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Festival “Mozart e suas influências”.
entro das comemorações dos 25 anos do Selo Karmim, de 21 a 24 de outubro, sempre às 20h, acontece no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244 – Lourdes – BH – MG), o Festival “Mozart e suas influências”. O evento apresenta ao público belo-horizontino, através de palestras, recitais de piano, duo de violoncelo e piano e apresentação de coral, um panorama inusitado que revela como a obra de Mozart, tão ricamente, influenciou compositores de todas as épocas. Programas musicais inéditos, presença de intérpretes ilustres e internacionais, entre eles: os brasileiros Luiz Gustavo Carvalho, Eduardo Hazan, Família Barros, Arnon Oliveira e Patrícia Valadão e, Melani Mestre Rebull (Espanha), enriquecidos, ainda, pelos comentários do professor e músico Guilherme Nascimento, que antecedem cada programa musical e revelam peculiaridades vivenciais de Mozart. Na edição do dia 21, a noite abertura do evento recebe Adélia Prado, em palestra especial com o tema “Inspiração”. Idealizado por Carminha Guerra, o “Festival Mozart e suas influências” reafirma a sensibilidade da gestora que, artisticamente, une expressões culturais, épocas e estilos, construindo um universo de delicadezas e celebrações a cada ação cultural, nestes 25 anos de inesquecíveis produções. Realizado pelos benefícios da Lei de Incentivo Federal à Cultura, com o patrocínio do Instituto Unimed BH e Localiza, o evento acontece em parceria com a Fundação de Educação Artística (50 anos), Procurar-se (25 anos). O evento tem promoção do Jornal Estado de Minas (85 anos) e da Rádio Guarani. Os ingressos para o evento estarão à venda, a partir do dia 20 de setembro, na bilheteria do Teatro, de segunda a sábado, das 12h às 20h/ domingos, de 12h às 19h Informações adicionais: (31) 3516-1360 e www.karmim.com “É o mais puro dos músicos, ele é a música.” Claude Debussy “O nascimento da melodia mozartiana é a revelação da alma humana buscada por todos os filósofos.” Richard Strauss PROGRAMAÇÃO: 21/10, segunda-feira: Palestra – Inspiração - Adélia Prado 22/10, terça-feira: Mozart em transcrições “O objetivo das minhas transcrições terá sido alcançado se eu puder me equiparar ao tradutor consciencioso que compreende o espírito de uma obra e contribui para o conhecimento dos grandes mestres e a formação de uma capacidade de apreciar a beleza”. Franz Liszt A transcrição musical é uma tradução, se utilizarmos da analogia literária. Além do ato de anotar uma melodia, há uma outra acepção do termo transcrição que consiste em instrumentar novamente uma obra musical, fornecendo-lhe novos timbres e possibilidades. A complexidade de sua técnica reside na adequação dos sons originais ao idiomatismo dos novos instrumentos, observando as suas capacidades e limitações. Uma transcrição nunca desmerecerá sua fonte se inferirmos que ela parte da admiração de um artista por outro artista, ou por determinada obra. As transcrições de Franz Liszt - o zênite dessa arte - privilegiaram oitenta compositores, entre célebres e desconhecidos, e são tão criativas que bem poderiam receber o status de “originais”. Suas transcrições se apresentam de duas formas: os arranjos estritos, mais fiéis ao texto original, e o arranjos livres, que vão além da mera adaptação instrumental, como as paráfrases, reminiscências, fantasias e variações. À primeira forma pertence a Abertura da ópera A Flauta Mágica, límpida e fidedignamente arranjada para dois pianos pelo mais entusiástico seguidor de Franz Liszt, o compositor toscano Ferruccio Busoni. À segunda forma, as Reminiscências da ópera Don Giovanni, para dois pianos, de Franz Liszt: uma readaptação da versão para piano solo. As duas “reminiscências” de Liszt possuem em seu escopo variações sobre o tema do dueto Là ci darem la mano, o mesmo que inspirara Chopin, aos dezessete anos, a compor suas primeiras variações para piano e orquestra. Podemos analisar o legado de Mozart a partir das transcrições existentes de sua obra: Beethoven, Schumann, Tchaikovsky, Liszt, Bizet, Chopin e Busoni estão entre numerosos compositores que não só decidiram reconhecê-lo como um antecessor especial, como se debruçaram sobre sua música e destilaram-na em novas composições, buscando escrever à sua maneira na tentativa de compreenderem a magnificência de sua arte. Na Suíte Mozartiana, Tchaikovsky orquestrou quatro peças para piano de Mozart, seu “compositor favorito”, no intuito de “recriar o passado no mundo contemporâneo”. O próprio Mozart, quando jovem, transformou obras alheias em concertos para piano - conhecidos como “concertos de pasticcio” -, nos quais são revelados os modelos e as influências que formaram seu estilo de execução ao teclado. Ele também transcreveu aberturas de suas óperas mais populares para o Harmoniemusik, uma orquestra de instrumentos de sopro. Parte das transcrições feitas por ele resultou de sua carreira de pianista e, nelas, assim como nas sonatas, fantasias, rondós e concertos, podemos sentir o gosto de Mozart no exercício de seu admirável talento como intérprete. As fantasias para piano de Mozart são peças conhecidas por sua grande exigência técnica. Na Fantasia em dó menor, publicada juntamente com a Sonata em dó menor, são características constantes as mudanças de tonalidade, ao passo que a Fantasia em ré menor condensa, em poucos minutos, sete andamentos diferentes. A liberdade na estruturação das fantasias contrasta com os gêneros de forma pré-estabelecida - variação, forma-sonata -, como o Andante com variações em sol maior, para piano a quatro mãos, e a Sonata para dois pianos em ré maior. A percepção da forma-sonata estrita presente no primeiro movimento desta obra foi utilizada no estudo da teoria do Efeito Mozart, criada para comprovar cientificamente o aumento do raciocínio espacial-temporal propiciado pela audição da música clássica. “Eu sempre gostei da ideia de escrever obras simples numa estrutura tão superior como a forma-sonata”, escrevera o compositor russo Sergei Prokofieff. A simplicidade e inocência das composições de Haydn e Mozart eram vistas por ele como exemplo de clareza e sofisticação. Simples, sem ser simplista, Prokofieff, no auge da carreira de compositor, fizera sua música retornar ao predomínio do elemento melódico, à transparência na orquestração e à nitidez da forma de acordo com as normas clássicas: “não posso dizer que escolhi estes temas, eles nascem em mim e devem se expressar”. Sem dores nem tristezas, surgiu uma das obras mais célebres da música soviética, a Sinfonia nº 5 “Clássica”, definida pelo compositor como o “canto ao homem livre e feliz, à sua força, à sua generosidade e à pureza de sua alma”. (Marcelo Corrêa) Concerto a dois pianos - Luiz Gustavo Carvalho e Melani Mestre Rebull Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Abertura da ópera A Flauta Mágica K. 620 (Transcrição para dois pianos por F. Busoni) Fantasia em dó menor K.475 Melani Mestre Rebull, piano solo Andante com variações em sol maior K.501, para piano a quatro mãos Franz Liszt (1811-1886) Reminiscências da ópera Don Giovanni de Mozart (Versão para dois pianos S.656) Sergei Prokofiev (1891-1953) Sinfonia Clássica op. 25 (Transcrição para dois pianos por R. Terashima) I. Allegro II. Larghetto III. Gavotta: Non troppo allegro IV. Finale: Molto vivace Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Fantasia em ré menor K.397 Luiz Gustavo Carvalho, piano solo Sonata para dois pianos em ré maior K.448 I. Allegro con spirito II. Andante III. Molto Allegro 23/10, quarta-feira: Mozart e o piano “Dai-me o melhor piano da Europa, mas com um auditório que não sente comigo o que executo, e perderei todo o gosto pela execução”. Wolfgang Amadeus Mozart Há trezentos anos, Bartolomeu Cristofori inventou o piano. Clementi e Mozart foram os primeiros a adotar o novo instrumento com composições exclusivas e inovadoras. Em 1777, Mozart impressionou-se ao tocar num piano Stein com o exclusivo mecanismo de escape. Quando escreveu a célebre Sonata em lá maior K.331, em 1783, e o Rondó em ré maior, em 1786, há muito já se decidira pelo novo instrumento em substituição ao cravo. Sua dedicação ao cravo e ao pianoforte, predecessores do piano, aponta para uma acertada previsão de que o piano moderno assumiria, a partir do século XIX, a importância da orquestra: nas 6 Danças Alemãs, de 1787, Mozart invertera o processo usual, compondo primeiro a versão para piano e depois orquestrando-a. A quebra do hábito costumeiro poderia ser um exemplo da confiança do compositor nas melhorias do piano, um instrumento cada vez mais adequado aos espaços mais amplos. As danças de Mozart, em sua maioria, foram destinadas aos bailes do exuberante salão Redoutensaal, do Palácio Imperial de Hofburg, situado no coração de Viena. Mozart por Beethoven “Beethoven abalou até o estremecimento as estruturas, não talvez sem o consentimento de seu magnífico antecessor, Wolfgang Amadeus.” Robert Schumann Beethoven reverenciava os grandes mestres do passado e tendia sabiamente a seguir aquele que fosse melhor em cada gênero: Haendel e Bach na fuga; Haydn na sinfonia, Clementi na sonata para piano. Mozart era exemplar na música de câmara, no concerto para piano e, sobretudo, na ópera. Neste gênero, Beethoven preferia A Flauta Mágica por conter questões morais e elementos de heroísmo praticamente ausentes nas óperas cômicas. Em carta ao amigo Rellstab confessou: “eu não poderia compor óperas como Don Giovanni e Fígaro. São incompatíveis comigo. São excessivamente frívolas para mim.” No entanto, escreveu um ano antes de sua morte: “sempre me incluí entre os maiores admiradores de Mozart e assim permanecerei até meu último suspiro”. As obras para violoncelo e piano de Beethoven foram compostas entre 1796 e 1815. Diferentemente de seus contemporâneos, ele compôs o acompanhamento do piano em obbligatio, ou seja, em parte totalmente notada, independente e essencial, ao contrário do usual contínuo, dispensável e indicado através de baixo cifrado. Dessa forma, Beethoven fez o piano adquirir o status de semi-solista abandonando o de mero acompanhador. As obras de Beethoven para esta formação consistem em cinco sonatas e três variações, das quais duas foram compostas sobre temas da ópera A Flauta Mágica de Mozart: as Variações Woo 46 e as Variações Opus 66. Mozart eclesiástico “A música sacra de Mozart consegue refletir a resposta luminosa do amor divino que dá esperança mesmo quando a vida humana está marcada pelo sofrimento e a morte”. Papa Bento XVI A obra coral de Mozart é essencialmente sacra, e apresenta um rico mosaico estilístico unindo elementos corais gregorianos, contrapontos bachianos e elementos operísticos. O belo e avulso moteto Ave Verum Corpus, que inspirou arranjos de Liszt e Tchaikovsky, é um esplêndido cartão de visita da música sacra mozartiana, da qual as obras mais importantes são as missas: dezesseis completas, como a Missa da Coroação, e duas incompletas, a Grande Missa em Dó menor e o Réquiem. Em seguida das missas, as obras sacras mais substanciais são as litanias e as vésperas, a citar as Vésperas Solenes do Confessório, conhecida pela famosa ária Laudate Dominum. O repouso eterno de Mozart “Desde que reconheci na morte o verdadeiro objetivo de nossas vidas, sua imagem não me é mais assustadora, mas calma e reconfortante! E dou graças ao meu Deus, por mostrar-me que conhecê-lo será chave para a verdadeira felicidade.” Wolfgang Amadeus Mozart Réquiem, em latim, significa descanso, repouso. A tradicional cerimônia solene dos mortos da Igreja Católica foi batizada réquiem por suas palavras iniciais: Requiem aeternam, repouso eterno. Esta sequência de salmos, entoada em sua origem medieval na forma de canto gregoriano, propiciou o surgimento de inúmeras e belíssimas obras musicais. O texto propõe profundas reflexões sobre diferentes aspectos da morte: a Sequentia, que inclui o Dies Irae (Dia do Juízo Final), põe o homem, duramente julgado por Deus, a julgar a si próprio. Por outro lado, o réquiem exulta a misteriosa passagem para a vida eterna e celebra a fé na ressurreição em Communio - Lux aeterna. Mozart, como ninguém, soube compreender os contrastes desses momentos dramáticos e sublimes em sua música. Sua composição é considerada, por excelência, a mais famosa realização do texto litúrgico fúnebre e, curiosamente e com nefasta ironia, é associada ao trágico fim de seu criador: Mozart estava em seu leito de morte quando anotou o oitavo compasso do Lacrymosa, na última das cem páginas que nos deixou da obra. O Réquiem foi deixado incompleto, porém isso não implica que seja uma obra espúria ou ilegítima, uma vez que Süssmayr, discípulo de Mozart, responsável por finalizar a obra em 1792, recebera para tal detalhadas instruções. Atualmente, são conhecidas diversas versões finais do Réquiem, a citar a do austríaco Sigismund Neukomm, aluno de Michael Haydn, que, por sua vez, fora uma grande influência para Mozart. Empregado no Rio de Janeiro como mestre de capela do imperador D. João VI, Neukomm, a pedido do padre José Maurício Nunes Garcia, compôs o Libera me para concluir o Réquiem de Mozart e estreá-lo no Brasil - e no Novo Mundo - em 1819. (Marcelo Corrêa) Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Seis Danças Alemãs K.509 Rondó em ré maior K.485 Sonata em lá maior K.331 I. Andante gracioso (tema com seis variações) II. Minueto III. Alla Turca Eduardo Hazan, piano Ludwig van Beethoven (1770-1827) Sete variações para violoncelo e piano sobre a Ária “Nos homens que se apaixonam, um bom coração não falta” da ópera A Flauta Mágica de Mozart, Woo 46 Doze variações para violoncelo e piano sobre a Ária “Uma donzela ou uma esposa Papageno deseja” da ópera A Flauta Mágica de Mozart, op. 66 Lucas Barros, violoncelo Patrícia Valadão, piano Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Ave Verum Corpus K.618 Vésperas Solenes do Confessório K.339 III. Beatus Vir V. Laudate Dominum Requiem K.626 Sequentia I: Dies irae Sequentia VI: Lacrimosa Missa da Coroação K. 317 III. Credo: Allegro molto Grande Missa em Dó menor K.427/417a I. Kyrie: Andante moderato II. Gloria: Allegro vivace Coro Madrigale Arnon Oliveira, regente Patrícia Valadão, piano 24/10, quinta-feira: Mozart em movimentos e árias “A música é o único caminho para o transcendente”. Wolfgang Amadeus Mozart Mozart, de espírito precoce, aos 18 atingira a plenitude de seu estilo, transpondo as tendências musicais de sua época até então cheias de maneirismos e de superficialidades. Sua personalidade se afirmara na Sinfonia Nº 29, marco inaugural da fase intermediária, que se estendera através da década de 1770, na qual surgiram obras de câmara como a Serenata Haffner e o Divertimento K.251. Nesta mesma década, ocorreram duas importantes viagens: Mannheim, onde Mozart tivera contato com um novo estilo orquestral, repleto de gradações de intensidade até então inéditas, permitidas por uma maior qualidade e quantidade dos instrumentos de cordas; e Paris, onde a melhora na fabricação e execução dos instrumentos de sopro, principalmente as madeiras - clarineta, flauta, oboé e fagote -, convenceram-no a dar-lhes mais atenção em suas obras. São do final desta década o Concerto para Flauta e o Concerto para Oboé. A última fase de Mozart se estende da década de 1780 até seu último ano de vida e é marcada por sua permanência em Viena. Mozart experimentara então seu momento mais produtivo e de maior popularidade. Ao ver-se livre da sufocante influência paterna, ele inaugurara na história da música a carreira de músico freelancer ou profissional autônomo. Incapaz de submeter-se à autoridade do Arcebispo de Salzburgo, que o tratava como reles empregado, Mozart abandonara o cargo de músico na corte de sua cidade natal e fora para Viena. A rica vida musical da agitada capital austríaca, as encomendas de novas obras e as constantes apresentações públicas estimularam-no a escrever algumas de suas obras mais famosas, como as óperas O Rapto do Serralho e As Bodas de Fígaro. Sua ida para Viena e seu casamento com Constance afastaram-no ainda mais de seu intolerante pai, que viu com desaprovação todas as decisões do filho. A despeito disso, Mozart carinhosamente retratara Constance, sua esposa, no papel de Constance, e a si mesmo, na figura de Belmonte, como o par amoroso da ópera O Rapto do Serralho. Em seu último ano de vida, Mozart empenhara-se no trabalho obstante as vicissitudes de sua vida particular. Surgiram obras cheias de doçura, melancolia, serenidade e momentos sublimes como o Andante do Concerto para Piano Nº21. Igualmente repletos de sentimento íntimo e profunda humanidade, a ópera A Clemência de Tito e o Concerto para Clarinete coroam os últimos momentos de uma produção fecunda e inspirada. (Marcelo Corrêa) Família Barros e convidados Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Abertura da ópera A Clemência de Tito K.621 · Divertimento em ré maior K.251 I. Allegro · Serenata Haffner K.250 (Arranjo de Fritz Kreisler) IV. Rondó: Allegro Concerto em dó maior para Flauta, Harpa e Orquestra, K. 299 Allegro Andantino Concerto para Oboé, em dó maior K.314 I. Allegro aperto Concerto para Piano nº21, em dó maior K.467 II. Andante Ópera As Bodas de Fígaro K 492 Ária da Condessa: “Onde estão os belos momentos?” Ópera O Rapto do Serralho K 384 Ária da Lourinha: “Que alegria, que prazer!” Ópera As Bodas de Fígaro K.492 Ária da Suzana “Ah! Venha sem demora!” Cantata Exsultate, Jubilate (Exultai e cantai) K.165 III. Aleluia
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