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A estreia do novo espetáculo de Ricardo Batista (Cadinho), Apenas um Sanguessuga
Em um antigo casarão, nas redondezas de uma vila afastada da cidade grande, vive Brasílio (Ricardo Batista), um sujeito excêntrico e obscuro, que já foi bastante poderoso, mas após muitas polêmicas, optou por se isolar de tudo e de todos e ganhou uma fama bastante amedrontadora. Linda (Fernanda Botelho), uma jovem e determinada jornalista, intrigada com várias histórias que envolvem Brasílio, decide ir até lá para entrevistá-lo (ou seria para investigá-lo?). Mas, o que deveria ser apenas um encontro profissional, se revelará bem mais estranho e desafiador do que se imaginava.
"Apenas um sanguessuga" é um espetáculo atemporal que fala sobre poder, ética e comportamento. O poder que há no jogo político, nas relações e principalmente no discurso. O debate de ideias entre os personagens é carregado de uma simbologia que não revela as intenções com clareza, mas as sugere. Enquanto os diálogos propõem uma entrevista com um velho político enigmático e influente, a ação, carregada de mistério, caminha para uma trama de suspense entre a mocinha e um ser maligno e perigoso.
A persuasão dos argumentos de ideias que defendem lados opostos, recheados de sarcasmo, instaura o clima de tensão, quase sempre quebrado pelo humor, provocando o espectador a desvendar o que, de fato, deseja cada personagem na trama.
Entrevista ou armadilha? Um vampiro sanguinário ou um velho político poderoso? Suspense ou sátira? Brincando com estas incertezas, a peça conduz o espectador a um jogo de presa e predador de forma divertida e surpreendente.
Nas entrelinhas
Os personagens representam a figura do explorador e do explorado, daquele que "quer sugar" e daquele que "é sugado", fazendo uma alusão ao vampiro e ao político corrupto. No entanto, no decorrer da história, a dicotomia entre o bem e o mal é desconstruída. A figura do homem "todo poderoso" é desbancada pela fragilidade de um sujeito decadente e solitário, assim como a figura da "mocinha indefesa" é subvertida pela jovem inteligente que não se submete ao domínio e busca a verdade. O espetáculo procura causar uma discussão sobre os pares de opostos (a força e a fragilidade, o certo e o errado, a presa e o caçador) para incitar uma reflexão sobre a política atual no Brasil e o comportamento do brasileiro
Foto: Divulgação
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