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Um dos trabalhos mais importantes da Cia. Luna Lunera, “Prazer”, volta a Belo Horizonte após sete anos
A montagem ficará em cartaz nos dias 1º, 2 e 3 de agosto, no Teatro Marília
Num país qualquer, distante do Brasil, quatro amigos se reencontram. E apesar das suas angústias, seus impasses cotidianos, suas frustrações, eles tentam a coragem de buscar a alegria. Apesar de. Este é o enredo do espetáculo “Prazer”, um dos principais trabalhos da Cia. Luna Lunera, vencedor do Prêmio Copasa Sinparc de Artes Cênicas na categoria "Melhor Espetáculo", além de ter sido indicado ao Prêmio Shell São Paulo 2013, nas categorias "Autor" e “Cenário”, de Ed Andrade. Com direção e dramaturgia de Cláudio Dias, Isabela Paes, Marcelo Soul, Odilon Esteves e Zé Walter Albinati, a peça retorna a Belo Horizonte após sete anos e fará três apresentações, nos dias 1º, 2 e 3 de agosto, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586 - Santa Efigênia). Os ingressos custam R$40,00 (inteira) e estão à venda online no site www.sympla.com.br. Mais informações pelo Instagram @cia.lunalunera.oficial.
Este projeto conta com o patrocínio da CEMIG, por meio de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
A temporada de “Prazer” no Teatro Marília faz parte da 7ª Expedição Lunar, projeto da Cia. Luna Lunera que acontece desde 2006 com a proposta de fomentar a circulação de espetáculos por cidades mineiras, associada à formação artística e de público. A proposta é “promover o acesso às artes cênicas, por meio dos espetáculos de repertório da Cia., além da formação artística e de público, com a realização de oficinas e bate-papos em cidades de Minas Gerais”, conforme explica o ator Cláudio Dias.
Esta edição da “Expedição Lunar” contemplou as cidades de Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba, Divinópolis, Barbacena e Juiz de Fora, com quatro espetáculos de repertório: “Aqueles Dois”, “E ainda assim se levantar”, “Prazer” e “Urgente”; além da realização de oficinas e bate papos.
“Prazer”
Em cena, quatro velhos amigos lidam com seus “apesares” cotidianos, depois que decidiram deixar a cidade em que se conheceram e estudaram juntos para morar no exterior. São eles: Isadora (Isabela Paes), uma artista plástica que, aos poucos, abandona sua arte e a si para acompanhar o marido médico Osório (Odilon Esteves); o comissário de bordo Marcos (Marcelo Soul) e Camilo (Cláudio Dias), um bem-sucedido executivo que decide largar tudo e mudar de vida.
O ponto de partida para esta história foi um fragmento do livro “Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres” de Clarice Lispector, em que um dos personagens diz que “uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.”
O grupo partiu, então, para a leitura desta e de outras obras de Clarice Lispector, que ofereceram ao processo alimento poético. “Clarice foi fonte de inspiração. Mas não quisemos adaptar um de seus textos nem tivemos a pretensão de construir uma encenação que traduzisse seu universo simbólico. Nada disso. Seus textos foram mais uma das tantas vozes nesse diálogo com tantos colaboradores”, explica Isabela Paes, atriz da companhia.
Ancorada nos próprios questionamentos, “como ser você mesmo, hoje, sem sucumbir aos padrões?"; “quem sou eu?; como querer ser eu mesmo? hoje!”; “com que coragem buscar a alegria neste mundo, neste tempo, apesar de?”, a Cia. Luna Lunera construiu um texto inédito, permeado por algumas citações de Clarice. O espetáculo foi criado em um processo de direção e dramaturgia compartilhadas, em que cada ator cria seu próprio projeto de direção para os demais atores da companhia. Um modus operandi influenciado diretamente pelo chamado Processo Colaborativo, sistematizado por Antônio Araujo (Teatro da Vertigem), sistema que horizontaliza as relações de trabalho na criação, e tem como pilares da construção de um espetáculo - direção-atuação-dramaturgia - trabalhando juntos e sem texto prévio.
“Prazer” vem dar continuidade a esta pesquisa, iniciada em 2003, quando a Cia. vivenciou estudo prático e teórico do Processo Colaborativo, no Projeto Cena 3x4, do Galpão Cine Horto em parceria com a Cia. Maldita. Na ocasião, a Luna Lunera construiu a peça “Nesta Data Querida”, com supervisão do próprio Antônio Araujo, com a presença de uma diretora, um dramaturgo e os atores.
Em 2007, com a Cia. experimentou a radicalização deste método, com os próprios atores acumulando as funções de direção e dramaturgia, num processo que gerou o espetáculo “Aqueles Dois”. A partir daí, viu-se concretizada na Cia. a possibilidade de uma direção e dramaturgia compartilhadas, seguindo os preceitos metodológicos do Processo Colaborativo e, ao mesmo tempo, extrapolando-os ao desenvolver outros procedimentos para abarcar esse modelo de criação.
Colaboradores – O processo de criação de “Prazer” recebeu preciosas contribuições, por meio do Observatório de Criação – projeto em que a companhia abre seus processos criativos para o público, e de artistas convidados que contribuíram com interferências técnicas, estéticas e seus questionamentos artísticos e humanos. Jô Bilac, um dos nomes da dramaturgia contemporânea do Rio de Janeiro, colaborou na dramaturgia, orientando a criação dramatúrgica; Éder Santos, videoartista, colaborou na pesquisa e criação de vídeos, estabelecendo um diálogo entre o teatro e as artes digitais; Roberta Carreri, atriz do Odin Teatret – grupo com mais de 60 anos de existência, referência mundial na criação e pesquisa teatral, conduziu um treinamento intensivo, durante uma Residência Artística com a Cia., por 20 dias, na sede do Odin, na Dinamarca. Desenvolveu as bases de uma técnica de treinamento dos atores, contribuindo para que eles potencializassem a própria presença cênica através da exploração dos comportamentos cênicos e vivenciassem o cotidiano do grupo, com sua ética; Mário Nascimento, bailarino e coreógrafo paulista, radicado em Belo Horizonte, desenvolveu um treinamento corporal e contribuiu para a continuidade da pesquisa da interface entre teatro e dança, iniciada em Perdoa-me Por Me Traíres (2001).
Expedição Lunar - A Cia. Luna Lunera já passou com a Expedição Lunar, desde 2006, pelas cidades de Araxá, Barbacena, Bocaiúva, Conselheiro Lafaiete, Coronel Fabriciano, Guaxupé, Ipatinga, Mariana, Montes Claros, Ouro Branco, Ouro Preto, Uberaba, São João Del Rei, São Sebastião do Paraíso, Uberaba e Uberlândia. A abertura da 7ª edição aconteceu em Belo Horizonte, em fevereiro de 2025, com o espetáculo “Aqueles Dois”, dentro da 50ª Campanha de Popularização do Teatro e Dança (2025), no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Em seguida, o grupo passou por Uberlândia e Uberaba, com a peça “Urgente” (março); Divinópolis (abril), Barbacena (maio) e Juiz de Fora (junho), com “E ainda assim se levantar”. Em agosto, a Cia. retorna a Belo Horizonte com o espetáculo “Prazer”, encerrando a circulação.
CIA. LUNA LUNERA
Desde a fundação, em 2001, a premiada Companhia Luna Lunera reúne nove trabalhos no repertório – “Perdoa-me por me traíres” (2001), “Nesta data querida” (2003), “Não Desperdice sua única vida ou...” (2005), “Aqueles dois” (2007), “Cortiços” (2008), “Prazer” (2012), “Urgente” (2016), “E ainda assim se levantar” (2019) e “Aquela que eu (não) fui” (2023). A Cia. realizou mais de 1.200 apresentações de seus espetáculos por todo o território nacional e em países como Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, França, México, Panamá, Portugal, Uruguai e Venezuela, atingindo um público aproximado de 250 mil espectadores. O grupo compartilha seus processos criativos por meio de debates, do Observatório de Criação, ministrando oficinas e o Curso In Cena, atuante na formação de uma diversidade de artistas da nova geração.
CEMIG: A ENERGIA DA CULTURA
A Cemig é a maior incentivadora de cultura em Minas Gerais e uma das maiores do país. Ao longo de sua história, a empresa reforça o seu compromisso em apoiar as expressões artísticas existentes no estado, de maneira a abraçar a cultura do estado em toda a sua diversidade. Além de fortalecer e potencializar as diferentes formas de produção artística, a Cemig se apresenta, também, como uma das grandes responsáveis por atuar na preservação do patrimônio material e imaterial, da memória e da identidade do povo mineiro.
Os projetos patrocinados pela companhia, por meio da Lei Estadual e/ou Federal de Incentivo à Cultura, têm por objetivo beneficiar o maior número de pessoas, nas diferentes regiões do estado, promovendo a democratização do acesso às práticas artísticas. Assim, investir, incentivar e impulsionar o crescimento do setor cultural em Minas Gerais reflete o posicionamento da Cemig em transformar vidas com a sua energia.
SERVIÇO: Espetáculo “PRAZER” - Cia Luna Lunera
1º, 2 e 3 de agosto
Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Dia 2.08 com tradução em libras e bate-Papo
Local: Teatro Marília
Avenida Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia
Classificação Indicativa: 16 anos | Duração: 100 minutos
Ingressos R$ 40,00 (inteira)
Venda online no site www.sympla.com.br
FICHA TÉCNICA (completa)
Concepção e dramaturgia: Cia. Luna Lunera
Atuação: Isabela Paes, Cláudio Dias, Marcelo Soul e Odilon Esteves.
Codireção e codramaturiga: Cláudio Dias, Isabela Paes, Marcelo Soul, Odilon Esteves e Zé Walter Albinati
Orientação dramatúrgica: Jô Bilac
Preparação corporal: Mário Nascimento
Residência artística: Roberta Carreri - Odin Teatret
Pesquisa em artes digitais: Trem Chic
Direção em artes digitais: Eder Santos
Coordenação geral de produção videográfica: André Hallak
Edição: Leandro Aragão
Produção: Barão Fonseca
Concepção cenográfica: Ed Andrade
Assistente de cenografia: Morgana Mafra
Execução do cenário: 100 Pregos
Figurino: Marney Heitmann
Assistente de figurino: Alexandre Frade
Confecção de figurino: Maria Vieira
Iluminação: Felipe Cosse e Juliano Coelho
Assistente de Iluminação: Jésus Lataliza
Programação visual: 45 Jujubas - Marcelo Dante e Juliano Augusto
Registro videográfico: Léo Pinho
Assessoria de comunicação: Cristina Sanches
Produção executiva: Nathan Coutinho
Coordenação de produção: Mariana Rabelo
Administração: Graziane Monteiro e Marcelo Soul
Coordenação geral: Cláudio Dias
Foto: Adriano Bastos
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