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Membro da Academia Brasileira de letras, Cícero Sandroni lança livro de crônicas na AML

O escritor participa do Autor na Academia e fala sobre a relação entre literatura e jornalismo

 

A Academia Mineira de Letras convida o renomado jornalista e escritor Cícero Sandroni para participar do projeto O Autor na Academia deste mês. O encontro acontece na próxima quarta-feira, dia 9 de setembro, às 19h, com entrada franca. Membro da Academia Brasileira de Letras, ele lança em Belo Horizonte o livro A arte de mentir (Ed. Rocco/2015), que reúne algumas de suas melhores crônicas, a maioria delas publicadas no Jornal do Commercio entre 1999 e 2003. A obra estará à venda no local pelo preço simbólico de R$10,00. Além de autografar o livro, o autor fará também um apanhado sobre a história da imprensa no Brasil - tema recorrente em sua bibliografia -  e falará sobre  a relação híbrida entre literatura e jornalismo.

 

Com 10 livros publicados e mais de 60 anos de carreira dedicados às letras, seja em produções jornalísticas ou literárias, Cícero Sandroni se firmou como um dos nomes mais expressivos do jornalismo brasileiro. Nas mais de cem crônicas de A arte de mentir ele discorre, com leveza e ironia, sobre “memórias de amigos que já partiram e faz uma ou outra alusão aos malfeitos da vida, sem vontade de ser a palmatória do mundo”.

 

Como bom conhecedor do tema, o autor fará palestra sobre literatura e jornalismo, uma análise sobre a imprensa no país, focada nas diferenças, similaridades e interseções que unem as duas narrativas, jornalística e literária. Começando pelo Brasil colônia, passando pela hibridismo do ofício jornalista/escritor e chegando ao dias atuais do "novo jornalismo", conceito que mistura ficção e fatos reais.

 

Sobre Cícero Sandroni

Cícero Sandroni é jornalista e autor de biografias, livros de ficção e sobre a história da imprensa no Brasil. Atuou em vários órgãos da imprensa no Rio de Janeiro - como Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio e O Globo - e escreveu artigos e colunas de oposição ao regime militar instaurado em 1964. Foi um dos articuladores do Manifesto dos Mil, documento assinado por mais de mil escritores, professores e intelectuais do país que ajudou a derrubar a censura aos livros no Brasil. Em 1974 ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, com a revista Tendência, da qual era redator-chefe, na categoria de Melhor Contribuição à Imprensa. Desde 2003 ocupa a cadeira de número 6 da da Academia Brasileira de Letras, onde foi presidente durante o período de  2008/2009. Eleito Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomou posse em julho de 2015.

Em sua bibliografia destacam-se, entre outros, a novela O Diabo Só Chega ao Meio Dia, o romance O Peixe de Amarna  a biografia de Austregésilo de Athayde (prêmio José Ermírio de Morais da ABL) e 1827/ 2007 A história do Jornal do Commercio.


 

Sobre o livro A Arte de mentir

Já no primeiro texto, a literatura de Sandroni ferve, ligando referências e informações do mundo real, como todo bom jornalista, à sensibilidade do escritor. Defendendo a crônica, cita Machado de Assis, para quem: “O folhetinista, na sociedade, ocupa o lugar do colibri na esfera vegetal; salta; esvoaça, brinca, tremula, paira e espaneja-se sobre todos os caules suculentos, sobre todas as seivas vigorosas. Todo mundo lhe pertence; até mesmo a política.” Contrabalançando, o escritor também relembra Alceu Amoroso Lima, arrumando briga com o cronista Rubem Braga, ao dizer que “Uma crônica num livro é como um passarinho afogado”.

 

É este tipo de leitura, com referências curiosas, críticas, pitorescas, salpicadas pelo bom humor e pela escrita leve e inteligente de Cícero Sandroni que encontramos nas mais de cem crônicas de A arte de mentir. A variada gama de personagens reais vão da esposa do escritor, se excedendo, ao ouvir fora do país a trilha de Caetano Veloso e Vinicius de Moraes em um filme espanhol, a lembranças ou nuances dos escritores Clarice (Lispector) e Fernando (Sabino), John Lennon, Aldir Blanc, Dom Helder (Câmara), Hélio Pellegrino, Zé Rubem, Lula, (Gabriel) Garcia Marques, o nariz de Michel Temer, Joel Silveira, para citar alguns. Os lugares: Brasil, Cuba, Paris, Davos... Das guerras à economia, da cozinha à arte, tudo passa pelo crivo do cronista.

 

Foto: Divulgação

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