido a opinião da população brasileira. Apesar dos evidentes problemas do setor, a busca de soluções está longe de se tornar consensual, até mesmo entre especialistas da área. Para discutir o tema, o Café Controverso “Mais ou menos Médicos?” vai reunir no próximo sábado o médico anestesista, ex-presidente e atual ouvidor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristiano Matta Machado, e a professora de Política e Planejamento em Saúde do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, Eli Iola Andrade. Para Cristiano, atrair mais profissionais de medicina para o país não é uma medida capaz de trazer soluções duradouras para a área. ”Reconheço a necessidade de termos mais médicos, mas vejo que o programa elaborou isso de maneira, no mínimo, atabalhoada.” Segundo o anestesista, o programa foi planejado como se a eficácia do sistema dependesse exclusivamente dos médicos: “Para fixar esses médicos seria preciso abrir concurso público, definir uma carreira que permita uma progressão ao longo dos anos. A questão não é só ter médicos ou bons equipamentos, mas ter para onde encaminhar os pacientes, internar, ter acesso a exames, ter a quem pedir orientação sobre os casos e boas condições salariais”, afirma. Já a professora Eli Iola entende que o programa não é capaz de resolver totalmente o problema, mas é muito oportuno para atrair mudanças positivas no setor: “levar médicos para as áreas de difícil fixação vai desencadear outras demandas, tanto de infraestrutura quanto de profissionais de atenção básica.” Eli reconhece a necessidade de outras medidas estruturantes da área, mas acredita que a vinda dos médicos pode ser um primeiro passo essencial. “Estetoscópio não pede médico, mas médico pede estetoscópio. Com os médicos nas áreas carentes, cabe também à população pressionar da forma que puder para garantir as demais melhorias”, pondera a professora. Os Cafés do Espaço Com o intuito de gerar um ambiente de encontro e intercâmbio de informações, o Espaço do Conhecimento UFMG promove atividades aos sábados em seu café, sempre no final da manhã, às 11 horas. O Café Controverso tem a participação de dois convidados com pontos de vista distintos sobre a temática discutida. Já o Café com Conhecimento é a oportunidade de conhecer e conversar mais sobre um determinado assunto, a partir da contribuição de uma pessoa especializada na questão. Em ambos, o público tem um papel fundamental para a dinâmica das discussões, uma vez que não atua somente como ouvinte, mas como participante ativo. O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos tecnológicos e lúdicos. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM, a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG e com o patrocínio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG.

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