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O Grupo Mineiro Madame Teatro, estreia o espetáculo “Em Louvor á Vergonha ” sobre Oscar Wilde.

Com concepção e direção do ator Diego Bagagal (diretor de “BATA-ME! (Popwitch)”; “Pop Love” – Oficinão do Galpão e assistente de direção de “Eclipse” - Grupo Galpão), trilha original de PJ (baixista e fundador da banda mineira Jota Quest) e trilha e dramaturgia musical de André Cavazotti (violino barroco), o espetáculo investiga a partir de uma linguagem que dialoga o teatro e a música, a trajetória de ascensão e queda de um gênio da literatura mundial. No dia 26 de setembro (quinta-feira) estreia “Em Louvor à Vergonha”, com o ator e diretor, Diego Bagagal, do Grupo Madame Teatro. O espetáculo cumpre curta temporada, nos dias 26 27, 28 e 29 de setembro, quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no Galpão 3 da Funarte (Rua Januária, 68 - Floresta). R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos. “Em Louvor à Vergonha” Autor de obras importantes como “O Retrato de Dorian Gray”, “O Marido Ideal” e “De profundis”, Oscar Wilde também ficou conhecido por seu visual Dândi e seu comportamento irreverente, que marcou a construção de valores e influenciou toda uma geração que começava a pensar e a viver a modernidade. Figura polêmica, Wilde era cheio de frases provocativas que contestavam e faziam tremer a sociedade inglesa da época, como: “Ser natural é a mais difícil das poses” ou “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe”. Mais de um século após a morte de Oscar Wilde (1854 – 1900), o autor manteve sua importância na literatura mundial. Suas ideias, que levaram a várias transformações comportamentais e culturais na época, continuam ecoando nos dias de hoje e nunca se fizeram tão atuais. Motivado pela personalidade de Wilde e sua importância, desde 2009, pelo Grotowiski Institute na Polônia, Diego Bagagal começou a pesquisar a obra e biografia do autor irlandês. Depois de longo período de investigação artística, o ator estreia agora seu primeiro trabalho solo, em homenagem ao gênio da literatura Mundial. Numa leitura atual, “Em Louvor à Vergonha” mostra Wilde em delírio, na última hora de sua vida. Uma profusão de fragmentos cênicos desenha a poética da ascensão e queda que marcou a existência do escritor. Esse movimento de altos e baixos na vida de Wilde é revelado em cena por um ringue de boxe, com assaltos marcando passagens biográficas e contagens de tempo após as quedas, que anunciam, segundo a segundo, o fim trágico. Essa estrutura evoca o julgamento do artista pelo olhar moral da sociedade, em referência a um momento decisivo de sua trajetória. As regras do boxe moderno foram definidas, na segunda metade do século XIX, pelo Marquês de Queensberry. Queensberry também foi autor de uma denúncia contra a suspeita de um caso envolvendo seu jovem filho, Alfred, e Oscar Wilde. Logo depois, o escritor foi preso sob a acusação de sodomia. “Em Louvor à Vergonha” perpassa cenas biográficas, como o midiático tribunal que julgou e condenou Wilde, e mergulha em seu universo literário. A construção dramatúrgica do espetáculo, entretanto, não se ateve às obras teatrais do escritor, já amplamente conhecidas e discutidas. “Busquei cartas, diários, caricaturas do século XIX, fotografias e textos da época em várias traduções, e outras que nem tiveram tradução. Passei a selecionar trechos que reverberavam diretamente em minha alma”, conta Diego Bagagal. Com isso, aparecem no espetáculo citações de obras densas como “De Profundis” (escrita em cárcere), mas também de seus contos infantis e uma gama de vozes que discutem arte, juventude, a morte e, principalmente, o tal amor que não ousa dizer seu nome. Além de textos do Marquês de Queensberry e Lord Alfred Douglas, inéditos no Brasil. Interdisciplinaridade com a música Além do texto, durante o processo criativo, a música foi ganhando um espaço importante na construção da dramaturgia cênica. Durante todo espetáculo, Diego dialoga em diversos momentos com as interferências sonoras e românticas compostas pelo violinista barroco André Cavazotti e com a música pulsante e moderna do PJ Jota Quest. O resultado é uma atmosfera soturna e inquietante, que revela o delírio e a loucura de Wilde, pouco antes de morrer. Por fim, o público é convidado a assumir uma posição de voyeur, íntimo de confrontos que redefiniram a criação artística e os dilemas morais: “Ele era midiático, sabia disso e provocava isso. Foi o primeiro homem moderno”. “Na industrial e cinza era Vitoriana, Wilde criou o esteticismo, que pregava ‘a arte pela arte’. Ele lutou até os últimos segundos de sua vida por um lugar mais belo, dizia que ‘queria te levar para um lugar quente e colorido”, afirma Bagagal. Diego Bagagal Diego Bagagal já tem uma trajetória reconhecida, com encenações na Europa, EUA e Brasil (como “Pop Love”, “BATA-ME! (Popwitch)” e “Lilimão”), tendo sido o diretor mais jovem de todas as edições do Oficinão do Galpão Cine Horto e colaborador artístico e assistente de direção de Jurij Alschitz, no espetáculo “Eclipse”, do Grupo Galpão. Agora, Diego Bagagal com “Em Louvor à Vergonha” aponta novas perspectivas artísticas para o recém-fundado Madame Teatro. A convite do diretor Thomas Prattki (ex-diretor pedagógico da École Jacques Lecoq em Paris) cursou a pós-graduação em Creating Theatre and Performance (“Criação Teatral e Performance Cênica”), na London International School of Performing Arts (LISPA). É bacharel em Comunicação Social pelo Centro Universitário Newton Paiva, e ator técnico profissional pelo Teatro Universitário/ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi bolsista em dança (contemporânea, ballet moderno, clássico e jazz) pelo Primeiro Ato Centro de Dança. Em janeiro de 2013 estreou o espetáculo BATA-ME! (Popwitch), a convite de Ione de Medeiros, finalizando seu mergulho pela cultura pop, apresentando-se dentro da programação do festival Verão Arte Contemporânea – VAC 7, em Belo Horizonte. Em 2011, integrou a equipe do espetáculo Eclipse do Grupo Galpão (Belo Horizonte/ Brasil), como assistente de direção de Jurij Alschitz e coordenador de ensaios. Em seu repertório estão a concepção e direção da Trilogia Happy End (The Witch and The Frog - Pop Version (LISPA/Londres/2009); Pop Love (Oficinão/BH/2010); BATA-ME! (Popwitch) (VAC/BH/2013); além do premiado infanto-juvenil Lilimão (2006), Como preparador de atores trabalhou no espetáculo “Delírio e Vertigem”, com direção de Rita Clemente, e foi assistente de Inês Peixoto na preparação da minissérie de Luis Fernando Carvalho, Suburbia (2012). Como ator esteve no Grotowiski Institute (Polônia) onde trabalhou um solo a partir da obra Salomé de Oscar Wilde sob supervisão de Grzegorz Ziolkowski. Em 2010 integrou o elenco de “Estracci Della Memoria” apresentando-se no Festival Laboratorio Interculturale De Pratiche Teatrali (Teatro Potlach), com o grupo Instabili Vaganti, e continuou suas buscas ao universo Wildeano sob orientação de Anna Dora Dorno. No mesmo ano integrou o elenco de Batmama, apresentando-se como ator no Minnesota Fringe Festival (EUA).

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