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Festival Ponta a Pé Cultural chega à 12ª edição reafirmando a força da cultura periférica em Belo Horizonte
Iniciativa idealizada pela Cóccix Companhia Teatral acontece de 5 a 30 de setembro, em diversos bairros da regional Venda Nova
De 5 a 30 de setembro de 2025, a Regional Venda Nova, em Belo Horizonte, será novamente palco de arte, memória e encontro, com a realização da 12ª edição do Festival Ponta a Pé Cultural. Idealizado pela Cóccix Companhia Teatral, o evento já se consolida como referência cultural da comunidade e uma das principais iniciativas de valorização da produção artística periférica da cidade. O projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e conta com patrocínio da MGS - Minas Gerais Administração e Serviços S.A.
A edição deste ano traz o tema “Cultura e Territorialidade” e apresenta 38 atividades multissetoriais gratuitas, contemplando teatro, circo, dança, música, artes visuais, literatura, audiovisual, cultura popular e tradicional, além de oficinas e palestras formativas e atividades de fomento e homenagem a artistas locais. “O Festival Ponta a Pé é um convite para que a comunidade de Venda Nova reconheça o seu próprio território como espaço legítimo de criação e fruição artística. Nossa proposta é fortalecer vínculos, valorizar memórias e ampliar o acesso à cultura, mostrando que a periferia também é centro quando o assunto é arte”, afirma Rogério Gomes, idealizador, coordenador e programador do festival, ao lado de Sinara Teles.
Segundo ele, a iniciativa, que é realizada desde 2008, já se enraizou no cotidiano da população, que reconhece os equipamentos públicos, as associações comunitárias e os espaços de convivência como palcos naturais para suas atividades. “Foi por esse processo de fidelização que o festival ultrapassou o caráter pontual e se tornou uma tradição, aguardada pela comunidade a cada edição”, comemora.
Este ano, as ações do festival circulam pelos bairros Conjunto Minas Caixa, Minas Caixa, Serra Verde e Letícia, mobilizando espaços como CEVAE Serra Verde, Casa Ativa de Cultura, SESC Venda Nova – parceiro do evento, por meio da Rede de Artistas de Venda Nova – e escolas públicas da região. É nessa territorialização que reside o coração do projeto, a interação com ambientes comunitários historicamente ocupados pela cultura local. “O que nos move é transformar os espaços cotidianos em espaços de arte, mostrando que a cultura feita em Venda Nova tem força para dialogar com a cidade inteira”, complementa Sinara Teles.
Além das atividades presenciais, a 12ª edição terá uma oficina de produção cultural em plataforma virtual, ampliando o alcance formativo do festival para artistas e agentes culturais de outras regiões. A programação inclui ainda um encontro intergeracional e interdisciplinar: “Nossa proposta é justamente essa, criar encontros. Encontros entre diferentes linguagens artísticas, entre gerações, entre artistas e comunidade. Queremos que cada atividade seja um espaço de convivência e descoberta, reafirmando a arte como direito de todos e como forma de aproximar pessoas”, explica Gomes.
Entre os destaques da programação estará o espetáculo de abertura “A Velha Venda Nova”, da própria Cóccix Companhia Teatral. A montagem é fruto de pesquisas sobre os 314 anos de existência da regional, que já era um povoado estabelecido desde o século 18, bem antes de Belo Horizonte existir. O texto conta a história da criação e do desenvolvimento da Regional Venda Nova, pelo ponto de vista de duas senhoras enraizadas no coração do lugar: as personagens Native e Ceição. Durante três horas, memórias, causos curiosos e histórias resgatam a trajetória da regional mais antiga de Belo Horizonte.
Através dos casos contados pelas protagonistas, “A Velha Venda Nova” passeia por espaços icônicos da regional como a boate Sóvem, os campos onde ocorriam as disputas entre times de futebol locais, o córrego Vilarinho e as memoráveis quadras que recebiam esportistas durante o dia e os bailes da cultura black à noite. A peça também garante espaço para o sedutor e enigmático Capeta da Vilarinho, que contribuiu para inserir Venda Nova no catálogo das lendas urbanas de Belo Horizonte. O texto traz acenos a personalidades que ajudaram a construir a história da regional, como a radialista Glória Lopes, famosa pelo programa policial que apresentava na Itatiaia, e o padre Pedro Pinto Fernandes (1890-1953), que hoje empresta seu nome à principal rua das imediações.
Na 12ª edição, o festival traz a homenagem ao multiartista Gil Ramos (também integrante do elenco de “A Velha Nova”) com a produção do documentário - Sobre Mestres: Capítulo I – Vida e Obra de Gil Ramos, dirigido por Rogério Gomes e com coordenação de produção de Sinara Teles. O filme inaugura a Homenagem Mestres(as) das Artes, iniciativa inédita que reconhece e valoriza o legado de artistas que marcaram a história cultural da cidade de BH. Haverá uma sessão aberta ao público, depois sessões destinadas às escolas da região, as exibições do ambiente escolar serão seguidas de conversas mediadas, estimulando a troca entre público, estudantes, arte e território, fortalecendo o vínculo do público com o audiovisual e reafirmando o compromisso do festival com o tema desta edição, Cultura e Territorialidade, valorizando as memórias e a produção artística brasileira, mineira e vendanovense. Gil Ramos, artista múltiplo e referência do teatro popular em Belo Horizonte, é o homenageado desta estreia, com uma trajetória de mais de 46 anos dedicada à arte e profundamente ligada à vida cultural e comunitária de Venda Nova.
Ainda como ponto alto da agenda estão as apresentações de: BMCX no Ponta a Pé – Batalha do Minas Caixa, jogando os holofotes para o hip hop local; ABIKÚ, espetáculo do Teatro Negro e Atitude que aborda temas como infância, desigualdade e ancestralidade, utilizando o mito africano “Abíkú” como contraponto; além da premiada peça infantil Uma surpresa para Benedita, do Grupo Trampulim, garantindo alegria e muitas gargalhadas do público com os erros e os acertos da preparação de um jantar romântico pelos palhações Benedita e Sabonete.
Sobre a Cóccix Companhia Teatral
A Cóccix Companhia Teatral foi fundada em 2006, na regional Venda Nova, em Belo Horizonte/MG, pelos artistas Rogério Gomes e Sinara Teles. Em quase duas décadas de atuação, a companhia consolidou sua identidade com base nos conceitos de pertença, enraizamento e ação cultural.
Sobre o Festival Ponta a Pé
Desde 2008, o Festival Ponta a Pé Cultural, realizado na regional de Venda Nova, já realizou mais de 200 atividades multiculturais em Belo Horizonte, impactando diretamente cerca de 20 mil espectadores presenciais. Durante a pandemia, em suas edições virtuais (2021), o festival ampliou seu alcance para o território nacional e internacional, reunindo cerca de 40 mil pessoas online. Ao longo de sua trajetória, o evento também garantiu aproximadamente 660 contratações de artistas e técnicos, reforçando seu papel de fomento à economia criativa e de fortalecimento da cena cultural periférica.
FICHA TÉCNICA DO FESTIVAL
Coordenação Geral e programação: Rogério Gomes e Sinara Teles
Coordenação Artística: Rogério Gomes
Coordenação de Produção: Cláudia Henrique
Coordenação Técnica: Davi Cesário, José Reis
Coordenação de Comunicação: Sinara Teles
Comunicação: Bárbara Profeta
Assessoria de Imprensa: Cristina Sanches - CS Comunicação e Arte
Direção de Arte/Identidade Visual: Carolina Cândido
Designer Gráfico: Fabiano Lana
Produção Local: Davi Cesário, Gil Ramos
Tradução em Libras: Fabiana Fernandes
Fotografia e filmagem: Bruna Cris, William Correa
Financeiro e Prestação de Contas: Sinara Teles
Serviço Contábil e Jurídico: Mcosta & Vaz Assessoria e Consultoria Contábil
Realização: Cóccix Companhia Teatral
SERVIÇO: 12º Festival Ponta a Pé Cultural
De 5 a 30 de setembro – Regional Venda Nova
Foto: Divulgação
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