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“Abraço Escuro” na Praça da Liberdade marca o dia de combate ao câncer nos olhos
A Fundação Sara de Albuquerque Costa, entidade referência no apoio de crianças e adolescentes com câncer, realiza amanhã (17), às 20h, véspera do Dia Nacional do Retinoblastoma, na Praça da Liberdade, um Abraço Escuro para alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce do tumor ocular que é mais comum em crianças até quatro anos de idade. O ato é realizado em parceria com a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA). O diretor regional da Fundação Sara, Antônio Carlos Ferreira, explica que a intenção é chamar a atenção das autoridades para a necessidade de se investir no diagnóstico da doença. “Estamos convidando toda a comunidade para se vestir preto e dar um grande abraço no cartão postal de Belo Horizonte. Lá, vendaremos os olhos para demonstrar como menos de um minuto na escuridão incomoda. Imagine a vida inteira”, provoca. O câncer de olho na criança tem cura se diagnosticado precocemente, o que ainda é um grande desafio. No Brasil, de acordo com a TUCCA, 50% dos casos de retinoblastoma ainda são detectados tardiamente, índice que poderia ser reduzido sensivelmente com o teste do olhinho nas consultas pediátricas. O oncologista e diretor técnico da Fundação Sara, Joaquim Caetano Aguirre, alerta que “muitas crianças estão perdendo a visão pelo diagnóstico tardio da doença. Muitos pacientes são encaminhados para São Paulo, em parceria com a TUCCA, para sucesso do tratamento. Quando o tumor é flagrado em um estágio mais avançado, muitas vezes o tratamento requer a retirada do olho ou dos olhos, sem contar o risco de morte do pequeno. Precisamos mobilizar a comunidade sobre a falta de estrutura para o tratamento na capital mineira”. O pequeno Lucas Medeiros Faria, (um ano e oito meses) assistido da Fundação Sara, é um exemplo dessa luta. A mãe, Juliete Alves Faria, percebeu o reflexo branco em seu olho quando ele tinha cinco meses de idade. Juliete levou o filho para Teófilo Otoni, distante 120 quilômetros de Novo Cruzeiro, cidade natal da família. A médica informou que poderia ser descolamento de retina, então a família buscou orientação na Santa Casa de Belo Horizonte, por ser referência no assunto. A mãe conta que “os especialistas não enxergaram a olho nu o reflexo que vi, mas fizeram um ultrassom que identificou um tumor atrás do globo ocular de Lucas. Ele ficou 13 dias internado para uma bateria de exames. Em seguida, os médicos nos orientaram a buscar ajuda em São Paulo para o tratamento. Lá, iniciamos um tratamento avançado, mas infelizmente o tumor não reduziu e, para não afetar o outro olhinho, decidiram pela retirada”, lamenta Juliete. De acordo com a coordenadora social da Fundação Sara, Fernanda Araújo, auxiliar as famílias para o tratamento em São Paulo é uma rotina na Fundação Sara. “Só este ano custeamos passagens para quatro crianças e seria muito importante até para adesão ao tratamento ter um centro especializado em Belo Horizonte”, explica.
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