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Diretora Elza Cataldo prepara novo longa metragem com foco no protagonismo feminino na história do Brasil

O filme “As Órfãs da Rainha” aborda o papel das mulheres na Inquisição, no século XVI

A diretora e roteirista mineira Elza Cataldo segue na fase de preparação do novo filme: “As Órfãs da Rainha”. O longa-metragem traz uma história de amor e intolerância tendo como contexto histórico a chegada da Inquisição no Brasil, no século XVI. As filmagens estão previstas para o início de 2017.

O drama histórico, criado a partir da relação entre história e ficção, aborda a atuação do braço inquisitorial português na colônia brasileira por meio da trajetória de três irmãs: as protagonistas Leonor, Brites e Mécia. “‘As Órfãs da Rainha’ é uma história sobre a intolerância e sua origem que, infelizmente, tem atravessado séculos. As confissões e denunciações do passado nos alertam sobre as formas de discriminação do presente”, explica a diretora e roteirista Elza Cataldo.

“As Órfãs da Rainha” é uma denominação dada às primeiras mulheres que vieram de Portugal para se casar na colônia portuguesa. “Desde o meu início como diretora, com o filme ‘Vinho de Rosas’, tenho me inspirado na memória feminina para propor ao espectador uma viagem pelo tempo, sempre com uma linguagem impregnada pela delicadeza feminina”, finaliza Cataldo. O roteiro, escrito em parceria com Newton Cannito e Pilar Fazito e com a consultoria do historiador Ronaldo Vainfas, um dos maiores especialistas no tema da Inquisição no Brasil, contou ainda com viagens a Portugal, Espanha, Bahia e Pernambuco.

A preparação para a realização do filme incluiu também um profundo estudo temático, artístico e de locações, além da realização do documentário “A Santa Visitação” (vide link abaixo) e do curta-metragem de ficção “Ouro Branco”. Para Elza, “o documentário trouxe uma maior autenticidade na condução da reconstituição histórica e embasamento para o trabalho com os atores; e a ficção trouxe maior leveza no tratamento das imagens e permitiu uma criativa experimentação de efeitos especiais”.

A equipe de “As Órfãs da Rainha” é formada por profissionais renomados do audiovisual brasileiro, como o diretor de fotografia Pedro Farkas (“Zuzu Angel” e “A Ostra e o Vento”), a figurinista Beth Filipecki (“Lavoura Arcaica” e “Guerra de Canudos”), além de um elenco - em fase de seleção – que já conta com as portuguesas Anabela Teixeira, Carla Bolito e Ana Moreira, além dos brasileiros Inês Peixoto, Eduardo Moreira e Teuda Bara, do Grupo Galpão, e Fafá Rennó.

O projeto foi aprovado pela ANCINE – Agência Nacional de Cinema (via Imposto de renda), Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais, Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (via ISS) e o Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural da Bahia – FAZCULTURA (via ICMS). O filme já conta com o apoio do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais e o patrocínio da Energisa. E segue em captação de recursos. 

Sinopse “As Órfãs da Rainha”

Leonor, Brites e Mécia são criadas como católicas, sob a proteção da Rainha de Portugal, após a morte dos pais na fogueira da Inquisição. No final do século XVI, a Rainha envia as três irmãs para a colônia brasileira com a ordem de se casarem. Elas tentam se adaptar à diversidade e precariedade do Novo Mundo, ignorando a própria origem judaica. Leonor se apaixona por Escobar e com ele tem filhos; Brites tenta conquistar o marido violento; e Mécia, que permanece solteira devido a uma deficiência física, se encanta por um índio. O frágil equilíbrio é rompido quando o Inquisidor chega ao Brasil espalhando terror e desconfiança entre os habitantes da colônia. As três irmãs são denunciadas por seus hábitos domésticos, impregnados de indícios da religião judaica. Elas acabam sendo julgadas junto com outros acusados de heresia, homossexualidade, feitiçaria, bigamia e blasfêmia. Leonor, Brites e Mécia permanecem unidas diante de traições entre familiares, vizinhos, amigos. Mas o sentimento de fraternidade é colocado à prova diante da ameaça de punições severas. Heitor Furtado de Mendonça se excede nas suas funções inquisitoriais. Diante da ameaça do Santo Ofício e da descoberta da origem judaica cada uma das irmãs reage de forma diferente, mas igualmente comovente. 

Elza Cataldo - diretora, roteirista e produtora

Elza Cataldo é formada emCinematografia pela Universidade de Nanterre (França) e Doutora pela Sorbonne (França). É professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de exibidora de cinema, em Belo Horizonte, e coordenadora do Laboratório CINEPORT de Roteiros. É diretora, produtora e roteirista do filme de longa-metragem “Vinho de Rosas” (Prêmio de Melhor Diretora Estreante no FestivalInternacional de Batumi – Geórgia 2006; e Prêmios de MelhorFigurino, MelhorCenografia e MelhorSomDireto no Festival de Maringá 2006 - PR); do filme de curta-metragem “O Crime da Atriz” (Prêmio de MelhorCurtaBrasileiro do Júri e do Público e Prêmio TeleImage na MostraInternacional de São Paulo 2007 e MençãoHonrosa: Comédia no FestivalInternacional de Curtas de BeloHorizonte 2008); do documentário “A Santa Visitação” e dos curtas “O Ouro Branco”, “Lunarium” e “A Má Notícia”. É coprodutora dos filmes de longa-metragem “A Luneta do Tempo”, de Alceu Valença, e “Meu Pé de Laranja Lima”, de Marcos Bernstein. Diretora da produtora Persona Filmes. Atualmente, dirige e roteiriza o longa metragem “As Órfãs da Rainha”, em fase de preparação.

Foto: Bruno Magalhães

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