Notícias

BH recebe o espetáculo “Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical”

Espetáculo em comemoração aos 50 anos de carreira do cantor e compositor atravessa toda a trajetória que o consagrou como um dos maiores nomes da música nacional e internacional.

A tríade “O poeta, a canção e o tempo” conduz um musical que abraça uma carreira de sucesso. Sem pretensões biográficas, uma grande homenagem aos 50 anos de carreira de um dos maiores ícones da música brasileira é feita através de sua própria obra, ora falada, ora cantada por oito atores músicos multi-instrumentistas. “Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical” lança um olhar contemporâneo às canções do artista, que refletem sobre seu tempo, a história da música nacional e do próprio país. O espetáculo acontece em agosto, nos dias 27, às 21h, e 28, às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 - Centro, Belo Horizonte).

 

Na dramaturgia e direção geral, o premiado Gustavo Gasparani – que estudou todas as letras, ouviu todos os discos e leu todos os livros publicados sobre Gilberto Gil antes de finalmente conceber esta homenagem – cuidou de trazer para o espetáculo o lugar de risco e ousadia presente na carreira do compositor, sem deixar de lado a delicadeza que sempre o acompanhou. O resultado é uma montanha russa de emoções que podem ser sentidas pelo público durante toda a apresentação, em um musical único e imperdível.

 

“Eu soube que a música era minha linguagem, mesmo. Que a música ia me levar a conhecer o mundo, ia me levar a outras terras. Por que eu achava que tinha a música da terra e a música do céu.” (Gilberto Gil)

 

Ao longo do espetáculo, as letras tantos anos cantadas por Gil mostram, além de poesia, seu lado teatral. São elas que dão o tom dramatúrgico de 11 blocos temáticos que passeiam pela sua origem musical, o movimento tropicalista, a negritude, amor, religiosidade, tecnologia, futurismo, entre outros assuntos que marcam as composições deste ícone da MPB. Em todos eles, “vida e morte” estão inseridas como dupla central e indispensável, tal qual Gil fez em toda sua trajetória.

 

As canções em sua forma original, com todos os arranjos, tons e semitons, também não ficam de fora. Ao todo, 55 músicas são cantadas total ou parcialmente pelos atores/músicos, que tocam 39 diferentes tipos de instrumentos em cena. Projeções em vídeo trazem o lado multimídia para o palco, ajudando a ambientar os momentos retratados.

 

Para deixar o espetáculo ainda mais sensorial, os atores narram em cena depoimentos pessoais sobre a influência da obra do compositor em sua carreira e vida pessoal. Esses trechos são os únicos que não pertencem às letras de músicas de Gil e, entrelaçados ao texto do musical, misturam ficção e realidade e mostram como as produções do artista dialogam com a vida de tantas pessoas.

 

Um time que deu certo

O musical é estrelado por oito atores/músicos que dividem a missão de interpretar, cantar, tocar e dançar, conduzindo eles mesmos todos os movimentos de cena. Alan Rocha, Cristiano Gualda, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Luiz Nicolau, Pedro Lima e Rodrigo Limatrabalharam juntos pela primeira vez no espetáculo “Samba Futebol Clube” – que estreou em 2013 também sob a direção de Gustavo Gasparani –  e foram reunidos novamente pelo diretor para esse projeto.

 

O entrosamento do elenco foi imediato e rendeu ao “Samba Futebol Clube” doze indicações aos prêmios Shell e Cesgranrio 2014, sete na primeira edição do Prêmio Reverência de Teatro e seis no 9º Prêmio APTR, entre outros. “São oito atores, mas sempre teve um nono elemento que é a nossa sinergia. Isso chegava às pessoas no ‘Samba Futebol Clube’ e fazia com que elas gostassem. E a gente imagina que no Gil vai ser ainda melhor, porque é uma obra muito rica”, conta o ator Alan Rocha.

 

Depois de três anos, a parceria entre os atores e também com a equipe criativa é a chave para o sucesso nos palcos e nos bastidores. “Nosso elenco é um grupo muito unido, com quem tenho muito prazer em trabalhar. Todos os criativos também são uma equipe de pessoas muito próximas, o que resulta num processo concentrado e respeitoso”, relata Cristiano Gualda.

 

O ator Luiz Nicolau acrescenta que a harmonia entre eles não se encontra em qualquer espetáculo: “Como os oito tocam, cantam, dançam e interpretam surgiu um clima de banda, que é mais do que apenas de um elenco”.

 

Para Jonas Hammar, a cumplicidade foi o diferencial para que eles começassem a composição de “Gilberto Gil, Aquele Abraço - O Musical” com mais facilidade. “Começamos esse musical muito mais soltos e muito mais criativos. Ficamos tão à vontade que não paramos de criar coisas! Às vezes é preciso segurar as rédeas e o Gasparani é muito bom nisso”, se diverte.

 

Nesse espetáculo os atores/músicos também fizeram as vezes de autores e emprestaram ao texto relatos sobre a identificação pessoal com a obra de Gilberto Gil. Para Rodrigo Lima, esse é um dos grandes privilégios de estar no musical. “Eu falo em cena que meu pai ouvia muito o ‘Refazenda’, minha mãe me levou a muitos shows e, como violonista, sempre observei o modo como o Gil transformava o violão em um berimbau, com um swing que é só dele”, revela.

 

Já o ator Pedro Lima trata a participação no processo de construção do musical como uma revisita ao seu modo de ver o mundo. “Eu fui forçado a ouvir as letras do Gil despregadas da canção, da melodia. E o cara é danado! Ele encheu minha cabeça de minhoca, me fertilizou, cavucou, e agora eu estou brotando com um novo olhar para o mundo”, explica.

 

Com apenas três meses de ensaio, o grupo precisou mergulhar profundamente nos 50 anos de trajetória musical de Gil para conceber uma peça completa, na forma de uma grande homenagem. Gabriel Manita faz um balanço dessa caminhada: “Foi um trabalho intenso. Tiveram muitas músicas para a gente aprender, tocar e reproduzir com arranjos diferentes, com a nossa pegada e na nossa identidade”.

 

Com o espetáculo pronto para ser apresentado ao público, não faltam elogios do elenco ao mestre Gilberto Gil. “Eu acho que ele é mais do que um artista, é um guru que veio a esse mundo para trazer mensagens muito profundas, sublimes. E eu me sinto como um mensageiro nessa peça. É muito orgulho e, ao mesmo tempo, muita responsabilidade fazer parte dessa missão”, afirma Daniel Carneiro.

 

A equipe criativa

No comando de uma equipe em total sintonia está o premiado Gustavo Gasparani. Com mais de 30 anos de carreira como ator, diretor e autor, ele foi o primeiro a embarcar nesse projeto, em outubro de 2015, já com uma missão dada pelo próprio homenageado: preparar um musical que não fosse biográfico.

 

No processo de criação, uma tríade de palavras norteou o roteiro escrito pelo autor: “Ao estudar a obra do Gil, uma frase se firmou – ‘O poeta, a canção e o tempo’. Porque apesar de muitas músicas terem sido compostas nas décadas de 60 e 70, elas são completamente atuais e apontam para o futuro de forma visionária”, ressalta. E completa: “Esse musical é uma colcha de retalhos de músicas que contam a história da obra do compositor e de como ela afeta e influencia a vida de todos nós. Ficção e realidade se confundem no texto”.

 

Em um espetáculo com tantas canções, a direção musical tem papel de destaque na construção de uma apresentação coesa e bem estruturada. Nessa tarefa, o diretor musical Nando Duarte trabalhou em conjunto com Gasparani – e também ouvindo as sugestões do elenco – para decidir o melhor repertório. O trabalho dá continuidade a uma parceria que já existe há 20 anos entre os diretores. “Nem todos os atores são músicos profissionais, mas todos levam jeito, conseguem estudar um instrumento e aprender rápido. Foi um desafio traduzir a musicalidade do Gil para um elenco tocando, interpretando, cantando e dançando ao mesmo tempo. Precisava ser simples e funcionar no palco. O resultado final é incrível”, comemora Nando.

 

Permeando toda a atividade cênica, a coreografia está presente do início ao fim do musical. O diretor de movimento e coreógrafo Renato Vieira, que já trabalhou com os atores em “Samba Futebol Clube”, conta que seu trabalho nesse espetáculo honra as raízes brasileiras tão presentes na musicalidade do homenageado: “Tenho uma identificação muito forte com as músicas, sei todas de cor e vivi isso de maneira intensa durante o surgimento do tropicalismo. Gilberto Gil tem uma coisa de passado, presente e futuro em sua obra e esse futuro está na contemporaneidade do movimento”.

 

Da mesma maneira, a cenografia de Helio Eichbauer – também responsável pelos cenários dos shows de Gilberto Gil – remete à brasilidade e cria um ambiente adaptável a qualquer teatro, como explica a cenógrafa assistente e produtora de cenografia, Marieta Spada. “Ele trouxe várias referências para o projeto, como as do pintor Rubem Valentim e do fotógrafo Pierre Verger. É um cenário que pensa em um musical que vai viajar e se deslocar pelo país. Faz referência à natureza, com bambus e um fundo azul formando a linha do horizonte. E tem uma cruz assimétrica de led, onde cenas da vida do Gil e outras projeções são passadas durante o espetáculo”, destaca.

 

O trabalho de iluminação é feito em união à movimentação do elenco, direcionando a atenção da plateia às múltiplas ações que acontecem ao mesmo tempo no palco. “A luz tem uma variedade e possibilidades de movimento e utilização do espaço muito grandes, porque as coisas acontecem simultaneamente no palco. A iluminação acaba misturando a luz de musical com a luz de show, a luz de cena teatral, as luzes dramáticas... Isso é muito rico”, detalha o iluminador Paulo Cesar Medeiros.

 

Do que depender do intenso e cuidadoso trabalho de toda a equipe, o público pode esperar nada menos do que um musical apaixonante: “Quis fazer um trabalho que fosse totalmente sensorial. É um espetáculo mais poético, diferente de tudo que já fiz. Espero que o público tenha a mesma experiência que a gente teve ao mergulhar no universo de Gilberto Gil”, vibra Gustavo Gasparani.

 

Ficha Técnica:

Autoria e Direção Geral: Gustavo Gasparani

Produção Geral: Sandro Chaim

Direção Musical e Arranjos: Nando Duarte

Direção de Movimento e Coreografia: Renato Vieira

Cenografia: Helio Eichbauer

Figurino: Marcelo Olinto

Iluminação: Paulo Cesar Medeiros

Designer de Luz: Branco Ferreira

Videografismo: Thiago Stauffer / Studio Prime

Preparação e Arranjos Vocais: Maurício Detoni

Assistente de Direção: Pedro Rothe

Cenógrafa Assistente e Produtora de Cenografia: Marieta Spada

Assistente de Coreografia: Marluce Medeiros

Figurinista assistente e Produtor de Figurino: Almir França

Visagismo: Marcio Mello

Assistente de Iluminação: Darihel de Souza

Diretor Residente: Cristiano Gualda

Preparador Vocal: Pedro Lima

Diretor de Produção: Giba Ka

Gerente de Produção: Paula Rollo

Produção Executiva: Felipe Argollo

Assistente de Produção: Débora Rocha

Assessoria de Imprensa: Ju Mattoni Comunicação

Elenco: Alan Rocha, Cristiano Gualda, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Luiz Nicolau, Pedro Lima, Rodrigo Lima

Produtores Associados: Sandro Chaim e Rose Dalney

Apresentado por: Ministério da Cultura

Patrocínio: Sulamérica e Sem Parar

Transportadora Oficial: Avianca Brasil

Realização: RGA Produções Culturais, Miniatura 9, Chaim Produções, Polo BH Ministério da Cultura e Governo Federal

Foto: Chico Lima

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.