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Entre os dias 10 e 14 de agosto, o MIS Cine Santa Tereza vai exibir os filmes da II Mostra Medo e Delírio no Cinema Brasileiro Contemporâneo. Serão 16 títulos (7 longas-metragens e 9 curtas) de horror ou suspense, com variadas formas de exploração do gênero em produções do país nos últimos anos. Se a primeira edição da mostra (realizada em outubro de 2014 no Cine Humberto Mauro) reuniu quase 40 títulos realizados nas últimas duas décadas, agora a atenção maior é para trabalhos recentes que demonstram a vitalidade do terror nas nossas telas. A entrada é franca.

“Ao longo de 75 anos, a produção de filmes de terror no Brasil chega a mais de 200 títulos, muitos deles absolutamente desconhecidos do público, mesmo com a assinatura de nomes como Walter Hugo Khouri, Jean Garrett, Elyseu Visconti e Carlos Hugo Christensen. Muita gente pensa somente no Zé do Caixão quando o assunto é horror no Brasil”, analisa o jornalista, crítico de cinema e professor Marcelo Miranda, curador das duas edições da mostra. “Quando o cinema brasileiro foi retomado em 1994, após o vácuo de quatro anos devido ao fim da Embrafilme, o gênero entrou numa crise ainda maior. Não era legitimador fazer filmes de terror quando a produção local precisava se firmar novamente diante da crítica e do público. Na contracorrente, alguns trabalhos inseriam elementos do gênero em suas narrativas, ainda que raramente assumissem o vínculo a uma historiografia do horror”.

Para a II Mostra Medo e Delírio no Cinema Brasileiro Contemporâneo, foram escolhidos alguns filmes que, mesmo incensados em festivais no mundo todo, permanecem inéditos em Belo Horizonte. São os casos dos paulistas O Diabo Mora Aqui, de Dante Veschio e Rodrigo Gasparini (melhor filme estrangeiro no FILMQUEST, nos EUA), e Condado Macabro, de Marcos de Brito e André de Campos Mello (melhor filme brasileiro no Fantaspoa 2015, em Porto Alegre); e do carioca A Casa de Cecília, de Clarissa Apelt. Muito distintos entre si, os três refletem a linguagem e os clichês do gênero a partir da invenção e da criatividade.

Outro grande atrativo da mostra é o capixaba As Fábulas Negras, longa em episódios que conta com um segmento dirigido pelo mestre José Mojica Marins. Acompanham-no na empreitada, dirigindo as demais histórias do filme, Rodrigo Aragão (importante nome do gênero que traz outros dois trabalhos à mostra: Mangue Negro e Revelações de um Cineasta Canibal), Joel Caetano e Petter Baiestorf.

Do Paraná, Paulo Biscaia Filho exibe Morgue Story - Sangue, Baiacu & Quadrinhos, misto de sanguinolência e sátira pop metalinguística. A produção mineira marca presença com dois curtas-metragens de Ivo Costa: Sexta-feira da Paixão e O Presente de Camila, ambos realizados de forma independente por equipes formadas em Belo Horizonte. Do Rio Grande do Sul, vêm o filme de zumbis Porto dos Mortos, de Davi de Oliveira Pinheiro, e o curta Ne Pas Projeter, de Cristian Verardi, nunca exibido na capital mineira. Do Maranhão, Lucas Sá chega com Nua por Dentro do Couro. A dupla paulista Juliana Rojas e Marco Dutra, referência no terror urbano brasileiro, exibe três curtas-metragens: Um Ramo (exibido no Festival de Cannes), As Sombras e O Duplo (este com direção solo de Rojas e também apresentado em Cannes). Outro curta de São Paulo, Estátua! tem direção de Gabriela Amaral Almeida. 

A II Mostra Medo e Delírio no Cinema Brasileiro Contemporâneo é promovida pela Fundação Municipal de Cultura, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

O MIS Cine Santa Tereza está localizado na rua Estrela do Sul, 89 (em frente à Praça Duque de Caxias), bairro Santa Tereza. O acesso pode ser feito através das linhas de ônibus 9103, 9210 ou por meio do metrô.

Foto: Elite Filmes