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Série Concertos no Parque com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Clássicos Infantis
Mickey Mouse, Pernalonga, Os três porquinhos e Tom e Jerry serão relembrados
Beethoven, Liszt, Brahms e Rossini são alguns dos compositores que tiveram suas obras utilizadas como trilha sonora de clássicos da Disney e dos estúdios Warner Bros. Na próxima edição da série Concertos no Parque, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), sob regência do maestro Sérgio Gomes, resgata essas composições. As obras são também um retrato da produção musical do século XIX, representantes do estilo Romântico.
Da obra Fantasia de Walt Disney, de 1940, um dos filmes mais inovadores da história do cinema e que tem um diálogo explícito com a música orquestral, a OSMG executa um movimento da Sinfonia Pastoral, de Beethoven, e Aprendiz de Feiticeiro, do francês Paul Dukas.
Sinfonia Pastoral, considerada uma das mais belas obras do compositor alemão, é tema de fundo para a cena do Monte Olimpo, em que cavalos alados, sátiros e centauros convivem em um cenário bucólico. A sequência forma um significativo contraste com a obra de Beethoven, composição com cinco movimentos que descrevem a rotina de uma vida no campo, passando por oscilações, como a chegada de uma tempestade.
Também do clássico Fantasia, será executada Aprendiz de Feiticeiro, inspirada no poema homônimo de Goethe. A música compõe a cena que narra as aventuras de um jovem bruxo ao tentar auxiliar seu mestre nas tarefas do castelo.
Outras duas peças: Rapsódia Húngara nº 2, de Franz Liszt, e Manhã, Tarde e Noite em Viena, de Franz von Suppé, servem de trilha para as peripécias de Pernalonga e Tom e Jerry, da franquia Looney Tunes. Dança Húngara nº 6, do alemão Johannes Brahms, compõe a trilha sonora do curta metragem Os Três Porquinhos, também da Looney Tunes. O desenho recebeu o Oscar de Melhor Curta de 1943 e narra, de maneira bem humorada, um dos contos mais conhecidos por adultos e crianças.
A introdução instrumental da ópera Guilherme Tell, de Gioachino Rossini, também faz parte do programa. O mais icônico personagem de Walt Disney, Mickey Mouse, no episódio The Band Concert, de 1935, assume a batuta de maestro e rege de forma inusitada uma orquestra. O pato Donald, que vendia sorvetes ali perto, se empolga, quer participar, e acaba incomodando os músicos com sua desafinada flauta.
O regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Marcelo Ramos, destaca o teor tipicamente revolucionário dessa peça, já que Rossini, que não faz parte do período Romântico, antecipa sua composição. “Em 1829 o compositor conseguiu um efeito orquestral digno do Romantismo, que viria muitos anos mais tarde, com a divisão de sua abertura em 4 partes altamente descritivas”, explica Marcelo Ramos.
O poder da Música Clássica - As peças selecionadas para o programa desta edição da série Concertos no Parque foram compostas antes que os desenhos ou filmes fossem lançados. O árduo trabalho dos roteiristas e animadores resumiu-se a elaborar as cenas acompanhando o ritmo e características de cada composição, transformando a música em plano condutor da ação.
Segundo Marcelo Ramos, executar um concerto com um programa inédito como esse demonstra o poder que a música tem de contar histórias. “Além de serem obras belíssimas, o público terá a oportunidade de resgatar suas memórias, pois são músicas que fizeram parte da infância de muitos e hoje, infelizmente, não encontram o mesmo espaço na programação das tevês”, destaca.
A escolha das obras, de acordo com o maestro, aconteceu não somente pelo valor artístico das composições, mas, também, pelas críticas e brincadeiras que os roteiristas retrataram em situações que podem acontecer durante um concerto sinfônico. “São desenhos que exacerbam o ritual das salas de concerto, mostrando as peculiaridades pelas quais um maestro pode passar durante uma apresentação, como uma insistente tosse antes do início do concerto, uma mosca na partitura, um timbre de instrumento em especial, conversas, e até mesmo o choro do público frente a uma música triste”, observa Marcelo Ramos.
Sobre os compositores:
Beethoven - Compositor alemão, nascido, provavelmente, em 1770. Sua música é típica do período de transição entre as épocas Clássica e Romântica. Aos onze anos tornou-se músico profissional e, com doze anos, substituiu seu mestre na Orquestra da Ópera. Atormentado pela surdez e por problemas emocionais, Beethoven foi considerado um poeta-músico, o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela liberdade de expressão. Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e pelos grandes ideais humanitários. Faleceu na Áustria, em 1827.
Franz Liszt - Compositor e pianista húngaro que nasceu em 1811, na Hungria. Aos seis anos já revelou talento para o piano e, mais tarde, sua memória era tal que era capaz de tocar partituras complexas que ouvira apenas uma vez. Liszt influenciou muitos dos grandes músicos da época, mantendo-se ainda hoje um caráter complexo. Com mais de 700 composições, entre as mais notáveis encontram-se 12 poemas sinfônicos, dois concertos para piano, vários trabalhos corais e uma enorme variedade de peças para piano. Faleceu em 1886, na Alemanha.
Franz von Suppé - Compositor e maestro croata, nascido em 1819. Teve suas primeiras lições musicais na infância e começou a compor em idade precoce. Ainda adolescente, estudou flauta e harmonia, sendo também cantor. Compôs cerca de 30 operetas, 180 farsas, ballets, e outras. Algumas de suas aberturas são utilizadas em todos os tipos de trilhas sonoras para filmes, desenhos animados e anúncios publicitários. Faleceu na Áustria, em 1895.
Johannes Brahms - Compositor e pianista alemão, nasceu em 1833. Compôs sinfonias, concertos, música de câmara, peças para piano, peças corais e mais de 200 canções. Foi o grande mestre da sinfonia e da sonata da segunda metade do século XIX e um dos grandes compositores da época romântica. Além do êxito alcançado, tornou-se bastante popular. Embora não tenha sido um inovador, sua arte marca uma forte maturidade dentro do movimento romântico alemão. Faleceu em 1897, na Áustria.
Paul Dukas - Compositor francês nascido em 1865. Sua obra, apesar de escassa, permite que seja considerado um dos grandes criadores da música francesa anteriores à Primeira Guerra Mundial. Foi muito influenciado por Richard Wagner e era contemporâneo de Claude Debussy e Maurice Ravel. Produziu uma dezena de composições notáveis, de gêneros variados, destacando-se o poema sinfônico, o poema dançado e o drama lírico. Faleceu em 1935, também na França.
Gioachino Rossini - Compositor italiano, nasceu em 1792. Ficou notabilizado pelas óperas, particularmente as cômicas. Desde criança revelou-se um excelente improvisador. Estudou canto e harmonia em Bolonha e, em 1810, sua primeira ópera, Cambiale di Matrimonio, foi representada em Veneza. Rossini também contribuiu para o desenvolvimento da música sacra. Faleceu em 1868, na França.
ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS – Fundada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais se destaca pela variedade e versatilidade de sua programação, que inclui óperas, obras sinfônico-corais, programas com música popular brasileira, música com cinema, e a série gratuita Sinfônica no Museus, no museu Inimá de Paula; em apresentações ao ar livre, na capital e no interior. Seu regente titular é o maestro Marcelo Ramos, mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e Doutor em artes e regência orquestral pela Ball State University (EUA). Marcelo está em sua segunda passagem frente ao conjunto mineiro, onde atuou entre 2003 e 2008.
MARCELO RAMOS, REGENTE TITULAR DA OSMG – Mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e doutorando em artes e regência orquestral na Ball State University (EUA). Foi regente nas orquestras Amazonas Filarmônica, Teatro Nacional Claudio Santoro e Sinfônica de Minas Gerais, e dirigiu óperas e concertos sinfônicos. Participou de master classes internacionais com Michael Tilson Thomas, Kenneth Kiesler, Kurt Masur, Ronald Zollman e Alexander Polistchuk. No Brasil, estudou regência com Eleazar de Carvalho e Dante Anzolini, e regeu as principais orquestras brasileiras no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Brasília e Espírito Santo.
SÉRGIO GOMES – REGENTE, OSMG – Graduado em trompa pela UFMG, nasceu no estado do Rio de Janeiro e iniciou seus estudos musicais com seu pai o maestro Sebastião Gomes, e de trompa aos 11 anos na Escola de Música de Brasília. Em 1977 passou a integrar como primeiro trompista a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Em 1981, foi convidado a participar da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais como primeiro trompista atuando também como solista da referida instituição em várias oportunidades. Foi professor do Centro de Formação Artística da Fundação Clovis Salgado e da Escola de Música de Universidade do Estado de Minas Gerais. Atuou como regente e ensaiador da OSMG como assistente dos regentes Holger Kolodziej, Marcelo Ramos e Roberto Tibiriçá. Atualmente, Sergio é primeiro trompista solista e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
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