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Único brasileiro a receber um Tony Awards, Paulo Szot, é o convidado da Filarmônica de Minas Gerais

Sob regência de Fabio Mechetti, o concerto apresenta obras de Schumann, Mahler, Mozart, Tchaikovsky, Wagner, Verdi e Carlos Gomes

Reconhecido mundialmente, o barítono Paulo Szot, além de ser um astro da ópera e da Broadway, destaca-se por ser o único brasileiro a conquistar um Tony Awards, principal prêmio do teatro americano. O músico volta a se apresentar com a Filarmônica de Minas Gerais, nos dias 6 e 7 de agosto, às 20h30, na Sala Minas Gerais, e mostra toda a sua versatilidade interpretando, sob regência do maestro Fabio Mechetti, Canções de um andarilho, de Mahler, e árias de renomadas óperas: As Bodas de Fígaro, K. 492: Hai già vinta la causa, de Mozart; A Dama de Espadas, op. 68,: Ya vas lyublyu, de Tchaikovsky; Tannhäuser: O du mein holder Abendstern, de Wagner; e Don Carlo: Per me giunto è il di supremo, de Verdi. Também no programa, Abertura, Scherzo e Final, op. 52, de Schumann; Eugene Onegin, op; 24: Valsa, de Tchaikovsky; e Lo Schiavo: Alvorada, de Gomes.

 

Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.

 

O barítono Paulo Szot

Paulo Szot é natural de São Paulo e iniciou seus estudos musicais com quatro anos no piano e, em seguida, no violino. Estudou na Universidade Jaggiellonski, em Cracóvia, Polônia, onde começou sua carreira profissional como cantor lírico em 1990. No Brasil, estreou como Fígaro de O Barbeiro de Sevilha em 1997, em São Paulo; em Belo Horizonte, estreou no Palácio das Artes em 2003 no mesmo papel. Sua estreia internacional foi em Nova York como Escamillo de Carmen no New York City Opera. Desde então apresenta-se em diversos teatros de ópera e salas de concerto do mundo. Paulo Szot é vencedor de inúmeros prêmios decorrentes da excelência e versatilidade de suas performances. Destacam-se o Drama Desk, Outer Critics e o Tony Award de melhor ator em musical de 2008 por sua interpretação de Emile de Becque no musical South Pacific, na Broadway, onde ficou em cartaz por dois anos e meio. Ainda como Emile de Becque estreou no Barbican de Londres e em Oxford em 2011.

 

O maestro Fabio Mechetti

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.

 

Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.

 

Compositores e repertório

Robert Schumann (Alemanha, 1810 – 1856) e a Abertura, Scherzo e Final, op. 52 (1841, revisada em 1845)

Inicialmente concebida como uma abertura de concerto, Schumann começou a trabalhar em uma nova obra no dia 12 de abril de 1841, concluindo o esboço no dia seguinte. Logo depois esboçou ainda um Scherzo e um Finale. Em maio, os três movimentos foram reunidos em uma só peça.  Revisada em 23 e 24 de agosto, foi estreada no dia 6 de dezembro e, com exceção da Abertura, ela não agradou ao público, que considerou o Finale formalmente obscuro e desprovido de colorido. Em outubro de 1845 a composição foi retrabalhada a partir de sugestões de amigos, críticos, editores e mesmo comentários do público. É estreada em Dresden na nova forma, em caráter experimental, em dezembro de 1845; e, oficialmente, em Leipzig, a 1º de janeiro de 1846. O resultado é uma obra que traz a grandeza da sinfonia romântica combinada à leveza da suíte orquestral.

 

Gustav Mahler (Boêmia, atual República Tcheca, 1860 – Áustria, 1911) e a obra Canções de um andarilho (1883/1885)

Assim como outras canções de Mahler, as Canções de um andarilho se baseiam em uma compilação de poemas e canções populares alemães feita por Achim von Arnim e Clemens Brentano intitulada Des Knaben Wunderhorn (A Trompa Maravilhosa de um Rapaz). Compostas sob a influência de uma desilusão amorosa, possivelmente com Johanne Richter, cantora da ópera de Kassel, com quem Mahler havia mantido um infeliz relacionamento amoroso. Foram compostas seis canções, delas, apenas quatro foram publicadas em 1897, simultaneamente em duas versões: voz com acompanhamento de piano e voz e orquestra. Essa última versão é a que se comumente executa. Das duas canções que não foram publicadas, nunca mais se ouviu notícia. As Canções de um andarilho foram estreadas em 1896, em Berlim, pelo barítono holandês Anton Sistermans, acompanhado pela Orquestra Filarmônica de Berlim, sob a batuta do próprio Mahler.

 

Wolfgang Amadeus Mozart (Áustria, 1756 – 1791) e As Bodas de Fígaro, K.492: Hai già vinta la causa (1785/1786)

As Bodas de Fígaro é uma ópera de Mozart em quatro atos, estreada em 1º de maio de 1786, no Burgtheater, em Viena, sob a regência do compositor. Essa é uma das três óperas de Mozart que tiveram libretto de seu grande colaborador italiano Lorenzo da Ponte; as outras foram Don Giovanni e Così fan tutte. A trama da ópera se passa em um único dia, o dia do casamento de Fígaro com Susanna. Ambos trabalham e vivem no castelo do Conde de Almaviva que tenta, de todo modo, seduzir a noiva de seu criado, antes do casamento. No início do terceiro ato, Susanna promete encontrar o Conde à noite no jardim. Essa falsa promessa tem, como intenção, reconciliar a Condessa com o já distante marido. Ao sair, a jovem encontra Fígaro, e o Conde a escuta quando diz ao noivo: “você já venceu a causa" (Hai già vinta la causa). Percebendo que havia sido enganado, ele promete vingança.

 
Piotr Ilitch Tchaikovsky (Rússia 1840 – 1893) e as obras  A Dama de Espadas, op. 68: Yas vas lyubliu (1890)e Eugene Onegin, op.24: Valsa (1877/1878)

A ópera A Dama de Espadas, em três atos, foi a penúltima de uma produção considerável de onze óperas que Tchaikovsky compôs no espaço de vinte e quatro anos, entre 1867 e 1891. A música composta por Tchaikovsky para essa ópera é uma das mais dramáticas e obscuras que se encontram em sua obra. Em dezembro de 1887, após o fracasso de sua ópera A feiticeira, ele recebeu do diretor dos Teatros Imperiais, Ivan Vsevolozhsky, a encomenda de uma nova ópera, baseada no conto A Dama de Espadas, de Aleksandr Pushkin. Curiosamente, naquele momento, seu irmão Modest trabalhava em um libreto de A Dama de Espadas para outro compositor, Nikolay Klenovsky. Por essa circunstância, Tchaikovsky aceitou compor a ópera somente após saber da desistência de Klenovsky. A estreia, triunfante, se deu no dia 19 de dezembro de 1890, no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, sob regência de Eduard Nápravník. O enredo narra a história de Herman, soldado empobrecido que decide conseguir, de uma velha Condessa, por todos os meios ao seu alcance, o segredo de suas infalíveis cartas. Uma ária encantadora, com uma das mais belas melodias que Tchaikovsky escreveu.

 

Eugene Onegin é a quinta ópera composta por Tchaikovsky e sua mais famosa produção no gênero. Baseada no romance em versos Yevgeny Onegin, de Aleksandr Pushkin, com libreto do compositor e de Konstantin Shilovsky, a ópera conta a história do nobre Eugene Onegin, que um dia recebe uma carta apaixonada da jovem Tatyana, mas rejeita o seu amor. A ópera foi composta entre junho de 1877 e fevereiro de 1878. Teve sua primeira apresentação no Teatro Maly, em Moscou, em 29 de março de 1879, com alunos do Conservatório regidos por Nikolai Rubinstein. Sua primeira apresentação profissional foi em 23 de janeiro de 1881, no Teatro Bolshoi, com regência de Enrico Benvignani.

 

Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883) e a obra Tannhäuser: O du, mein holder Abendstern (1845)  

A trama da ópera (inicialmente denominada Der Venusberg – O monte de Vênus) mistura as lendas do cavaleiro Tannhäuser com a do torneio de canto de Wartburg. Wagner escreveu o primeiro esboço do libreto de sua nova ópera, entre junho e julho de 1842. Em abril de 1843 concluiu o libreto e, em julho, iniciou a composição da música. A obra ficou pronta em abril de 1845 e a estreia se deu em 19 de outubro do mesmo ano, sob a regência do compositor, no Teatro Real de Dresden. A apresentação foi um fracasso, como, aliás, viria a ser durante toda a vida de Wagner, onde quer que Tannhäuser fosse montada. Somente após a morte do autor a ópera entraria para o repertório corrente.


Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901) e a obra Don Carlo: Per me giunto è il di supremo (1867)

Quando compôs a ópera Don Carlo, em 1867, Verdi já se avultara como importante figura do nacionalismo italiano, tanto cultural quanto politicamente. Entre 1861 e 1865, após a unificação italiana, o compositor atuou como deputado no Parlamento de Turim e, posteriormente, foi eleito Senador pelo rei. A ópera Don Carlo pertence ao tríptico de óperas compostas por Verdi para teatros estrangeiros: La Forza del Destino, para a Ópera de São Petersburgo; Don Carlo, para a Ópera de Paris; e a célebre Aída, para a Ópera do Cairo. Assim como exigido pelos moldes do grand opéra – gênero típico da Ópera de Paris –, Don Carlo foi composto em cinco atos, sendo a maior ópera de Verdi. Uma de suas mais famosas árias pertence ao personagem Rodrigue, Marquês de Posa, fidelíssimo amigo de Don Carlo, quando este está preso por confrontar seu pai, o Rei Filippo II. Rodrigue, entoando a áriaPer me giunto è il dì supremo (De mim aproxima-se o dia supremo), sacrifica sua vida pela liberdade de Carlo, na esperança de que Deus recompense sua morte.

 

Antônio Carlos Gomes (Brasil, 1836 – 1896) e Lo Schiavo: Alvorada (1889) 

       
André Rebouças, amigo de Carlos Gomes, escreveu que o compositor certa vez revelara: “se me dessem agora a escolher entre ir para o céu e ir para a Itália, eu preferiria ir para a Itália”. O entusiasmo de Carlos Gomes está diretamente relacionado à sua admiração incondicional por Verdi. Rebouças também conta que o amigo “apreciava principalmente o amanhecer na floresta; o coro irreproduzível de um milhar de pássaros tinha para ele o maior encanto”. Nessas palavras, Rebouças antevê a composição de Alvorada, interlúdio orquestral da ópera Lo Schiavo. Lo Schiavo foi escrito na mesma época em que Verdi estava completando a composição de Otello. Verdi, geralmente tão comedido em julgar seus contemporâneos, havia profetizado, após ouvir Il Guarany: “este jovem começa de onde eu termino!”.

 

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 94 músicos, vindos do Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania, e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica mantém sua estrutura artística e executa sua vigorosa programação por meio de recursos públicos e privados, auditados anualmente para validar sua gestão.

 Foto: Divulgação 

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