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Conhecimento para quem?
Café Controverso debate acesso à produção científica nacional
Apesar de apresentar altos índices de produtividade no cenário mundial, o Brasil ainda enfrenta dificuldades no que se refere à divulgação e acesso à informação científica produzida internamente.
A questão da democratização dos conteúdos encontra percalços tanto nas formas como as produções chegam à sociedade, quanto no acesso à informação pelos próprios pesquisadores. Mundialmente, o movimento de apoio em favor ao acesso livre à informação científica cresce, defendendo um modelo de interoperabilidade entre bibliotecas e repositórios digitais como alternativa para disseminar e consolidar a produção científica dentro e fora dos países.
Para falar sobre o assunto, o Café Controverso do próximo sábado, 6 de setembro, recebe o pesquisador e professor adjunto da Escola de Ciência da Informação da UFMG, Hélio Kuramoto. Com o título “Open Access X Dependência Científica”, o evento é gratuito e acontece na cafeteria do Espaço do Conhecimento. Na ocasião, o professor, aposentado pelo Instituto Brasileiro de Ciências da Informação e Tecnologia, vai explicar o que é a iniciativa de arquivos abertos e o modelo Open Access, discutindo a viabilidade de implementação da proposta no Brasil.
Contexto
Kamuroto explica que o movimento de livre acesso surgiu após um aumento significativo nos custos das assinaturas de revistas cientificas, que até hoje são o insumo de muitas instituições. “As revistas de maior prestígio se tornaram as mais adquiridas pelas instituições, o que permitiu que seus editores aumentassem exorbitantemente o preço de suas assinaturas. Assim, no início dos anos 2000 iniciou-se um movimento em busca de alternativas para garantir o acesso a esses materiais, o que culminou na proposição do modelo de “Arquivos abertos”, ou Open Archives”.
O movimento de apoio ao acesso livre à informação científica defende, portanto, a definição de aspectos técnicos e de suportes organizacionais que permitam a criação de estruturas que se comuniquem e que sejam acessíveis, a nível global, através de modelos de publicação aberta. “Através do Open Access as informações científicas podem ser acessadas por qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, sem a necessidade de recorrer a assinatura de revistas ou às agências nacionais,como a Capes”, afirma o professor.
Kamuroto defende veementemente a adoção do modelo no Brasil: “Não tenho resposta para explicar o porquê do governo brasileiro ainda não ter feito os investimentos corretos para adoção do Open Acess. Essa postura destoa do movimento mundial e até de nossos vizinhos da América Latina, como a Argentina e o Peru”.
Café Controverso
O conhecimento raramente passa pelo consenso e sua construção se faz, sempre, pelo diálogo. Nos Cafés Controversos, os temas são amplos e diversificados, e não se detêm aos tratados no interior do Espaço do Conhecimento: abordam diferentes setores da cultura, das artes e da ciência. Um espaço de debate e troca de ideias e perspectivas.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos museais. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM e a UFMG e conta com o apoio da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG e DAC – Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
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