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Mutações entre dois mundos: 30 anos de experiências do pensamento

Idealizado por Adauto Novaes, Ciclo de Conferências Mutações completa três décadas e é recebido pelo BDMG Cultural

O Ciclo de Conferências Mutações está com inscrições abertas para sua nova edição, “Mutações – Entre Dois Mundos”. Em 2016, a iniciativa completa 30 anos de trajetória. A abertura será no dia 1º de setembro, quinta-feira, às 19h, no Auditório do BDMG Cultural (Rua Bernardo Guimarães, 1600 – Centro), tendo como conferencista o francês Francis Wolff. Na ocasião também será lançado o livro que reúne os ensaios do ciclo “Mutações – O Novo Espírito Utópico, realizado em 2015, (Edições Sesc SP, 2015). As demais palestras serão realizadas, entre os dias 12 de setembro e 5 de outubro, às segundas, terças e quartas-feiras, às 19h.

 

Além de Francis Wolff, o Ciclo contará com os conferencistas José Miguel Wisnik, Luis Alberto Oliveira, Franklin Leopoldo e Silva, Pedro Duarte, Newton Bignotto, Oswaldo Giacoia, Francisco Bosco, Eugênio Bucci, Maria Rita Kehl, Jorge Coli, Renato Lessa e Antônio Cícero. As conferências serão realizadas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Mais informações e inscrições no site www.mutacoes.com.br. As inscrições para o Ciclo completo são de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), e, para conferências avulsas, o investimento é de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

 

Adauto Novaes sobre o Ciclo Mutações - Entre Dois Mundos - 30 anos

Segundo o idealizador do Ciclo Mutações, o filósofo Adauto Novaes, duas razões conduzem à retomada do que foi pensado nos últimos 30 anos. “Aeterna rememoração filosófica da política, do sensível, do tempo, da história – incansável enriquecimento de significações, uma vez que o mundo e o homem mantêm-se somente em movimento, por meio de transformações silenciosas –, e a mutação, transformação radical, que se verifica em todas as áreas da atividade humana.  É preciso pensar este novo mundo”, afirma Adauto.

 

Ao longo de 30 anos, foram publicados mais de 800 ensaios a partir das conferências. “Muitos deles foram gestados na sombra e no silêncio impostos pelos anos 1960 e 1970 no Brasil, quando, em meio à incerteza, surgiam os primeiros sinais de uma transformação também silenciosa”, ressalta, ao lembrar que a década de 1980 acompanhou o crepúsculo de uma civilização. “Para não cair nas admiráveis armadilhas postas pela tecnociência, uma das origens das mutações por que se passa hoje, perguntava-se: o que pode haver ainda de humano no mundo que tende a ser dominado pela técnica? ”, destaca.

 

Também segundo Adauto Novaes, os sinais da tecnociência já eram latentes no mundo, e, assim, não tocavam explicitamente os sentidos e a consciência dos indivíduos, como hoje acontece. “Eram apenas esboços imperceptíveis e quase invisíveis para nós. O filósofo francês Henri Bergson usa uma imagem que podemos adaptar a nossa pouca visão do que acontecia à época: a de uma fotografia que não foi ainda mergulhada no banho no qual ela se revelará. Era preciso criar este revelador”, completa.

 

“O que nos resta é tentar responder ao enigma: o que é aniquilado e o que é conservado na mutação. Somos herdeiros de que história?”, comenta o filósofo. “Vivíamos (e vivemos) entre dois mundos, um que não acabou inteiramente e outro que não começou inteiramente. Nessa ambivalência, éramos adeptos do pensamento humanista, mesmo que Michel Foucault já falasse do ‘fim do humanismo’. Não pensávamos em reabilitar o velho mundo, apenas repensá-lo, sem negar o legado prodigioso de Mallarmé, Freud, Musil, Bérgson, Marx, Einstein (e a relatividade restrita), Valéry, Proust, Wittgenstein, Sartre, Foucault e tantos outros grandes pensadores.”

 

Mutações - Entre Dois mundos é uma realização da Artepensamento, com patrocínio da Petrobras e co-patrocínio BDMG Cultural, BDMG e Governo de Minas Gerais, além do apoio da Associação Pró-Cultura Promoção das Artes – APPA e Institut Français.

Foto: Benedita Comunicação

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