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Um convite à dança

Cia de dança paulista, Domínio Público, apresenta seu mais recente espetáculo na capital A Praça Sete, coração de Belo Horizonte, foi palco de uma intervenção artística inusitada. A Cia. Domínio Público, companhia de dança de Campinas, interior de São Paulo, veio à capital para duas apresentações de seu mais recente espetáculo: “Posso Dançar Pra Você?”. As apresentações foram realizadas nos dias 26 e 27, em horários com maior circulação de pessoas no centro. A Domínio Público também organizou um workshop gratuito de dança, no Centro de Referência da Moda. “Posso Dançar Pra Você” é um espetáculo que utiliza o cenário urbano como palco e, aqueles que passam pelas ruas, tornam-se protagonistas de uma intervenção artística que se propõe a quebrar a rotina e modificar, mesmo que por alguns instantes, o duro cenário das grandes cidades. Na Praça Sete, em meio ao frenesi característico da capital, as pessoas pararam, curiosas, para entender o que quatro indivíduos, até então comuns, faziam, correndo de um lado para o outro. E, assim, começava a intervenção de "Posso Dançar Pra Você"? Os bailarinos iam, aos poucos, compreendendo o espeço urbano onde se apresentariam. Em pouco tempo, e já com um bom público para observar a encenação, o espetáculo mudou de forma e os integrantes da companhia se reuniram e desenvolveram o repertório, que envolveu elementos da dança e do teatro. No fim da coreografia, os bailarinos se separaram, novamente, escolheram espectadores e perguntaram: "posso dançar pra você?". "É uma forma de tomarem conta do espaço público, mas com a ideia de que eles merecem estar ali, se apresentando, naquele ambiente. Por isso eles perguntam se podem dançar para as pessoas", explica a diretora artística da Cia. Domínio Público, a americana Holly Cavrell. A diretora ainda conta que o trabalho desenvolvido pela companhia é constante, uma vez que "a rua é algo inesperado, e você nunca sabe que tipo de reações vai encontrar". Na capital, as reações foram diversas. A auxiliar administrativa Kerolene França se disse encantada com a apresentação. "Achei que era mais uma manifestação, mas era dança. Eu achei lindo, principalmente quando me perguntaram se poderiam dançar para mim". Já o engenheiro Wesley Barcelos gostou da dinâmica da apresentação. "É algo que não acontece todos os dias. E isso é bacana, porque quebra a rotina da cidade, faz a gente parar por um tempo, só para observar a beleza que é a arte", disse. Para os bailarinos da Domínio Público, a interação com os espectadores é a parte mais gratificante do trabalho. Segundo Lineker, a proposta da intervenção do espetáculo “nos permite interagir com as pessoas, dialogar com elas”, disse. Já Talita Florencio encontrou, na rua, uma forma de compreender melhor o seu trabalho. “A rua tem me encantado muito. Eu sinto que as pessoas estão carentes de afeto. Com esse espetáculo, é possível oferecer algo a mais, além da dança, que é a interação com outros”. A bailarina Sara Mazon aponta que é preciso “estar no lugar do outro para dar sequência ao espetáculo. É um trabalho delicado, e nós precisamos entender como não invadir o espaço do outro e construir nosso espetáculo.” Gustavo Valezi destaca que “Posso Dançar Pra Você” faz um convite às pessoas, para que elas voltem a prestar atenção naquilo que acontece ao redor. “As pessoas estão automáticas. Elas têm parado de entender a relação com o ambiente. O nosso espetáculo aguça esse sentimento, essa curiosidade pela rua”, disse. A Cia Domínio Público foi criada em 1995, pela bailarina e professora da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Holly Cavrell. Desde então, a Companhia produziu dezesseis espetáculos – três deles em repertório – e dois vídeos-dança, com os quais foi premiada em várias mostras, festivais e bienais As próximas apresentações de “Posso Dançar Para Você?” serão realizadas no Rio de Janeiro. Por Vitor Cruz

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