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Álvaro Gentil, Leida Reis e Mônica Cerqueira conversam sobre literatura nas Terças Poéticas
Mais que uma leitura de poemas, nesta edição o projeto pretende propor um bate-papo sobre o mercado editorial dentro da visão de cada profissional – um livreiro e editor, uma escritora e jornalista e uma gestora de ações culturais; o evento acontece no di
Promover um diálogo sobre o universo da literatura e traçar um panorama do mercado editorial. Este é o objetivo da próxima edição das Terças Poéticas que acontece no dia 23 de setembro, a partir das 19 horas, na Casa Una de Cultura (Rua Aimorés, 1451, Lourdes). Neste encontro, a programação vai além da leitura de poemas, segundo o idealizador e curador do projeto, Wilmar Silva de Andrade. Além de mercado, a ênfase será dada a uma conversa aberta com os convidados a respeito do livro como objeto de leitura e reflexão, a literatura no jornalismo, a formação de público nos espaços culturais e diversos outros assuntos.
Para abordar as temáticas propostas, Andrade convidou profissionais de áreas distintas como a jornalista e escritora Leida Reis; o livreiro e editor, Álvaro Gentil e a gestora de ações culturais do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, Mônica Cerqueira. Como tradição da Casa Una, o evento é gratuito, sujeito a lotação do espaço. Mais informações pelo telefone: 31|3235-7314 oucontato@casauna.com.br.
Mineiro de Ituiutaba, Álvaro Gentil possui uma grande vivência no mercado editorial. Ex-estudante de agronomia ele conta que o interesse pela literatura surgiu acidentalmente e hoje já são 20 anos de livraria e oito à frente da editora Asa de Papel (uma homenagem ao livro homônimo do multiartista Marcelo Xavier). De acordo com ele, a Asa de Papel iniciou no mercado apostando em livros de ficção, mas hoje engloba todos os segmentos, romance, poesia, livros de arte e literatura em geral. Ao longo de sua trajetória já foram lançados cerca de 50 títulos.
Para sua apresentação nas Terças Poéticas, Álvaro Gentil pretende explorar o cenário das pequenas livrarias em Belo Horizonte. “Vou falar do mercado editorial como um todo, mas, sobretudo, voltado para nossa realidade. Com toda minha experiência posso dizer que um dos grandes desafios enfrentados hoje pelas editoras, seja pelos altos custos de produção e pela questão da distribuição, é dar espaço, ao mesmo tempo, para grandes escritores e autores desconhecidos”, analisa.
Do ponto de vista jornalístico o bate-papo nas Terças Poéticas ficará a cargo da escritora e jornalista Leida Reis. Mineira de Patrocínio e com mais de 20 anos de profissão, Leida acumula várias indicações para prêmios e é apaixonada pela literatura. Seu primeiro trabalho, um livro de contos, foi “The cães amarelos”, publicado em 1991. Em 2010, escreveu seu primeiro romance “A invenção do crime”. Seu último livro foi “Quando os bandidos ouvem Villa-Lobos”, lançado em 2012, pela Manduruvá Edições Especiais. Nesta obra, a autora extrapola a chancela do policial e aborda temas filosóficos e psicológicos, além de prestar uma homenagem à música e especialmente ao maestro Villa-Lobos.
Um panorama sobre as artes
Assim como a literatura, as Terças Poéticas também abrirá espaço para uma discussão sobre as artes, tendo como perspectiva os diversos espaços culturais existentes em Belo Horizonte. Para conduzir a conversa o projeto contará com a participação da gestora de ações culturais do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, Mônica Cerqueira.
A convidada faz questão de destacar também que no âmbito da literatura vai falar de seu envolvimento na criação de dois projetos regulares que têm a poesia como conteúdo principal. Um deles é o próprio Terças Poéticas, programa criado por Mônica durante sua gestão como diretora de programação do Palácio das Artes. O outro trata-se do Café com Poesias, que acontece desde 2011, no MM Gerdau. “Ainda no que tange a poesia, para não fugir muito do foco das Terças, vou ler alguns poemas de Wislawa Szymborska, poetisa de origem polonesa que muito admiro e uma de minhas preferidas”.
Com uma vasta experiência na área cultural, ocupando dessa forma importante papel no meio, Mônica Cerqueira vê Belo Horizonte como um significativo território de criação artística. Mas é categórica ao afirmar “sinto falta de veículos de comunicação e espaços para a divulgação, reflexão e crítica sobre o universo artístico na cidade. Destaco também um ponto que merece ser observado e discutido: a falta de iniciativas para a criação e execução de projetos culturais fora das leis de incentivo à cultura, o que acaba limitando e excluindo grande parte da produção local e inibindo também, ações mais imediatas e espontâneas”.
Outro ponto levantado por Mônica, diz respeito à formação de público. Segundo ela, hoje com tantos espaços culturais na cidade, principalmente com a criação do Circuito Cultural Praça da Liberdade, é um grande desafio para todos atrair, ampliar, mobilizar e fidelizar diferentes públicos. “Esse é um trabalho permanente, por isso é necessário criar e manter canais frequentes de comunicação e relacionamento com esse público”, salienta.
O projeto Terças Poéticas é aprovado pela Lei Rouanet, patrocínio do BDMG Cultural, produção e realização Anome Livros, Soll Produções e Casa Una. A direção e curadoria é assinada pelo idealizador Wilmar Silva de Andrade.
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