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O grupo mineiro Madame Teatro, apresenta com entrada gratuita, o espetáculo “Em Louvor à Vergonha” sobre Oscar Wilde, com direção de Diego Bagagal
Com concepção e direção do ator Diego Bagagal (diretor de “BATA-ME! (Popwitch)”; “Lilimão”; “Pop Love” e assistente de direção de “Eclipse” - Grupo Galpão), trilha sonora original de PJ (baixista e fundador da banda mineira Jota Quest) e trilha em violino barroco e dramaturgia musical de André Cavazotti (violino barroco), o espetáculo investiga a partir da interdisciplinaridade do teatro, dança e a música, a trajetória de ascensão e queda de um dos maiores gênios da literatura mundial, Oscar Wilde.
Em Louvor à Vergonha estreou em Belo Horizonte em fevereiro de 2013, na Funarte, e esse ano, após receber o prêmio Cena Minas na categoria de circulação de espetáculos cênicos, inicia turnê em quatro cidades mineiras: Pará de Minas (13/09), Diamantina (20 e 21/09), Sabará (09 e 10/10) e Mariana (25 e 26/10). A entrada é gratuita e a classificação indicativa é de 16 anos. Serão realizadas ainda oficinas gratuitas nas cidades de Diamantina e Mariana.
A escolha das cidades se deve à arquitetura barroca dos teatros, o que proporciona à dramaturgia cênica uma combinação perfeita entre o texto e o romantismo clássico composto pelo violinista André Cavazotti.
Em Louvor à Vergonha
Autor de obras importantes como O Retrato de Dorian Gray, O Marido Ideal e De profundis, Oscar Wilde também ficou conhecido por seu visual Dândi e seu comportamento irreverente, que marcou a construção de valores e influenciou toda uma geração que começava a pensar e a viver a modernidade.
Figura polêmica, Wilde era cheio de frases provocativas que contestavam e faziam tremer a sociedade inglesa da época, como: “Ser natural é a mais difícil das poses” ou “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe”. Mais de um século após a morte de Oscar Wilde (1854 – 1900), o autor manteve sua importância na literatura mundial. Suas ideias, que levaram a várias transformações comportamentais e culturais na época, continuam ecoando nos dias de hoje e nunca se fizeram tão atuais.
Motivado pela personalidade de Wilde e sua importância, desde 2009, pelo Grotowski Institute na Polônia, Diego Bagagal começou a pesquisar a obra e biografia do autor irlandês. Depois de longo período de investigação artística, o ator estreia agora seu primeiro trabalho solo, em homenagem ao gênio da literatura Mundial.
Numa leitura atual, Em Louvor à Vergonha mostra Wilde em delírio, na última hora de sua vida. Uma profusão de fragmentos cênicos desenha a poética da ascensão e queda que marcou a existência do escritor. Esse movimento de altos e baixos na vida de Wilde é revelado em cena por um ringue de boxe, com assaltos marcando passagens biográficas e contagens de tempo após as quedas, que anunciam, segundo a segundo, o fim trágico.
Essa estrutura evoca o julgamento do artista pelo olhar moral da sociedade, em referência a um momento decisivo de sua trajetória. As regras do boxe moderno foram definidas, na segunda metade do século XIX, pelo Marquês de Queensberry. Queensberry também foi autor de uma denúncia contra a suspeita de um caso envolvendo seu jovem filho, Alfred, e Oscar Wilde. Logo depois, o escritor foi preso sob a acusação de sodomia.
Em Louvor à Vergonha perpassa cenas biográficas, como o midiático tribunal que julgou e condenou Wilde, e mergulha em seu universo literário. A construção dramatúrgica do espetáculo, entretanto, não se ateve às obras teatrais do escritor, já amplamente conhecidas e discutidas. “Busquei cartas, diários, caricaturas do século XIX, fotografias e textos da época em várias traduções, e outras que nem tiveram tradução. Passei a selecionar trechos que reverberavam diretamente em minha alma”, conta Diego Bagagal. Com isso, aparecem no espetáculo citações de obras densas como “De Profundis” (escrita em cárcere), mas também de seus contos infantis e uma gama de vozes que discutem arte, juventude, a morte e, principalmente, o tal amor que não ousa dizer seu nome. Além de textos do Marquês de Queensberry e Lord Alfred Douglas, inéditos no Brasil.
Interdisciplinaridade com a música
Além do texto, durante o processo criativo, a música foi ganhando um espaço importante na construção da dramaturgia cênica. Durante todo espetáculo, Diego dialoga em diversos momentos com a música pulsante, angustiante e moderna do PJ Jota Quest, e com as interferências sonoras e românticas compostas pelo violinista barroco André Cavazotti. O resultado é uma atmosfera soturna e inquietante, que revela o delírio e a loucura de Wilde, pouco antes de morrer.
Por fim, o público é convidado a assumir uma posição de voyeur, íntimo de confrontos que redefiniram a criação artística e os dilemas morais: “Ele era midiático, sabia disso e provocava isso. Foi o primeiro homem moderno”.
“Na industrial e cinza era Vitoriana, Wilde criou o esteticismo, que pregava ‘a arte pela arte’. Ele lutou até os últimos segundos de sua vida por um lugar mais belo, dizia que ‘queria te levar para um lugar quente e colorido”, afirma Bagagal.
→ PARÁ DE MINAS
13 de setembro, sábado
Horário: 20h
Entrada gratuita
Classificação: 16 anos
Teatro Municipal Geraldina Campos de Almeida
Praça Torquato de Almeida, 26 | Pará de Minas | Telefone: 37 3231-7780
→ DIAMANTINA
[espetáculo] Dias 20 e 21 de setembro, sábado e domingo
Horário: 20h
Entrada gratuita
Classificação: 16 anos
Teatro Municipal Santa Izabel
Praça Don Joaquim, 166 | Diamantina | Telefone: (38) 3531-7180
[oficina] Consciência/ Ação/ Criação, ministrada por Diego Bagagal
Dias 19 e 20 de setembro
Sexta, das 14h às 18h e sábado, das 08h às 12h
Inscrições gratuitas pelo e-mail martim@madameteatro.com
Local: Campus I da UFVJM | Rua da Glória, 187, Centro | Diamantina
→SABARÁ
Dias 09 e 10 de outubro, quinta e sexta
Horário: 20h
Entrada gratuita
Classificação: 16 anos
Teatro Municipal de Sabará
Rua D. Pedro II (R. Direita), s/n | Telefone: (31) 3672-7728
→ MARIANA
[espetáculo] Dias 25 e 26 de outubro, sábado e domingo
Horário: 20h
Entrada gratuita
Classificação: 16 anos
[oficina] Consciência/Ação/ Criação, ministrada por Diego Bagagal
Dias 19 e 20 de setembro
Sexta, das 14h às 18h e sábado, das 08h às 12h
Inscrições gratuitas pelo e-mail martim@madameteatro.com
Local: Campus I da UFVJM | Rua da Glória, 187, Centro | Diamantina
Capacidade: até 15 integrantes
Consciência/Ação/Criação
A oficina Consciência/Ação/Criação adota os movimentos fundamentais da vida - natureza, homem, tempo e espaço - como a fonte principal da inspiração criativa, buscando introduzir esses movimentos à criação dramática.
O artista-participante, a partir das vivências propostas, é convidado a uma compreensão/reflexão de que todo o ato criativo não é uma invenção, mas uma descoberta expressada através de uma visão artística pessoal, objetiva ou subjetiva - uma transposição cênica impulsionada por improvisações, jogos cênicos, espaços abertos criação individual e também colaborativa.
A oficina conta com vivências nos territórios teatrais da Pedagogia Jacques Lecoq, como o Clown, o Bufão/Grotesco, o Trágico, o Melodrama e a Máscara Neutra.
www.madameteatro.com
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