Notícias

Desde 2014, o calendário do mês de agosto é tingido em tons de laranja por um motivo muito especial: conscientizar sobre a Esclerose Múltipla (EM), a doença autoimune que mais acomete jovens adultos no planeta. Atualmente, estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas no mundo tenham EM; aproximadamente 40 mil estão no Brasil. Neste contexto, torna-se importante saber o que é a Fisioterapia Neurofuncional e como ela pode auxiliar os pacientes.

Esta é a área da Fisioterapia que trabalha com atividades voltadas para pessoas com lesões no Sistema Nervoso (SN). A especialidade utiliza conceitos e técnicas que agem na modificação do curso EM e de outras enfermidades que podem deixar sequelas neurológicas. Estes tratamentos podem atenuar complicações que o paciente venha a apresentar.

A fisioterapeuta e professora Aline Maria dos Santos, da Faculdade Una Lafaiete, explica que os ganhos para os pacientes que fazem tratamento com a especialidade são muitos e variados. "Com programas individualizados e exercícios elaborados, os pacientes apresentam melhora da mobilidade, ganho de força muscular, menores sensações de fadiga, melhora do equilíbrio e coordenação motora, melhora na execução das atividades diárias, o que contribui para uma melhor independência funcional", enumera.

A EM afeta diferentes regiões do sistema nervoso, o que provoca o aparecimento de diversos sintomas, daí, torna-se necessária a assistência de profissionais diversificados com diferentes especialidades médicas, além de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Educação Física e Psicologia, entre outros.

Como achar um especialista

Todos os fisioterapeutas com formação básica de graduação têm conhecimento técnico/científico suficiente para iniciar um tratamento de Fisioterapia Neurofuncional. “Porém, existem opções de especializações, pós-graduações e residências para o profissional que desejar aprofundar seus conhecimentos na área”, informa a professora da Una Lafaiete, que fica na Região Central de Minas Gerais.

Ela oriente que o próprio paciente ou familiares podem procurar esses profissionais em clínicas fisioterapêuticas, clínicas que oferecem serviços de reabilitação específica ou, até mesmo, através de pesquisas na internet de profissionais que possam atender por empresas de atendimento domiciliar.

Além da EM, a Fisioterapia Neurofuncional pode atender pessoas que sofreram outras sequelas neurológicas decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC) como Doença de Parkinson, entre outros.

Sobre a Esclerose Múltipla

A EM não tem cura e os tratamentos buscam amenizar os sintomas da doença que é progressiva. Entre os sintomas iniciais estão as alterações no sistema digestivo e urinário, de equilíbrio, fraqueza e dor na musculatura e nas articulações, cansaço intenso e também, depressão.

Trata-se de uma doença crônica, neurológica e autoimune (quando o sistema imunológico reage de maneira exagerada para defender o organismo). No caso, estas células se direcionam mais especificamente para o sistema nervoso central, provocando lesões de várias ordens. Daí, a necessidade de estimular estas regiões do cérebro como tentativa de aumentar a qualidade de vida dos pacientes em atividades simples da rotina diária.

O Agosto Laranja foi criado pela ONG Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME). Conforme explica o site da instituição, a campanha anual foi idealizada “com o objetivo de ser um movimento coletivo para desmistificar essa condição crônica de doença e fomentar o diagnóstico precoce, mais qualidade de vida, acolhimento, respeito e dignidade para quem convive com a patologia, seus amigos e familiares”. Em 30 de agosto é lembrando o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla.

Foto: Divulgação