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Orquestra Sinfônica de Minas Gerais executa peça inédita de Paul Hindemith, além de obras de Strauss e Edward Elgar

Em destaque os naipes de sopro, cordas e metais da Orquestra

A Fundação Clóvis Salgado promove mais uma edição da série Sinfônica no Museu, com a Orquestra Sinfônica de MinasGerais. No concerto, a OSMG executa, pela primeira vez, a peça Música da Manhã, do compositor Paul Hindemith.  Os trabalhos de dois representantes do estilo Romântico do Século XIX, Richard Strauss e Edward Elgar, também são contemplados no programa que celebra os concertos camerísticos, com destaque para as seções de cordas, metais e sopro da orquestra. Cada uma destas sessões terá um momento de destaque, no concerto que foi dividido em quatro partes.

 

A apresentação começa com a peça inédita Música da Manhã, do alemão Hindemith. A obra, composta para metais, possui grau de dificuldade elevado, como explica o maestro Sérgio Gomes: “A peça possui detalhes que nos demandam máxima atenção, como a afinação dos metais, já que a composição destaca a harmonia e a tonalidade do concerto”, observa.

 

Sérgio Gomes ressalta ainda a importância de Hindemith no cenário da música clássica mundial. De acordo com o maestro, o estilo do compositor alemão se aproxima muito da performance dos músicos impressionistas. “Hindemith era um grande conhecedor de quase todos os instrumentos, e isso fez com que ele se aproximasse da polifonia clássica, mas sem deixar de experimentar caminhos diferentes para suas composições”, conclui.

 

Na sequência, a Orquestra Sinfônica executa Serenata para Instrumentos de Sopro, de Richard Strauss. Com apenas um movimento, a peça foi composta para pares de flautas, oboés e clarinetas, somados a quatro trompas e dois fagotes. Sérgio Gomes aponta que a obra de Strauss foi claramente influenciada por compositores alemães como Mozart, Schumann, Mendelssohn e Brahms. “É uma peça que, mesmo tendo sido composta quando ele tinha 17 anos, já demonstrava todo o brilhantismo de Strauss, que dialogava com compositores da época já consagrados”, conclui.

 

Serenata para Cordas, do britânico Edward Elgar, encerra a participação dos naipes. A obra reúne violas, violinos e violoncelo em três movimentos que destacam a sonoridade de cada instrumento.

 

Para encerrar o concerto, a OSMG se reúne para executar uma das obras mais complexas de Elgar: Variações Enigma. A peça é uma suíte de 14 variações musicais compostas pelo britânico, em 1899, e homenageia, sem citar nomes, pessoas próximas à vida do compositor, que é um dos grandes representantes do Romantismo Inglês. Cada movimento tem iniciais - como C, A, E, HDS-P, RBT entre outros – que ajudam a identificar os homenageados. Entre eles estão sua esposa Alice, na primeira variação, um buldogue e o próprio Elgar.

 

A dificuldade da obra, como explica o maestro Sérgio Gomes, reside nas alterações dos movimentos a partir do tema central. “Variações Enigma privilegia todos os elementos de uma orquestra sinfônica. A composição de Elgar, assim como o trabalho de Mozart, é uma chance de toda a orquestra se envolver durante a execução da peça. Cada um dos 14 movimentos destaca determinado grupo de instrumentos”, finaliza.

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Fundada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta repertório que compreende todos os períodos da história da música escrita para orquestra: óperas, balés, concertos, poemas sinfônicos e grandes obras sinfônico-corais, em apresentações ao ar livre, na capital e no interior. Um dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado, é considerada um dos mais importantes patrimônios artístico-culturais do Estado. Seu regente titular é o maestro Marcelo Ramos, mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e Doutor em Artes e Regência Orquestral na Ball State University (EUA). 

 

Sérgio Gomes – Graduado em trompa pela UFMG, nasceu no Rio de Janeiro e iniciou os estudos musicais com seu pai, o maestro Sebastião Gomes. Iniciou aos 11 anos os estudos de trompa na Escola de Música de Brasília. Em 1977, passou a integrar como primeiro trompista a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Na área de música de câmara, participou dos mais importantes grupos do gênero em Belo Horizonte. Foi professor do Centro de Formação Artística da Fundação Clovis Salgado e da Escola de Música de Universidade do Estado de Minas Gerais. Atuou como ensaiador da OSMG e como assistente dos regentes Holger Kolodziej, Marcelo Ramos e Roberto Tibiriçá. Atualmente, Sergio Gomes é primeiro trompista solista e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

 

Sobre os compositores:

Paul Hindemith (1895-1963) Compositor, violinista, maestro e professor alemão. Colaborou com vários compositores avant garde, incluindo Anton Webern e Arnold Schoenberg. Fez várias turnês pelos Estados Unidos da América no final da década de 1930, como violinista solista.

 

Edward Elgar (1857-1934) – É um dos nomes mais expressivos do Romantismo Inglês. Foi um autodidata e conheceu relativamente tarde a maturidade como compositor. Compôs muitas obras duradouras, mas suas composições mais populares são Variações Enigma e a série de cinco marchas militares conhecidas como Pompa e Circunstância.

 

Richard Georg Strauss (1864 –1949) – compositor e maestro alemão, é considerado um dos representantes mais significativos da música clássica. Seu trabalho compreende o fim da Era Romântica e a primeira metade do século XX. Poemas sinfônicos, óperas e peças solísticas fazem parte da herança musical do alemão. 

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