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A peça Boa noite cinderela, com o ator Amauri Reis, está em cartaz no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa

Vestido de bailarina, Amauri Reis transforma um acontecimento dramático em uma história divertida

Boa Noite Cinderela é a comédia estrelada por Amauri Reis, que segue em cartaz esta semana, de sexta a domingo (de 19 a 21 de agosto) até 4 de setembro, no teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, em BH. O texto é do ator Carlos Nunes e a direção é de Inês Peixoto, ambos amigos de Amauri há muitos anos. A história, que a princípio deveria ser dramática, se torna muito engraçada pela maneira como é contada: um bancário cinquentão e carente, bailarino clássico amador, se dá muito mal numa aventura romântica. Após conhecer um rapazote numa boate, acorda, três dias depois, em casa, sozinho, sem móveis, sem dinheiro, e com vergonha de pedir qualquer ajuda ou socorro. Afinal, o que as pessoas, a família, os colegas de trabalho, o chefe - o mundo todo, enfim - vão pensar?

 

Assim, Amauri conta essa história o tempo todo vestido de bailarina. Para encená-la, passou mais de 2 anos aprendendo balé clássico. Cheio de angústia, o personagem dispara para si mesmo perguntas do tipo: Como é que eu vou contar para a minha mãe? Como eu vou falar com o meu pai? Como que eu vou contar para o mala do meu chefe? Como vou falar com minha amiga Marcilene?”. Para o ator, o texto revela a realidade compartilhada por grande parte da sociedade que vive oprimida pelo medo das reações das pessoas. “Estamos vivendo um momento de exacerbação da homofobia, onde um cara entra numa boate e mata, a tiros, 50 homossexuais. É um espetáculo que alerta para que as pessoas se respeitem, independente se é branco, negro, espírita, católico, hétero ou homossexual”, diz Amauri. 

 

Inês Peixoto conta que quando leu o texto, aceitou fazer a direção com a condição de que tivessem um tempo maior de processo para que conseguissem levar a história para um lugar mais vertical. “Eu não queria abordar esse tema somente brincando com o inusitado de um homem vestido de bailarina . Então, ela propôs ao Amauri que tentassem achar o humor, com outra pegada. “E nada como mexer no material pra você ir se apropriando. Então, quando conseguimos tocar na delicadeza desse personagem, começamos a sentir que estávamos com um espetáculo leve e muito tocante nas mãos. Fui me emocionando com este processo todo. Acho que é um assunto que precisamos falar muito, a cada dia. Desde o começo do ano pra hoje, ou seja, de março de 2016, quando começamos a ensaiar, até junho, essa urgência tornou-se ainda maior diante dos acontecimentos que estão ocorrendo no nosso país, esse retrocesso na liberdade de expressão, nas liberdades de escolha”, avalia. 

 

A montagem - produção 

O ponto de partida para começar a montagem foi a necessidade de Amauri Reis dominar um pouco de balet clássico para realização do número de dança presente no texto. Em 2013, ele iniciou as aulas. Depois, realizou workshops de imagem do personagem como gerente de banco e como bailarino clássico. Os ensaios da montagem começaram em março de 2016. “Amauri me mostrou, no primeiro dia de ensaio, a coreografia que ele trabalhou durante os dois anos a que ele se dedicou ao balet. Desta primeira cena, partimos para o "acordar" de um "boa noite Cinderela". Mergulhamos nos temas da solidão, do preconceito, da fantasia, do amor e da perda. Assistimos filmes realistas sobre relações amorosas pagas, como por exemplo "O Cheiro da gente". Assistimos diversas versões de "Cinderella" e "O lago dos cisnes ", mergulhando no universo encantador e feminino das princesas bailarinas. Bebemos em Chaplin e no Les Ballets Trockadero de Monte Carlo. Fomos encontrando nosso jeito de dançar, sofrer e rir dessa história”, revela Inês Peixoto.

 

Ficha Técnica - “Boa Noite Cinderela”

 

Texto - Carlos Nunes / Elenco  - Amauri Reis / Participação em áudio - Kayete  (áudio), / Participação em vídeo - Sammer Iêgo Lemos / Direção - Inês Peixoto / Assistente de direção - Kênia Oliveira / Cenário e Figurino - Cícero Miranda / Modelagem do Figurino da Bailarina - Ana Maria Faleiro  / Criação de Luz - Wladimir Medeiros / Trilha Sonora - Márcio Monteiro/ Preparação Corporal e Coreografia - Leonard Henrique e Denizar Dennis / Chefe de palco - Márcio Carvalho / Designer Gráfico e fotos - Tiago Pereira / Assessoria de Imprensa - Jozane Faleiro - Luz Comunicação / Produção - Amauri Reis / Agradecimentos: Wesley Marchiori, Patricia Avelar Zol, Suelly Freire Escola de Dança, Eduardo Moreira, Kayete, Marcus Vinicius Rodrigues Oliveira / Agradecimento Especial - Tiago Pereira 

Foto: Divulgação

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