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Espetáculo explora casos reais do escritor Oliver Sacks em estreia no CCBB-SP
A mineira Cia Afeta adapta livremente as histórias do neurologista inglês em Do Lado Direito do Hemisfério, com temporada aberta a partir de 30 de julho.
A Cia Afeta mergulha nos meandros da mente humana para descobrir como se sente um indivíduo único entre 8 bilhões de pessoas no planeta. Mas a proposta do espetáculo Do Lado Direito do Hemisfério, que estreia em 30 de julho no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP), é explorar como é ser extraordinário por algo considerado nada especial aos olhos do resto do mundo: ter uma má formação ou disfunção do lado direito do cérebro, que torna seu portador diferente de qualquer outro ser humano.
Primeira apresentação da companhia de mineiros em São Paulo, Do Lado Direito do Hemisfério usa a linguagem meta-teatral para adaptar livremente casos clínicos reais do escritor e neurologista inglês Oliver Sacks, sob direção de Nando Motta. Na peça, que comemora 5 anos de existência da Cia Afeta, atores interpretam atores montando um espetáculo com a temática dos textos de Sacks, sem que os espectadores consigam diferenciar ficção de realidade.
O marinheiro perdido, O homem que confundiu sua mulher com um chapéu e Uma vida de cirurgião são os pontos de partida para o desenvolvimento da trama. A trajetória de um dia na vida de três pessoas singulares: um homem estacionado no tempo, um homem que enxerga o mundo de forma abstrata, e um homem atira coisas quando se emociona. Pessoas extremas, com problemas extremos, vivendo vidas comuns.
Mais do que destrinchar os problemas clínicos decorrentes das anomalias, o novo espetáculo revela o cotidiano e a humanidade desses casos e pessoas incomuns. Busca entender como é possível viver entre tantas outras pessoas com algo que as diferencias totalmente delas.
Um exercício metateatral, o espetáculo estabelece três níveis espaço-temporais: o dos personagens livremente baseados nos casos relatados pelo neurologista Oliver Sacks, fechados em seu universo pela quarta parede da forma dramática; o dos atores que ensaiam o drama e exercem uma espécie de metacrítica teatral e nível do aqui e agora dos atores que interpretam os atores do drama e que quebram a quarta parede para gerar o momento todo especial do teatro, aquele do contato direto, olho no olho, entre palco e platéia.
No espetáculo, a Cia Afeta trabalha com referências do teatro digital de Robert Lepage, da estética dos cineastas Alejandro Gonzalles (Babel, 2006), Paul Thomas Anderson (Magnólia, 1999), Wes Anderson (Grande Hotel Budapeste, 2014) e Marc Foster (Mais Estranho que a Ficção, 2006).
Técnicas de vídeo-arte, instalações, música digital experimental, live cinema e vídeo mapping -- projeção de imagens em superfícies irregulares -- compõem a encenação com múltiplas camadas sensoriais e visuais, recheada de sutileza e agressividade.
Foto: Divulgação
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