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Coral Lírico e Orquestra Sinfônica interpretam "Missa em Dó Menor, uma das obras primas de Mozart, sob regência do maestro convidado Roberto Tibiriçá

Incompleta e, ainda assim, uma das mais belas e conhecidas obras de Mozart, Missa em Dó menor ou simplesmente Grande Missa, como também é conhecida, é uma peça coral-sinfônica concebida como uma espécie de oferenda a sua noiva, Constanze. A composição será interpretada pela Coral Lírico e pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais nas séries Sinfônica e Lírico ao Meio-dia e Sinfônica e Lírico em Concerto, com a participação dos solistas convidados Carla Cottine (Soprano), Aline Lobão (Mezzosoprano), Gabriel Henrique (Tenor) e Mauro Chantal (baixo) e regência do maestro convidado Roberto Tibiriçá.

 

A composição é a única que Mozart não escreveu sob encomenda, o que refletiu no resultado final. “Como não havia ninguém que pagasse pela obra e porque Mozart tinha outras demandas, outras obrigações, ele foi priorizando outros trabalhos”, explica o maestro Lincoln Andrade, regente do Coral Lírico de Minas Gerais. Ainda de acordo com o maestro, o momento pelo qual a Áustria passava, com o desaquecimento do mercado artístico e, consequentemente, menor investimento nas artes, influenciaram as prioridades do compositor. “Mesmo sendo uma obra própria, Mozart sempre teve a intenção de tentar vender depois, mas o momento não foi propício e a obra não foi terminada”, completou o maestro.

 

Incompleta e perfeita – Missa em dó menor é uma obra incompleta porque não possui todos os movimentos do chamado Próprio, parte obrigatória na composição de uma missa. “Muitos compositores escreveram as partes faltantes da Missa, mas não foi nada que realmente acrescentasse à obra de Mozart”, detalha Lincoln Andrade.

 

O compositor era um grande admirador do barroco, sendo amplamente influenciado por Haendel e Bach. Ao compor a Missa em Dó menor ele aplica tendências do barroco, por exemplo, um coro a oito vozes, o que já não era mais comumente usado no século XVIII. “Isso é uma dificuldade até para a disposição do coro, que tem que ficar em uma posição muito especifica, para que todas as vozes apareçam”, explica Lincoln Andrade, que acrescenta que o Coral tem se preparado para essa apresentação há mais de um mês.

 

Os aspectos harmônicos de Missa em Dó menor também encantam. A combinação de cordas, metais e sopros, aliadas ao coro, criam um ambiente sonoro de leveza, magnitude e contemplação. Para o maestro Roberto Tibiriçá, o trabalho realizado por Mozart nessa peça é uma das mais belas obras da música clássica. “Com Missa em Dó menor, estamos diante de um trabalho sublime. Os recursos sonoros utilizados pelo compositor dão a exata dimensão da peça. É, sem sombra de dúvidas, uma das obras primas de Mozart”, destaca Tibiriçá.

 

Por dentro da Orquestra

O público terá a oportunidade de assistir ao concerto de “dentro” da Orquestra. A proposta é do atual regente titular da OSMG, maestro Silvio Viegas, e pretende aproximar o público dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado. Os espectadores poderão registrar a emoção do concerto por fotos e/ou vídeos. “Nós queremos trazer o nosso público para dentro de nossa casa e transformar o Palácio das Artes na casa deles”, afirma o maestro. O projeto teve início na apresentação de abril da Série Sinfônica ao Meio-Dia e foi um verdadeiro sucesso.

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Executa repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Em 2016, Silvio Viegas assume o cargo de Regente titular da Orquestra. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

 

Roberto Tibiriçá, regente convidado

Nascido em São Paulo (SP), recebeu orientações de Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Dinorah de Carvalho, Nelson Freire e Gilberto Tinetti. Foi discípulo do maestro Eleazar de Carvalho, com quem trabalhou durante 18 anos após vencer o Concurso para Jovens Regentes da OSESP. Ocupou o cargo de Regente Assistente no Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa/Portugal) e em 1994 tornou-se Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica Brasileira. Entre 2000 e 2004, foi Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Petrobras Sinfônica e, entre 2005 e 2011, Diretor Artístico da Sinfônica Heliópolis, do Instituto Baccarelli (SP). Em 2010, assumiu a regência da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais onde permaneceu até 2013. Foi também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Campinas (SP), da Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo (SP) e da Orquestra Sinfônica do Sodre (Uruguai). Dentre os muitos prêmios e honrarias que recebeu, destacam-se o XIII e XIV Prêmio Carlos Gomes como Melhor Regente Sinfônico; a Ordem do Ipiranga (SP); a Grande Medalha Presidente Juscelino Kubitschek (MG) e o Prêmio APCA (Associação dos Críticos Musicais de São Paulo) como Melhor Regente. Ocupa a Cadeira Nº 5 da Academia Brasileira de Música.

 

Coral Lírico de Minas Gerais

Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e que interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Dentro das estratégias de difusão do canto lírico, o Coral Lírico desenvolve os projetos Lírico Sacro, Lírico no Museu, Lírico Educativo e participação nas temporadas de óperas realizadas pela Fundação Clóvis Salgado. O objetivo desse trabalho é fazer com que o público possa conhecer e fluir a música coral de qualidade. Atualmente, Lincoln Andrade é o regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais. Em sua trajetória, teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda e Márcio Miranda Pontes.

 

Lincoln Andrade

Lincoln Andrade possui doutorado em Regência pela University of Kansas, EUA e mestrado pela University of Wyoming, EUA, onde também foi professor assistente e ministrou aulas de canto coral e regência coral. Foi diretor musical do grupo vocal Invoquei o Vocal, maestro titular do Madrigal de Brasília e do Coral Brasília. Recebeu prêmios nos Estados Unidos e na Europa. Foi professor e diretor da Escola de Música de Brasília. Regeu concertos na Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia, Portugal e Turquia. É constantemente convidado para dar palestras sobre Regência e Canto Coral em festivais no Brasil.

 

 

SOLISTAS CONVIDADOS:

Aline Lobão – Mezzosoprano

Integrou o Coral Lírico de Minas Gerais, de 2002 a 2013, e o Coral Ars Nova, sob regência de Carlos Alberto P. Fonseca. É graduanda em Música na Universidade do Estado de Minas Gerais. Foi premiada nos concursos Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, nas edições 2012 e 2013, e Segunda Musical, em 2006 e 2014. É ganhadora do Prêmio Ópera - il Barbieri di Siviglia do Concurso Maria Callas. Foi aluna da Academia de Ópera do Theatro de São Pedro, onde recebeu orientações da professora Luisa Giannini e do maestro André dos Santos (classe de 2014/2015). Atualmente, é orientada pelo mezzosoprano Carolina Faria. Seu repertório operístico inclui: Condessa de Ceprano (Rigoletto, G. Verdi), Rosina (Il Barbiere Di Siviglia, G. Rossini), Annio e Sextus (La Clemenza di Tito, W. A. Mozart), Malcolm (La Donna del Lago, G. Rossini), Klara (Bodas no Monastério, S. Prokofiev), Nerone (L’Incoronazione di Poppea, C. Monteverdi) e, por este papel, foi convidada a apresentar-se em Londres, Inglaterra, em 2017, sob regência do maestro Márcio da Silva.

 

Carla Cottini – Soprano

Prêmio Revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas, a cantora tem no currículo importantes papéis operísticos em montagens do Theatro Municipal de São Paulo, do Palácio das Artes de Belo Horizonte, do Palau de la Musica de Valencia e do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. É mestre em interpretação operística pelo Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo (Espanha). Tem formação em artes cênicas e jazz dance na Casa de Artes Ópera Aria e em ballet clássico na Royal School of Ballet.

 

Gabriel Henrique - Tenor

Natural de Belo Horizonte, o tenor Gabriel Henrique é formado em canto lírico pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica do Palácio das Artes (CEFART). Estudou bacharelado em canto na classe do tenor Rodrigo del Pozo, na Pontificia Universidad Católica de Chile e integrou a primeira turma do Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo. Em 2012, foi ganhador do concurso Jovem Músico BDMG. Cantou sob regência de Helmuth Rilling “A Paixão Segundo São João”, de J. S. Bach, em 2014, no Teatro del Lago (Frutillar, Chile). Neste mesmo ano, também no Chile, cantou a “Missa Luterana em Lá Maior”, de J. S. Bach, dirigido por Victor Alarcón, junto ao Ensemble Concerto Vocale, e interpretou Ferrando em “Cosi fan tutte” de W. A. Mozart em montagem do Opera Studio Ramón Vinay, orientado por Graciela Araya. Foi solista em O Messias de G. F. Handel, na Petite Messe Solennelle de G. Rossini e no Spanisches Liederspiel de R. Schumann sob a batuta de Rolf Beck durante a Chorakademie Lübeck em 2016 (Alemanha). Foi Testo em Il Combattimento di Tancredi et Clorinda de Claudio Monteverdi em julho deste ano, dirigido por Nicolau de Figueiredo, de quem foi aluno na Oficina de Música Antiga da Escola Municipal de Música de São Paulo. Atualmente, recebe orientação de Francisco Campos.

 

Mauro Chantal – Baixo

É doutor em Música pela Unicamp, onde desenvolveu pesquisa sobre a ópera A Ceia dos Cardeais, de Arthur Iberê de Lemos (1901 – 1967), sob orientação de Adriana Giarola Kayma. Bacharel em piano e também em Canto lírico pela Universidade Federal de Minas Gerais, participou da criação do grupo Opera Studium, dirigido pelo saudoso professor Amin Feres. Sob orientação de Lucas Bretas, concluiu o curso de mestrado em Música pela UFMG, com pesquisa intitulada “Carlos Alberto Pinto Fonseca: dados biográficos e catálogo de obras”. Foi integrante do Ars Nova – Coral da UFMG, Coro Madrigale, Coral Lírico de Minas Gerais e dos coros da OSESP. No Palácio das Artes, atuou como baixo solista nas óperas Il Guarany, Die Zauberflöte, Pelléas et Melisande, Macbeth e Rigoletto. Seu último trabalho foi a gravação do CD Un doux refuge, ao lado de Lígia Ishitani. Esse registro contém a íntegra das obras para canto e piano do compositor Arthur Bosmans (1908 – 1991) e foi lançado em março de 2016. É professor de canto da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

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