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A proposta é um mergulho no universo poético, potente e político de uma das personalidades mais instigantes de nossa língua, Hilda Hilst.

Serão realizados estudos e práticas com textos da escritora (prosa, teatro, crônica, poesia), leituras e treinamentos físicos (corpo e voz)  para sensibilizar os alunos a trabalhar/pensar a palavra liberta do peso do sentido já dado, ou seja, do significado estabelecido a priori. O ator precisa se libertar da necessidade que muitas vezes se tem de explicitar as palavras, de querer comunicar, de querer ser compreendido.

A meta é orientar os atores a deixarem de lado um eu que fala, estimulando-os a se aventurarem na experiência da linguagem entendida como criação.  Para tal, o ator precisa se libertar de uma construção psicológica em sua atuação, e experimentar, então, a potência da fala, uma fala falada e brincada pelo vigor do corpo, por sua respiração, por sua potencialidade poética. É preciso, então, alinhar pensamento e prática, e entender a linguagem artística como um campo de forças. Texto e corpo se amalgamam no pensamento e prática de que a linguagem fala por si, sem sujeito, sem julgamento, sem fechamento de sentidos, atravessando corpos, espaços, cores, formas e tempos, perfurando a materialidade com sua força e sua poesia.

Os textos de Hilda Hilst estilhaçam nosso lado racional, lógico, ordenador. E oferecem um grande desafio para o ator: deixar o texto falar!