Notícias
Homens continuam como maioria entre os trabalhadores do setor de transporte em Minas Gerais
Pesquisa da CNT revela que dos 297.872 vínculos empregatícios ativos registrados, a presença masculina é de 82,6% contra 17,4% da feminina
A presença masculina no setor de transporte em Minas Gerais ainda é amplamente predominante, conforme levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Dos 297.872 vínculos empregatícios ativos registrados no estado, os homens representam 245.992 (82,6%) e as mulheres: 51.880 (17,4%). Os dados constam no Painel CNT do Perfil do Trabalhador.
A pesquisa, feita com base na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, mapeou mais de 2,8 milhões de vínculos empregatícios no setor de transporte em todo o país. Desse total, o transporte rodoviário de cargas (TRC) representa a maior fatia, com 1,3 milhão de vínculos, o que corresponde a 46,6% do total. Em seguida aparecem os setores de armazenamento e serviços auxiliares ao transporte, com 543,1 mil vínculos, e os serviços postais e de entrega, com 154,7 mil trabalhadores.
Em meio a esse cenário, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais, Antonio Luis da Silva Junior, destaca que a predominância masculina no setor é reflexo de um histórico de exclusão e da construção social da atividade.
“O transporte rodoviário de cargas foi, durante décadas, associado a um perfil exclusivamente masculino, especialmente pelas exigências físicas. Essa realidade está começando a mudar, mas ainda temos muito a avançar”, afirma.
Segundo o dirigente, a presença feminina é essencial para renovar práticas, promover a diversidade e construir um setor mais equilibrado e representativo. “Atrair mais mulheres para o setor não é apenas uma questão de equidade, mas uma oportunidade de fortalecer e modernizar toda a cadeia logística. Temos acompanhado um movimento gradual de mudança, com mais mulheres buscando espaço e qualificações para atuar em diversas áreas do setor. Então, é fundamental que empresas e entidades se comprometam em promover um ambiente saudável, reconhecendo a importância da diversidade para o desenvolvimento sustentável do transporte no estado e no país.,” enfatiza.
O presidente do Setcemg acrescenta que, com a presença feminina crescendo gradualmente no setor de transporte e logística, empresas e profissionais precisam se preparar para essa transformação, o que significa mais do que abrir vagas. “É necessário criar ambientes de trabalho respeitosos, seguros e com igualdade de oportunidades”, diz.
Para o dirigente, a ampliação da diversidade nos times exige também uma mudança cultural. “Muitos gestores ainda enfrentam desafios por receios em lidar com questões de assédio ou discriminação. Mas isso não deve ser interpretado como um obstáculo à contratação de mulheres, e sim como um convite à qualificação das lideranças e à adoção de práticas éticas e claras de convivência”, ressalta.
Em Minas Gerais, a maior concentração de vínculos trabalhistas masculinos está na faixa etária de 40 a 49 anos, com 67.481 registros, seguida pela faixa de 30 a 39 anos, com 60.335. Entre as mulheres, a maior presença está na faixa de 30 a 39 anos, com 14.947 vínculos, e na sequência vem o grupo entre 40 e 49 anos, com 11.764 registros.
O levantamento mostra que a maior parte dos vínculos empregatícios ativos em Minas Gerais está concentrada entre pessoas com ensino médio completo. Ao todo, são 179.225 trabalhadores nessa faixa de escolaridade, o que representa a maioria expressiva em relação aos demais níveis.
Em seguida, aparecem os trabalhadores com ensino fundamental incompleto (35.874) e ensino fundamental completo (28.354). Já os profissionais com ensino médio incompleto somam 23.061, enquanto aqueles com superior completo totalizam 22.328.
Foto: Pexels
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.