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Gabriela, Dona Flor, Tieta e Teresa Batista: personagens femininas de Jorge Amado são tema do próximo Sábados Feministas, em 2 de agosto
O evento receberá o professor e crítico literário Eduardo de Assis Duarte, na AML, para o debate. O evento tem início às 10h e entrada gratuita
Num universo literário povoado por personagens femininas fortes, sensuais, irreverentes e, acima de tudo, livres, o escritor baiano Jorge Amado criou figuras inesquecíveis da literatura brasileira – como Gabriela, Dona Flor, Tieta e Teresa Batista. É a partir do olhar atento e contemporâneo do professor e crítico literário Eduardo de Assis Duarte que essas mulheres serão revisitadas na próxima edição dos Sábados Feministas, que acontece no sábado, 2 de agosto, às 10h, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Belo Horizonte). A entrada é gratuita, com abertura dos portões às 9h30.
Doutor em Letras, professor da UFMG e referência nacional em estudos sobre literatura e interseccionalidade, Eduardo de Assis Duarte lançou em 2024 o livro Narrador do Brasil: Jorge Amado, leitor de seu tempo e de seu país, no qual propõe uma leitura tridimensional da obra do autor – a partir da articulação entre gênero, classe e etnicidade. Para Duarte, “gênero, classe e etnicidade são onipresentes na obra de Jorge Amado, e isso até então estava pouco explorado”.
A partir dessa perspectiva crítica, o pesquisador se debruça sobre romances como Cacau, Suor, Jubiabá e Capitães da areia, sem perder de vista as célebres protagonistas femininas da fase mais conhecida do escritor. “Jorge Amado desde o começo volta sua escrita para a elevação das mulheres do povo”, afirma Duarte. “Construídas a partir do ímpeto utópico que faz do romance um apelo por um mundo melhor, suas personagens femininas são inscritas como heroínas sempre em busca da liberdade e da superação da subalternidade a elas prescrita pelo patriarcado.”
A leitura do autor baiano como um intelectual comprometido com as transformações sociais do país é aprofundada com base em teóricas como Simone de Beauvoir e Angela Davis. Duarte identifica em personagens como Gabriela a encarnação precoce de pautas feministas contemporâneas: “sujeito de seu corpo e de sua vontade, Gabriela põe em prática o mantra ‘meu corpo, minhas regras’ bem antes da pílula anticoncepcional se popularizar no país”, analisa.
O projeto Sábados Feministas é uma iniciativa da AML em parceria com o movimento Quem Ama Não Mata e acontece no âmbito do “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 248139)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e setecentos médicos cooperados e colaboradores. O evento tem apoio do Esquina Santê.
SOBRE O CONVIDADO
Eduardo de Assis Duarte integra o Programa de Pós-graduação em Letras – Estudos Literários, da Faculdade de Letras da UFMG e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade – NEIA, dessa Instituição. É autor de Jorge Amado, romance em tempo de utopia (1996), Literatura, política, identidades (2005) e de Narrador do Brasil – Jorge Amado, leitor de seu tempo e de seu país (2024). Organizou, entre outros, de Machado de Assis afrodescendente (3ª ed., 2020); Literatura e Afrodescendência no Brasil – antologia crítica (4 vol., 2ª Reimpr., 2021); Literatura afro-brasileira – 100 autores do século XVIII ao XXI (2ª ed.,2019) e Literatura afro-brasileira – abordagens na sala de aula (2ª ed.,2019). Integra a Comissão Editorial do literafro – Portal da Literatura Afro-brasileira, com informações biobibliográficas, críticas e excertos de cerca de 230 autoras e autores afro-brasileiros –, disponível no endereço: www.letras.ufmg.br/literafro.
Foto: Divulgação
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