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Diversidade sexual ganha espaço na Virada Cultural

Nesta edição, terá um palco transgressor na Rua Guaicurus, o palco-cabaré.

A Virada Cultural 2014 além de dar usos criativos aos espaços públicos propõe novos olhares sobre a diversidade de gêneros. Nesta edição, Belo Horizonte terá um palco transgressor na Rua Guaicurus, o palco-cabaré, situado em uma das principais zonas boêmias da cidade. Cenário do romance Hilda Furacão de Roberto Drummond, o espaço conta com atrações de música, artes visuais, teatro, performance e dança por 24h. Todas as atividades são gratuitas e fazem parte da programação da Virada Cultural 2014, promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), em correalização com a Associação de Amigos do Museu Histórico Abílio Barreto (AAMHAB), que acontece das 19h do dia 30 às 19h do dia 31 de agosto por toda a cidade.

 

As atrações da Guaicurus abrem para a cidade ações e espetáculos LGBT, incentivando o debate sobre as questões de gênero. A noite começa com uma intervenção urbana, às 23h30, da “UP3 União Performática Pessoas da Pessoa” chamada Lili Viatura e Leleca Camburão em Pirulito ou Rosquinha. A performance apresenta duas personagens travestidas, circulando pelas ruas da cidade e oferecendo de forma maliciosa as guloseimas. De forma bem humorada, as personagens mexem com o imaginário e propõem uma reflexão sobre dúbios desejos, afetos e atrações. Já às 23h45, o público terá a chance de ver a exposição “Aparecidas” com fotos de Bianca Aun que serão projetadas na rua. As imagens retratam de maneira delicada a sensualidade e beleza das profissionais do sexo atuantes na região.

 

A festa continua de madrugada. Às 1h30, Mariana Queiroz e Naiara Beleza, a musa do pole dance mineiro, mostram suas proezas numa performance surpreendente, acrobática e original. Às 2h, Tom Zé sobe ao palco e promete fazer um show histórico na Virada Cultural.

Ao mesmo tempo, acontece o “Vira Lata In Ácida Queen: Freehand”, performance na qual dois grafiteiros criam sobre duas atrizes uma pintura mural, deixando no espaço a marca dos corpos e das formas pictóricas, dialogando com a cena.

 

Ao amanhecer, às 5h, acontece o espetáculo - festa “No Soy un Máricon”, no qual cinco atores apresentam ao público, sempre com muita "fechação", quatro pocket-shows narrando a história de travestis que passam do anonimato à fama, e da fama à decadência. Um dos artistas do elenco, Davidson Maurity, afirma que o “espetáculo é parte da concretização de um desejo: “voltar nossos olhares para as figuras das travestis”. Ele ressalta ainda o crescente interesse dos belo-horizontinos nas questões de gênero. “A Virada dá um passo a frente tratando dessas questões e proporcionando espaço para esses trabalhos”, conclui.

 

Sesc Palladium

Paralelamente ao palco-cabaré, o Sesc Palladium também conta com uma programação alternativa a partir das 5h30 da manhã com filmes de temática periférica em vários sentidos, abordando desde a marginalização sexual, cultural, social até a geográfica.  Um exemplo é o longa, “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, que narra a história do grupo teatral Chão de Estrelas que, em Recife, realiza shows repletos de deboches e cenas de nudez, abordando a questão da homossexualidade na época da ditadura militar brasileira.

 

Às 2h da madrugada, no foyer do Palladium acontece a edição especial do “Duelo de Vogue”, uma competição de desfiles e performances com muito “pombagirismo”, que mistura moda, cultura de rua e de guetto. Segundo o criador do espetáculo, Guilherme Morais, a edição reúne os melhores competidores. “Vai ser maravilhoso. A atividade vai dar mais força ao movimento. O duelo tem um caráter inovador e muito inventivo. As pessoas vão recarregar as baterias e se divertir”, acredita.

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