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Cine Navegança exibe filmes em seis espaços públicos da RMBH Contagem
Programação gratuita com filmes brasileiros independentes acontece de 23 a 28 de agosto
Entre os dias 23 e 28 de agosto, Contagem, na região metropolitana de BH, será palco do 1º Cine Navegança, uma mostra de curtas, médias e longas-metragens que vai circular por seis espaços públicos da cidade, em oito exibições de filmes brasileiros independentes. O evento, que celebra os 25 anos de trajetória artística de Ayam Ubrais Barco, contará com sete obras e uma oficina. As exibições serão na Casa de Cultura Nair Mendes Moreira (23/08), às 20h; no Espaço Trama de Teatro (24/08), às 16h; no Instituto Cultural CircoLar (24/08), às 20h; no Parque Ecológico Eldorado (25/08), às 11h; na Funec Oitis (26/08), às 9h40; no CEU das Artes Ressaca (26/08 e 27/08), às 14h e às 8h30; e no Parque Gentil Diniz (26/08), às 19h30.
O Cine Navegança faz parte do projeto Navegança, que será realizado até o fim deste ano como celebração aos 25 anos de carreira de Ayam Ubrais Barco. De acordo com a produtora cultural Andreia Carvalho, a ação simboliza o contínuo movimento da arte de Ayam, fluindo entre música, cinema, artes plásticas e literatura. “Navegança é um termo utilizado por Ayam ao falar, de forma poética, sobre a vida em movimento e remete à sua produção artística que está em contínuo mover-se. Ao idealizar esta celebração de seus 25 anos de trabalho artístico, eu, como produtora, busquei um nome que pudesse traduzir essa multiplicidade e esse mover de sua arte fluindo constantemente entre a música, o cinema, as artes plásticas e a literatura”, explicou ela.
Os filmes presentes na mostra contemplam uma variedade de gêneros, incluindo documentários, obras experimentais, videoclipes, filmes infantis, LGBTQUIAP+, entre outros, além de abordarem temas que vão do amor às críticas sociais. “O Cine Navegança será uma mostra com o intuito de partilhar, com o público de todas as idades, uma experiência diferenciada em audiovisual, gratuita, acessível e em diferentes espaços públicos da cidade”, afirma a produtora, destacando que os trabalhos que compõem a mostra contam com a participação de Ayam, ora na trilha-sonora, ora na atuação ou produção.
Dentre os filmes, Ayam destaca que “Entre Rios, Entre Nós” consegue fazer uma síntese de sua carreira e o momento atual que vive. “Cada filme tem seu encanto correspondente e todos eles me encantaram com suas particularidades. Agora penso que esse tem uma dimensão distinta dos demais, porque ele nasce de uma ideia de como se dá a navegação de fazer canções para um disco conceitual e criar uma exposição, com sete telas, cada uma como representação. Foi um filme desafiador e creio que conseguimos traduzir todo esse navegar, porque não sabíamos do desafio, mas fomos remando e quanto mais remávamos, mais fluía”, explica ele.
A programação do Cine Navegança conta ainda com rodas de conversa sobre produção audiovisual e música para cinema com Ayam Ubrais Barco, além da presença de diretores e trilheiros sonoros convidados, como Edson Bastos, Henrique Filho, Ronald Jesus e IsmeraRock. As conversas serão mediadas por convidados locais e terão interpretação em libras, garantindo acessibilidade. Além das exibições, o evento oferece uma oficina de produção audiovisual de baixo orçamento. Destinada ao público jovem, a oficina ensinará como realizar filmes utilizando apenas um celular, promovendo a formação e o incentivo à criação audiovisual. A atividade será exclusiva para os estudantes da Funec Inconfidentes, em Contagem, nos dias 27 e 28, entre 14h e 17h.
O projeto “Navegança”, viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, busca descentralizar e democratizar o acesso à cultura, proporcionando uma programação rica e inclusiva. Além do Cine Navegança, Ayam Ubrais está com a exposição “Avá Canoa” em cartaz. Cheia de singularidade, as pinturas proporcionam ao público um mergulho na história das canoas e na vida dos povos que ainda as utilizam. As obras estão disponíveis para visitação na Casa Nair Mendes Moreira até o dia 06 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Entrada gratuita.
SERVIÇO: Cine Navegança
Abertura: 24 de agosto, às 20h, na Casa Nair Mendes Moreira (Praça Vereador Josias Belém, 1, Sede)
Período: até 28 de agosto de 2024, em diversos espaços públicos de Contagem
Entrada Gratuita
Programação: https://www.instagram.com/naveganca/
Nascido na Bahia e forjado em Minas, Ayam é um legítimo baianeiro. Filósofo pela Universidade Estadual de Santa Cruz de Ilhéus (BA), ele atua como artista plástico, cantautor e trabalhador da arte. Residente em Contagem, ele lembra que a imersão artística teve início ainda na infância, sob a orientação da avó materna, dona Filismina. “Ela cuidava de mim todas as tardes enquanto meus pais trabalhavam. E eu era virado no estopô e atrapalhava o trabalho dela com flores artesanais, pois ela tinha que ficar me perseguindo pela casa toda. Ela se atentou que eu só sossegava para assistir os filmes de índios e caubois ‘americanalhados’ que passavam na TV. Então, desenhou num papel de caderno os indígenas e os caubois e me mostrou. A partir daí, eu atravessava a tarde mais sossegado desenhando junto a ela”, relembra.
Um fato curioso é que Ayam criou para suas obras uma técnica própria, que foi chamada de “filisminogravura”, em homenagem a avó. Outro fato está no nome do artista. “Ayam é o nome de nascença. Ubrais surge por conta da minha mãe católica crer que eu era possuído por um demônio de mesmo nome. Isso me fez passar por inúmeras sessões de exorcismo com água benta e berros”, relembra ele, citando que ‘Barco’ foi uma escolha inspirada por um episódio curioso. “Na tentativa de minha mãe provar que eu era doido, pela via científica, me obrigou a fazer uns três eletros da cabeça e todos deram normais. No último, ao sair da clínica, passou um carro de som, anunciando coisas, com um cara cantando: ‘Aquela nuvem que passa lá em cima sou eu…’. Aê eu pensei: ‘Oxen.. se esse cara diz que é uma nuvem e não é doido, agora eu vou ser o barco..”, relata o artista.
Em solo mineiro, Ayam atua em causas sociais e trabalha com artes plásticas, poesia, música, trilha sonora para cinema e teatro e, ocasionalmente, atua. Ele define sua obra como fundamentada em “amor e luta”. “Penso nos povos do mundo todo, especialmente nos que metem a mão na massa”, finaliza o artista.
Foto: REPRODUÇÃO DO FILME DE CARLINHOS/DIVULGAÇÃO
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