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MIBH - Mostra de Intérpretes BH (edição Dorival Caymmi)

A partir de setembro, Belo Horizonte recebe pela primeira vez a MIBH - Mostra de Intérpretes BH, projeto dedicado a valorizar a figura do intérprete.Nesta primeira edição, que acontece de 3 de setembro a 6 de outubro, artistas de diferentes vertentes musicais emprestam talento e versatilidade de interpretação para homenagear o mestre Caymmi. "Haverá shows inéditos para o público belo-horizontino, alguns intérpretes dividem palco pela primeira vez", adianta o diretor artístico e coordenador da MIBH, Rafael Guimarães, que atualmente é também curador e programador musical no SESC Palladium.

 

"A mostra é pautada no estímulo ao intérprete, função importante dentro do processo musical. Ele não é de longe um mero reprodutor de algo já existente, e sim alguém que vai imprimir seu olhar e sensibilidade, na hora de executar a canção", explica Rafael Guimarães. O diretor artístico acrescenta que não foi fácil escolher os músicos: "temos bons intérpretes em BH. Convidei cada artista por sua particularidade e também afinidade com as fases composicionais do Caymmi", explica.

 

Rodrigo Torino, instrumentista, compositor, vencedor do Prêmio BDMG Instrumental 2010, que também se apresenta na MIBH com sua banda Senta a Pua Gafieira, assina a direção musical da mostra. "Caymmi é simplicidade genial resolvida. Por isso, vamos nos orientar por essa linha. Acho que é a lição que o mestre deixa: menos é mais", explica.

 

Realizada com o patrocínio do UniBH, através dos recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, a mostra traz para a capital mineira uma agenda com quatro shows que terão como mestre de cerimônia o cantor e compositor, Lucas Fainblat, jovem talento da nova cena musical de Belo Horizonte.

 

No dia 3/09, sábado, a partir das 16h, Baianas Ozadas comanda a abertura da MIBH, que acontece no Parque Lagoa do Nado (Rua: Desembargador Lincoln, 240 - Itapoã. +Info.: 31 3277-7321), com acesso gratuito. Coordenada por Geo Cardoso e Heleno Augusto, a banda que já possui tradição no carnaval belo-horizontino e, no último, chegou a arrastar cerca de 300 mil foliões, traz neste show um repertório variado, com canções das diversas fases do autor baiano.

 

Os outros shows da MIBH acontecem no Teatro Alterosa (Av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta). No dia 8/09, quinta-feira, o violonista, compositor e cantor Vitor Santana e o cantor e compositor Sergio Pererê apresentam "Canções Praieiras", show dedicado ao cancioneiro de Caymmi que fala sobre o universo do pescador e de quem vive na beira do mar. Em 22/09, quinta, a cantora alagoana de voz singular, no alto dos seus 78 anos, Dona Jandira, sobe ao palco com o músico e instrumentista mineiro Affonsinho (violão), no show "Caymmi: Precursor da Bossa Nova". Juntos eles vão cantar sucessos de Caymmi que influenciaram artistas como Tom Jobim e João Gilberto. E no dia 6/10, quinta, para encerrar a mostra com chave de ouro, dois patrimônios do samba de BH se encontram: Diza Franco, cantora experiente de Samba, MPB e Bossa Nova, vencedora do BDMG Cultural 2009, divide palco com o veterano Mauro Zockratto (Copo Lagoinha), no show "Sambas de Caymmi". Os cantores serão acompanhados pela banda Senta a Pua Gafieira (vencedora do prêmio Marco Antônio Araújo de melhor CD Instrumental 2015).

 

Os ingressos para os shows custam R$5 e R$2,50 (meia) e estão à venda a partir de 25/08 (quinta) no site do Sympla:www.sympla.com.br/mibh ou na bilheteria do teatro, de terça a domingo, das 12h às 19h30. +Info.: 3237-6611. 

 

E POR QUE CAYMMI?

Se estivesse vivo hoje, Caymmi faria 102 anos. Natural de Salvador (BA), foi um artista por excelência. Além de músico, se dedicou à pintura e ao ofício do ator.

 

Apesar de baiano, o artista teve intensa relação com Minas Gerais. Sua mulher, Stela Maris, era mineira, e o compositor residiu durante anos em um sítio no interior do estado. A proximidade com as montanhas também se fez presente na música de Caymmi. Dorival gravou com o mineiro Ary Barroso um disco denominado "Ary Caymmi e Dorival Barroso: Um interpreta o outro", obra prima da MPB.

 

De acordo com Rafael Guimarães, por esse encontro e por tantos outros, a relação musical entre Minas Gerais e Bahia é antiga e reconhecida: "A influência exercida pelo mestre Caymmi se faz notável na obra de músicos de todo o Brasil. Em nosso Estado, de uma forma geral, e em Belo Horizonte, especificamente, não é diferente", explica, Rafael que não esconde a paixão pela obra do autor baiano, que para ele, consegue combinar sofisticação e simplicidade, na mesma medida.

Foto: Luiza Palhares

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