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Ópera “Cavalleria Rusticana” traz trama arrebatadora de paixão e vingança na Itália ao palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais participam da montagem, que também conta com solistas convidados; direção musical e regência são da maestra Ligia Amadio, e a direção cênica fica a cargo de Menelick de Carvalho

Ficção é ficção. Chamar uma história de história real é um erro, um desprezo para com a arte e a verdade, como acreditava o escritor russo-americano Vladimir Nabokov (1899-1977). Ainda assim, a vida imita a arte e vice-versa. É o caso, em particular, de "Cavalleria Rusticana", ópera em um ato, de Pietro Mascagni (1863-1945), última montagem da temporada de óperas que a Fundação Clóvis Salgado tem o renovado prazer de apresentar, em 2025. As primeiras apresentações datam de 2000 e 2012. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, trechos de "Cavalleria Rusticana" foram exibidos online. "Cavalleria Rusticana" – "Cavalheirismo Rústico", “Honra Camponesa” –, que estreou em 1890, no Teatro Costanzi, Roma, é frequentemente aplaudida por sua crua verdade. A música passional e a narração – que rejeita os temas históricos, míticos e grandiosos do Romantismo – exploram temas humanos como o amor, a paixão, a traição, o ciúme, a vingança e a honra lavada com sangue, no contexto rural siciliano, Itália.

Sim, a Sicília, berço da Máfia italiana e seu código de honra assaz draconiano. Não por acaso, “Cavalleria Rusticana – Intermezzo” ficou popular e mundialmente famoso por encerrar a belíssima, emocionante e dramática última cena do filme “O Poderoso Chefão III”, a sacrossanta trilogia sobre a Máfia, de Francis Ford Coppola. Em uma versão brasileira, o libreto de "Cavalleria Rusticana" poderia ter sido escrito pelo brasileiro Nelson Rodrigues (1912-1980), mestre nos mesmos temas; no entanto é assinado por Giovanni Targioni-Tozzetti (1863-1934) e Guido Menasci (1867-1925), inspirado no romance de Giovanni Verga (1840-1922). 

Na nova versão, a direção musical e a regência são de Ligia Amadio, maestra titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG). A concepção e direção cênica, de Menelick de Carvalho. As apresentações acontecem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, nos dias 6/8 (quarta-feira) e 8/8 (sexta-feira), às 20h; 9/8 (sábado), às 19h; e 10/8 (domingo), às 18h. Os ingressos têm preços populares. Além da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), participam da montagem solistas como as sopranos Eiko Senda (Santuzza) e Sylvia Klein (Lola), a mezzosoprano Bárbara Brasil (Mamma Lucia), o tenor Matheus Pompeu (Turiddu) e o baixo-barítono Stephen Bronk (Alfio). O espetáculo tem direção-geral de Cláudia Malta.

A ópera “Cavalleria Rusticana” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Fundação Clóvis Salgado e Instituto Unimed-BH. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo FrediZak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH, da ArcelorMittal e da Usiminas, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução.

No coração da ópera italiana – A trama se desenvolve em torno dos personagens Turiddu, um jovem que trai a namorada Santuzza com sua antiga noiva, Lola, agora casada com Alfio. A tragédia acontece no vilarejo de Vizzini, em uma manhã de Páscoa, tendo uma “igreja como teatro”.

No triângulo amoroso, Turiddu, após uma campanha militar, volta ao povoado e se envolve com Lola, mulher de Alfio, deixando Santuzza inconsolável que, com ciúme e desesperada, revela a Alfio a infidelidade de sua esposa, provocando um duelo entre os dois homens. 

No conflito, Turiddu morre e no fim, Lola é encontrada morta em um jardim próximo ao local do duelo. No destino, coração da cultura siciliana, a vingança, como pilar.  

A obra se inscreve no movimento artístico do Verismo – de “vero”, verdade – italiano, que busca representar o cotidiano das classes populares.  A intriga é elogiada pela capacidade de criar enorme tensão dramática. De volta à música, particularmente às árias de Turiddu e de Santuzza, ela é passional e cativante, contribuindo na atmosfera do drama. 

A história se desenrola em um “quintal”, mas por tratar de temas como amor, ciúme e honra ferida, é universal e, por isso, sempre conquistou grandes públicos. "Cavalleria Rusticana" costuma ser apresentada em dupla com "Pagliacci", de Ruggero Leoncavallo, outra ópera verista que usa o mesmo ambiente e os mesmos temas.  

Alguns críticos consideram a história excessivamente dramática e rápida. Com certeza não são íntimos do estilo italiano daquela época e esquecem que "Cavalleria Rusticana" é perfeita, porque contém a natureza da verdadeira ópera. O público entende. No fim da estreia romana, Mascagni voltou ao palco 43 vezes para agradecer os aplausos efusivos durante quase duas horas. A ópera tem duração de 1h15m!

Porque, como escreveu o francês, Victor Hugo (1802 – 1885), a ópera não é o país do real. É a terra da verdade, onde corações batem nos bastidores, na plateia e no palco. Até mesmo no peito dos desafinados, como cantaria Tom Jobim.

Emoções à flor da pele garantidas!

FICHA TÉCNICA – ÓPERA “CAVALLERIA RUSTICANA”
Direção Musical e Regência: Ligia Amadio  
Concepção e Direção Cênica: Menelick de Carvalho
Cenografia: William Rausch
Figurinos: Marcela Moreira
Iluminação: Régelles Queiróz
Preparação do Coral Lírico: Lucas Viana
Direção Geral: Cláudia Malta

ELENCO – ÓPERA “CAVALLERIA RUSTICANA”
Eiko Senda (Soprano): Santuzza
Sylvia Klein (Soprano): Lola
Bárbara Brasil (Mezzosoprano): Mamma Lucia
Matheus Pompeu (Tenor): Turiddu
Stephen Bronk (Baixo-barítono): Alfio

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.

INSTITUTO UNIMED-BH – O Instituto Unimed-BH completou 22 anos em 2025 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, gerando trabalho e renda para diversas famílias, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, através de projetos patrocinados, apoiados e realizados em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

Ópera “Cavalleria Rusticana”, de Pietro Mascagni
Datas e horários: 6/8 (quarta-feira) e 8/8 (sexta-feira), às 20h; 9/8 (sábado), às 19h; e 10/8 (domingo), às 18h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: 10 anos
Ingressos a R$60,00 a inteira e R$30,00 a meia-entrada, disponíveis na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim

Foto:  Glenio Campregher 

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