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S’imbora assistir ao musical de Simonal em Belo Horizonte

O espetáculo que relata a história de Wilson Simonal, um dos maiores e mais polêmicos ídolos da música brasileira, fica em cartaz de 16 a 18 de outubro, no Palácio das Artes

O musical que aborda a ascensão e a queda vertiginosa de Wilson Simonal já foi assistido por mais de 30 mil pessoas. A obra de Simonal se mantém cada vez mais moderna e chega pela primeira vez ao teatro pelas mãos de Nelson Motta e Patrícia Andrade, com direção de Pedro Brício e produção de Luiz Oscar Niemeyer. Com patrocínio da BRASILCAP e Cielo, S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal já é um sucesso de crítica e público no Rio de Janeiro e São Paulo.

 

No espetáculo, o “rei da pilantragem” é protagonizado pelo ator Ícaro Silva, que viveu nos palcos outro ícone da música brasileira, Jair Rodrigues, em Elis, a musical, também de autoria de Nelson Motta e Patrícia Andrade. Ícaro se destacou ainda em Rock´n´Rio – o musical e em espetáculos como R & J de Shakespeare.

 

Para a produção do musical, foi feito um resgate do riquíssimo repertório de Simonal, mostrando essa figura improvável, pobre, negro, que se tornou o maior astro popular do país, fazendo música de altíssima qualidade. O espetáculo, contudo, não se furta a falar sobre a decadência de Simonal, condenado a um “exílio” involuntário, e toca nos temas polêmicos que cercaram a carreira do artista, sem tomar partido.

 

O roteiro final foi sendo formatado no decorrer dos ensaios. Os autores fizeram toda a seleção do repertório, mas Pedro Brício fez sugestões, juntamente com o diretor musical, Alexandre Elias. Algumas cenas de dramaturgia foram surgindo no ensaio, já que a música está diretamente ligada à encenação. 

 

Autor de dois musicais biográficos de grande sucesso, Elis, a musical e Tim Maia – Vale Tudo, o musical, Nelson Motta acredita que o espetáculo sobre Simonal tem uma dramaticidade ainda mais acentuada. “A maior qualidade de um musical é ter grandes canções. É o forte do Tim Maia e da Elis também. Mas o Simonal, além de histórias e músicas sensacionais, tem uma carga dramática incrível, porque ele é um personagem que foi do céu ao inferno, com uma densidade maior do que a do Tim e a da Elis. É uma história que começa alegre e termina dramática, tristíssima”, comenta Nelson.

 

Ascensão e queda de um astro

 

A trajetória de Simonal não encontra paralelos na história da música brasileira. O prólogo parecia ser comum: garoto pobre tem que batalhar muito para conseguir mostrar o seu talento. Mas, no momento em que foi descoberto por Carlos Imperial - personagem fundamental na história do futuro astro e narrador da peça -, ele explodiu. O Brasil inteiro cantou Balanço Zona Sul (seu primeiro sucesso), Sá Marina, País Tropical, Meu limão, meu limoeiro, Lobo bobo, Mamãe passou açúcar em mim, todas presentes no roteiro do espetáculo.

 

Na década de 60, Simonal era um astro da televisão e do rádio e apontado por muitos como o maior cantor brasileiro, com público e crítica a seus pés.

Já no início da década de 70, sua carreira começou a se desestruturar: o artista encerrou um contrato com a TV Globo, brigou com o Som Três, que o acompanhava desde o início, e desfez o escritório da Simonal Produções.

 

A gota d’água aconteceu quando Simonal, desconfiado do seu contador, pediu ajuda a amigos policiais (agentes do DOPS), que o sequestraram para que denunciasse quem o estava roubando na sua produtora. O episódio culminou na prisão do cantor, que, posteriormente, em uma cadeia de equívocos, foi acusado de delator a serviço da ditadura militar. Embora nada nunca tenha sido provado, Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, que se transformou em um morto-vivo e foi condenado a um ostracismo artístico até sua morte, em 2000.

 

A peça é um importante panorama da política e sociedade brasileira da época. “Ela não apenas fala da história de um homem, mas sobre nosso país, como era nossa sociedade, não só em termos de preconceitos, mas de conflitos políticos. O que aconteceu com ele tem a ver com o período, talvez não tivesse acontecido em outro contexto histórico”, explica Pedro Brício, diretor-geral.

 

Para o espetáculo, Marília Carneiro concebeu mais de 250 figurinos – uma média de 17 por personagem, com exceção do próprio Simonal e de Carlos Imperial. A montagem ainda traz na ficha técnica nomes como Renato Vieira (coreografia) e Rico Vilarouca (projeções), em uma realização da Planmusic, com patrocínio da Cielo e apoio cultural da Bolt e Taesa. 

 

A direção musical de Alexandre Elias e os arranjos de Max de Castro, filho de Simonal, são fieis à obra do Simonal, mas trazem um olhar criativo, contemporâneo. “O importante é resgatar e sublinhar a obra dele. Independente do que aconteceu, ele deixou um legado para a black music brasileira”, afirma Pedro.

 

Ficha Técnica

Texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade

Direção Geral: Pedro Brício

Direção Musical: Alexandre Elias

Cenário: Hélio Eichbauer

Figurino: Marília Carneiro

Coreografias: Renato Vieira

Produção Geral: Luiz Oscar Niemeyer

Direção de Produção: Joana Motta

Patrocínio: Cielo e BRASIL CAP

Apoio Cultural: Bolt e Taes

Realização: Planmusic

 

Elenco:

Ícaro Silva (Simonal)

Thelmo Fernandes (Carlos Imperial)

Marina Palha (Tereza)

Gabriel Staufer (Miele/Walter Clark/ Guinsburg)

Kadu Veiga (Marcos Moran/Boscoli)

Victor Maia (Roberto Carlos/ Eduardo Araujo/ Cesar Camargo)

Marino Rocha (Jô/Boni)

Joana Penna (Elis/Jane Burkin)

Jorge Neto (Pelé/Simoninha/Zé Ary/ Jair)

Paulo Trajano (Delegado/Zagallo/ Flavio Cavalcanti)

Cássia Raquel (Sarah Vaughan)

Dennis Pinheiro (Sabá e Carlos Alberto Torres)

Lívia Guerra ( Marly Tavares / imperialete)

Natasha Jascalevich (Brigite Bardot/ Laurinha Figueiredo)

Kotoe Karasawa (apresentadora da Record)

Ariane Souza (imperialete)

 

Banda:

Alexandre Elias: guitarra

Kim Pereira: bateria

Decko Telles: baixo

Alexandre Vianna: pianista

Márcio Forte: percussão

Denilson Martins: saxofonista

Jorge: trombone

Bruno Fermiano: trompete

Foto: Divulgaçaõ

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