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Sabemos hoje que o câncer tem uma característica multifatorial, ou seja, pode estar associado à múltiplos fatores, dentre eles a alimentação. A alimentação é um fator modificável, daí a importância de alertar e orientar as pessoas sobre algumas mudanças potencialmente benéficas. Inicialmente vamos falar sobre a fibra na alimentação. É sabido que as dietas com alto teor de fibras tem papel na diminuição do risco de câncer. Portanto, a preferência por alimentos integrais como o arroz e pães é uma maneira saudável de aumentar a ingestão de fibras. Além disso, os vegetais (frutas, legumes e verduras) nos oferecem além das fibras, vitaminas e sais minerais que também tem papel protetor. Sabemos também que a alimentação rica em frutas, legumes, verduras e cereais diminuem o risco de doenças cardiovasculares e alguns estudos preliminares apontam para redução do risco de alguns tipos de câncer. É importante alertar que a ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui a boa alimentação. Os nutrientes exercem papel protetor quando consumimos através dos alimentos. Os grãos e cereais não devem ser armazenados em locais úmidos, pois isso favorece o desenvolvimento de um fungo (Aspergillus flavus), que produz a substância chamada aflatoxina. Essa substância é cancerígena e pode desenvolver o câncer de fígado. Alguns estudos sugerem que a alimentação rica em gordura, sobretudo a gordura saturada, pode estar associada com maior risco de câncer de mama e próstata. Sabe-se também que o excesso dessa gordura está associado também à obesidade e doenças cardiovasculares. Outro aspecto importante é o modo de preparar e conservar os alimentos: alimentos conservados em sal como carne de sol e peixes salgados podem estar associados ao câncer de estômago. Assim como os alimentos ricos em nitritos e nitratos (embutidos e alguns enlatados) podem aumentar o risco de câncer gástrico. Os alimentos ricos em alcatrão, originados da fumaça do carvão, também possuem ação cancerígena conhecida.