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Pelos apresenta novo disco “Noturnas” em show gratuito em Belo Horizonte
Banda faz show de lançamento de seu quinto álbum no dia 13 de setembro, no Serrão
Três anos após o lançamento do elogiado “Atlântico Corpo” (2022), a Pelos chega ao seu quinto álbum de estúdio, ampliando ainda mais as possibilidades sonoras e narrativas do que significa ser uma banda de rock com mais de 25 anos de história. Capturando os frames notívagos do cotidiano urbano de Belo Horizonte, o mais recente registro, “Noturnas”, agora será compartilhado com o público em um show gratuito no Centro Cultural Vila Marçola no próximo sábado, 13 de setembro (serviço do evento ao final do release).
“NOTURNAS”
Formado por Heberte Almeida (guitarra), Kim Gomes (guitarra), Pablo Campos (bateria e percussão), Robert Frank (voz, violão, sintetizador e piano) e Thiago Pereira (baixo), o grupo mineiro se desloca da proposta conceitual que marcou seu último trabalho — eleito um dos melhores discos nacionais de 2022 por veículos como Globo Minas, Scream and Yell, jornal O Tempo, Programa de Indie (Eldorado FM) e Alto Falante — e apresenta nove faixas que, com destaque à densidade dos arranjos instrumentais, costuram uma coleção de efetivas canções rock, pinceladas pelos passeios entre pop, afrobeat, funk e soul.
“Noturnas” carrega a produção de Henrique Matheus e Thiago Corrêa, do estúdio Frango no Bafo (BH), e a mixagem e masterização de Leonardo Marques, piloto do estúdio Ilha do Corvo (BH), atualmente radicado em Los Angeles, e dono de uma assinatura impressa em diversos trabalhos da cena musical brasileira contemporânea, vencedor do Grammy Latino em 2022 e produtor do álbum anterior do grupo.
A concepção da capa ficou a cargo do próprio vocalista da banda e também artista visual, Robert Frank, com fotografia de Dayse Serena, que é artista visual, fotógrafa e poeta. Remetendo às peças de artistas e designs alinhados ao surrealismo que estamparam discos da seara do rock progressivo como Pink Floyd, a ilustração traz a mise-en-scéne majoritária daquilo que ouvimos no novo trabalho da Pelos: os elementos que surgem na ‘noite-a-noite’ da vida urbana boêmia e que nos convocam ao desafio de, vivendo, decifrá-los.
MAIS SOBRE O ÁLBUM
O título conciso do novo trabalho entrega as pistas da ambientação de sentimentos que pautaram as gravações feitas pelo grupo junto à participação de convidados especiais. Devidamente anunciada pelo fogo etéreo de “Santelmo” — single escolhido para a divulgação do disco e que faz referência à descarga elétrica que aparece para navegadores durante viagens, simbolizando um sinal de boa sorte — a nova aventura da Pelos faz jus ao desejo de explorar o desconhecido.
Liricamente, os movimentos notívagos e seus perigos são exemplarmente condensados em “Noites Nômades”, quarta faixa do disco, entre riffs de guitarra percussivos e o balanço afrobeat pautado por convenções dos instrumentos de sopro, que desembocam em uma melodia altamente cantável das melhores festas. Já “Incêndios” evidencia a calma necessária para reconhecer a qualidade casual e passageira do fogo. Em tom ressaqueado, com destaque para as harmonias vocais em duo (com a participação de Fernanda Valadares, cantora da banda do rapper FBC), a faixa abandona as sensações mais típicas do rock para caminhar com uma melancolia calcada no soul e no funk, remetendo a nomes atuais como Leon Bridges.
Dobrando a aposta, a Pelos despeja ao longo do álbum arranjos que evidenciam o poder de criar diferentes dinâmicas dentro de uma mesma música, sem se prender à concisão e, ao mesmo tempo, sem deixar de buscar o apelo pop. É o caso de “No Coração do Mundo”, que, além de citar o filme mineiro de mesmo nome da produtora Filmes de Plástico, estrelado pelo vocalista e ator Robert Frank, se mostra como um épico da pista de dança.
E uma vez que, em tudo que é estranho há também algo de familiar, encontramos pelo caminho as outras faces do guarda-chuva rockeiro em faixas como “Acaiaca”, hit que veste um digno traje oitentista, sinalizando cânones do pós-punk como The Cure e Legião Urbana, e na já conhecida “Santelmo”, que evoca bandas indie dos anos 2000 e o igualmente canônico e conterrâneo Clube da Esquina.
“Queríamos fazer um disco com boas canções, um disco que gostaríamos de ouvir”, conta o vocalista Robert Frank, que enxerga o álbum como um registro de ‘resumo’ que, também, aponta para um futuro desconhecido: “Uma revisão de toda a nossa trajetória. Tenho achado bonito esse momento. É um momento de maturidade, inclusive, do processo de fazer o álbum, das composições, do profissionalismo de sentar e escrever. Esse lugar de encarar enquanto um trabalho de transpiração, muito além de inspiração”, explica o artista.
Se o disco anterior entregava uma obra de arranjo conceitual entre suas faixas — pautadas especialmente pela ideia lírica e sônica de pretitude —, “Noturnas” aciona novas densidades de uma gama de gêneros musicais negros para capturar crônicas que, com a singular da lente dos integrantes, encontram escoamento universal.
“O Atlântico Corpo começou muito com a ideia do que a gente queria dizer sobre nós em relação à cidade e ao mundo. E, nesse disco mais novo, acho que isso tá um pouco mais evidente. Mas não é algo que a gente pensou previamente… É uma influência natural, um jeito da gente abraçar o nosso próprio habitat”, sintetiza o vocalista Robert Frank.
SOBRE A PELOS
Formada em 1999, a Pelos, originalmente batizada de Pelos de Cachorro, nasceu no Aglomerado da Serra, periferia de Belo Horizonte, e tornou-se, com o reconhecimento do público, dos pares musicais e da crítica especializada, um dos mais importantes nomes do rock mineiro das últimas décadas. A trajetória singular e perseverante nos alinhamentos underground e ativista do grupo é atestada pela discografia sólida, repleta de canções que partem do rock mas bebem de outras fontes pretas eternas como o soul, funk, jazz e o blues. Somam-se a isto as elétricas e performáticas apresentações ao vivo, que também reverberam a luta pelas vozes negras e periféricas, expostas em discos como “Memorial dos Abismos” (2008), “Olho do Mundo” (2012), “Paraíso Perdido nos Bolsos” (2016) e “Atlântico Corpo” (2022).
Essa história também foi narrada em alguns dos principais palcos e eventos da música contemporânea, como no Festival Internacional de Arte Negra, sendo a primeira banda de rock a se apresentar no festival (2006, 2007), no FIT - Festival Internacional de Teatro (2008) e no Festival Garimpo (2009). A banda também foi protagonista em dois momentos cruciais da música mineira, como co-realizadores do Festival Outrorock (2008 e 2009), e, principalmente, no Faverock, que em suas sete edições reuniu bandas de periferia de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
SERVIÇO: Show de Lançamento do Álbum "Noturnas" da Pelos
Quando: 13/09/2025
Horário: 15h
Onde: Centro Cultural Vila Marçola - R. Mangabeira da Serra, 320 - Serra (Vila Marçola)
Entrada: Gratuita
Este projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo de Belo Horizonte - Edital BH Múltiplas Artes e Culturas.
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Foto: Robert Frank e Dayse Serena
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