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Viaduto das Artes recebe a exposição Do Barroco a Transparência

Idealizada pelo gestor cultural Luiz De Filippo, mostra fica em cartaz de 22 de agosto a 21 de setembro; Miguel Gontijo, Ângelo Issa e Leandro Gabriel são alguns dos nomes presentes na exibição

O Viaduto das Artes (Av. Olinto Meireles, 45, Barreiro), iniciativa que tem movimentado o cenário cultural da região do Barreiro, em Belo Horizonte, sedia mais uma expressiva mostra. “Do Barroco a Transparência”, idealizada pelo gestor cultural Luiz De Filippo, ficará aberta para a visitação do público de 22 de agosto a 21 de setembro.

 

Importantes nomes das artes mineiras estarão presentes na exposição. Ângelo Issa, Alexandre Rato, Daniel Moreira, Daniel Pinho, Jônatas Milagres, Juçara Costa, Léo Brizola, Leandro Gabriel, Mara Martins, Miguel Gontijo, Samuel Oliveira, Sérgio Vaz e Paulo Torres levarão suas obras para o Viaduto das Artes.

 

A espetacularização está cada vez mais presente no cotidiano das sociedades atuais. O espetáculo pode ser observado em diversos locais, como no espaço midiático e na política. De acordo com Luiz de Filippo, um dos objetivos dessa mostra é fazer uma reflexão sobre o espetáculo com bases no olhar de Guy Debord sobre o tema do seu livro A Sociedade do Espetáculo.

 

O caráter contestatório da obra de Debord nos incita a uma luta acirrada contra a perversão da vida moderna, que prefere a imagem e a representação ao realismo concreto e natural, a aparência ao ser, a ilusão à realidade; sobre o fetichismo da mercadoria; sobre a alienação do público através da espetacularização e sobre a opinião pública.

 

O barroco veio nos apresentar como estilo para o desenvolvimento dessa mostra. Primeiro, por conter em sua essência o poder do espetáculo; e segundo por ser um estilo formador da nossa cultura e estar ainda tão próximo de nós.

 

O barroco é um estilo que desenvolveu nos meados do século XVII, na Itália. Sua ênfase é colocada sobre o equilíbrio, através da harmonia das partes em sua subordinação ao conjunto. É típico das obras barrocas que empreguem vários meios para ativar a participação corporal e emocional do observador. A pintura e a escultura, para atingirem tal objetivo, necessitam, antes de mais nada, criar a ilusão da realidade dos temas representados.  O barroco apega-se à substância, às cores, e às texturas das coisas, para criar um espaço, onde o tema e o espectador podem unir-se num momento temporal específico e por vezes dramático. Essa emergência física do barroco é obtida de modo particular pelo uso calculado da luz e da sombra, do cheio e do vazio, de curvas ou diagonais marcadas, pela quebra das expectativas e dos planos.

 

Os artistas convidados para compor essa mostra tiveram como desafio traduzir essas diversas passagens de tempo, espaço e pensamentos, em obras que refletissem o seu universo atual. E eles optaram em produzi-las em suportes transparentes, caracterizando assim a leveza e transposição dos assuntos abordados. Suas tênues imagens são deixadas a cargo da luz que traduz a finitude de um momento bem como a continuação da nossa cultura. A transparência é a passagem de um momento para o outro, de uma cena para outra, a permitir a perpetuação através de vestígios que a luz imprime sobre as paredes.

Foto: Divulgação 

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