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Exposição “Avá Canoa” traz à tona obra do multiartista baianeiro Ayam Ubrais Barcor
Mostra ocupa a Casa Nair Mendes Moreira entre julho e setembro; entrada gratuita
Em celebração aos 25 anos de trajetória artística, o multiartista baianeiro Ayam Ubrais Barco realiza na cidade de Contagem, na região metropolitana de BH, uma série de ações gratuitas. O primeiro ato será a abertura da exposição "Avá Canoa", na próxima sexta-feira, dia 19 de julho, na Casa de Cultura Nair Mendes Moreira (Praça Vereador Josias Belém, 01, Sede), a partir das 20h. Cheia de singularidade, a mostra promete uma experiência imersiva, proporcionando ao público um mergulho na história das canoas e na vida dos povos que ainda as utilizam. A entrada é gratuita.
De acordo com Ayam, a inspiração para a exposição surgiu após um sonho. "Avá quer dizer gente, ser humano, em tupi; já a canoa é um dos artefatos mais antigos inventados pelo ser humano, cerca de 6.000 anos a.C. Para a exposição, invoquei em imaginar as gentes das antigas, cutucando a imaginação para criar e construir a canoa, até que comecei a sonhar, e um sonho me disse: 'Vá e pinte os avás e suas canoas'. Cá estamos", revelou ele sobre a exposição que vai até 6 de setembro.
Após acordar desse sonho, segundo a produtora e curadora Andreia Carvalho, o artista iniciou seus estudos pela cultura canoeira e a resistência do povo indígena avá-canoeiro. "Para a criação das obras, ele mergulhou em um processo de pesquisa acerca da história das canoas desde os primórdios, antes de Cristo, até a contemporaneidade, trazendo informações diversas que contribuíram com o processo criativo. A partir desse processo, Ayam iniciou a criação das obras carregadas de símbolos que revelam a diversidade das canoas e de seus/suas navegadores/as, homens e mulheres que representam essa cultura popular", explicou a produtora.
Viabilizada pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Contagem, a exposição "Avá Canoa" conta com 20 pinturas, em que os visitantes terão diante dos olhos uma experiência educativa sobre a história e a importância das canoas para diversos povos que as utilizam não só como meio de transporte, mas também como símbolo de resistência e preservação cultural.
SERVIÇO: Exposição "Avá Canoa"
Abertura: 19 de julho, às 20h
Visitação: até 6 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h
Casa Nair Mendes Moreira (Praça Vereador Josias Belém, 1, Sede)
Gratuito
Mais informações: https://www.instagram.com/ayamubraisbarco/
SOBRE AYAM UBRAIS BARCO
Nascido na Bahia e forjado em Minas Gerais, Ayam Ubrais Barco é um legítimo baianeiro. Filósofo pela Universidade Estadual de Santa Cruz de Ilhéus (BA), ele atua como artista plástico, cantautor e trabalhador da arte. Agora residente em Contagem, ele lembra que a imersão artística teve início ainda na infância, sob a orientação da avó materna, a dona Filismina.
"Ela cuidava de mim todas as tardes enquanto meus pais trabalhavam. E eu era virado no estopô e atrapalhava o trabalho dela com flores artesanais, pois ela tinha que ficar me perseguindo pela casa toda. Ela se atentou que eu só sossegava para assistir os filmes de índios e caubois 'americanalhados' que passavam na TV. Então, desenhou num papel de caderno os indígenas e os caubois e me mostrou. A partir daí, eu atravessava a tarde mais sossegado desenhando junto a ela", relembra.
Um fato curioso é que Ayam criou para suas obras uma técnica própria, que foi chamada de "filisminogravura", em homenagem a avó. Outro fato interessante está no nome do artista. "Ayam é o nome de nascença. Ubrais surge por conta da minha mãe católica crer que eu era possuído por um demônio de mesmo nome. Isso me fez passar por inúmeras sessões de exorcismo com água benta e berros", relembra ele, citando que 'Barco' foi uma escolha inspirada por um episódio curioso com um carro de som que trafegava pela cidade onde nasceu.
Em solo mineiro, Ayam atua em causas sociais e trabalha com artes plásticas, poesia, música, trilha sonora para cinema e teatro e, ocasionalmente, atua. Ele define sua obra como fundamentada em "amor e luta". "Penso nos povos do mundo todo, especialmente nos que metem a mão na massa", finaliza o artista.
Foto: Arquivo Pessoal
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