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Belo Horizonte recebeu, no último dia 28, a solenidade de entrega do Prêmio Cidades Tecnológicas, iniciativa do SindInfor -- Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação de Minas Gerais. O evento reuniu gestores públicos, prefeitos e especialistas do setor de tecnologia de todo o país, com a presença de representantes de algumas das principais capitais, como Curitiba e São Paulo. Estiveram presentes prefeitos de diversas cidades premiadas, como João Marcelo Souza, de Nova Lima (MG), Paulo Sérgio Ferreira, de Uberlândia (MG), e Gilvan Ferreira Júnior, de Santo André (SP).

O encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), marcou a primeira edição do prêmio e se consolidou como um espaço nacional de valorização das melhores práticas em inovação, gestão pública digital e desenvolvimento sustentável nos municípios.

Para o presidente do SindInfor, Fábio Veras, a premiação é fruto de um movimento ousado e necessário para destacar a relevância da tecnologia como motor de transformação social e econômica. “O SindInfor sempre acreditou no poder das cidades e no papel da inovação para melhorar a vida das pessoas. Decidimos lançar um prêmio nacional, com critérios rigorosos, que recebeu mais de cem projetos de diferentes regiões do Brasil. Reconhecer essas boas práticas é a melhor forma de inspirar outras administrações municipais a avançarem em tecnologia e sustentabilidade”, afirmou.

Segundo Veras, o objetivo do prêmio é dar visibilidade à indústria de software, ressaltando sua presença transversal em setores estratégicos. “Sem software, a agricultura não colhe, as transações financeiras não acontecem, a indústria e até as nossas vidas param. O que estamos fazendo é mostrar, por meio dos municípios, como a tecnologia é fundamental para dinamizar economias locais e fortalecer ecossistemas de startups”, destacou. Ele acrescentou que será lançada uma publicação reunindo os projetos premiados para servir como guia a prefeitos que buscam referências e soluções já testadas em outras cidades.

Entre os destaques, Veras mencionou iniciativas de licenciamento ambiental cujos processos foram reduzidos de 90 para 2 dias, além de projetos em áreas como segurança pública, juventude e educação tecnológica. “As cidades precisam compreender que, além de suas competências constitucionais, podem avançar no ensino técnico de programação e em soluções digitais que geram PIB. Há exemplos, como Florianópolis, que multiplicaram sua economia a partir da tecnologia da informação. Nosso intuito é fomentar essa espiral virtuosa em todo o país”, concluiu.

Um dos municípios que tiveram destaque na premiação foi Uberlândia (MG). O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fabiano Pereira, destacou que a cidade participou com quatro iniciativas, sendo contemplada com o programa UdiFi, que disponibiliza wi-fi gratuito em diversos pontos da cidade. “É uma iniciativa brilhante do SindInfor, de realmente reconhecer as iniciativas e os projetos que as cidades têm realizado. Isso proporciona reconhecimento e um estímulo para outras cidades, como benchmark para o desenvolvimento não só socioeconômico, mas também de inovação e tecnologia”.

Desafio para a gestão pública

A relevância da premiação também foi ressaltada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Nova Lima (MG), Lucas Henrique de Oliveira, que celebrou os dois reconhecimentos recebidos pela cidade: o Prêmio Destaque Legislativo, que contemplou a Lei Municipal 2.524 de 2025 por ampliar a Política Municipal de Inovação por meio de desafios públicos e premiações; e a Escola de Programação de Robótica na categoria Formação da Juventude.

“Inovar na gestão pública é um grande desafio, pois lidamos com restrições legais e operacionais. Ter esse espaço para compartilhar experiências e ver o que outras cidades estão fazendo é fundamental. Receber esses prêmios reforça que estamos no caminho certo, ampliando acessibilidade e proximidade com a população”, afirmou.

Já Selma Fraga, secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia de Gravataí (RS) e painelista do encontro, destacou o impacto da visibilidade proporcionada pela premiação. Para ela, mais do que troféus, esses reconhecimentos funcionam como certificações de credibilidade para os municípios. “Cada prêmio recebido é a materialização de um trabalho sério em inovação e políticas públicas. Ele valida o caminho trilhado e abre portas para novas parcerias e investimentos. As cidades passam a ser vistas de forma diferente, ganham autoestima e atraem oportunidades”, explicou. Selma lembrou ainda que, em Gravataí, programas estruturantes em inovação e desburocratização já renderam prêmios em outras esferas e que o município agora investe em um ecossistema com startups, universidades e empreendedores.

Parcerias

O evento contou com o apoio de instituições como a Associação Mineira de Municípios (AMM), o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, o Instituto de Cidades Sustentáveis e o Sebrae Minas, reforçando o caráter plural e colaborativo da iniciativa. De acordo com Fábio Veras, o encontro consolidou Belo Horizonte como polo nacional de discussão sobre cidades inteligentes e inovação urbana. Além da cerimônia de premiação, os participantes acompanharam painéis temáticos com especialistas e gestores, que discutiram desafios da transformação digital, da transparência e da sustentabilidade no setor público.

Foto: @Rafael Tavares | Lamma Filmes