Notícias
Centro de Referência Audiovisual - CRAV reabre com novidades
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Responsável pela preservação e tratamento dos registros audiovisuais da cidade, o Centro de Referência Audiovisual (CRAV), espaço da Fundação Municipal de Cultura (FMC) foi revitalizado e está de cara nova. Exemplar da arquitetura residencial da década de 1920, o casarão recebeu pintura nova e passou por intervenções para preservar suas características originais. Com importantes ações e projetos em andamento, além de atividades ligadas à Sétima Arte nos Centros Culturais, o CRAV marca a sua reabertura com uma programação especial durante o Noturno nos Museus de Belo Horizonte, que acontece no próximo dia 18 de julho.
Durante a revitalização, o CRAV recebeu pintura com tinta de silicato para manter as mesmas propriedades da tinta à base de cal usada no período da construção da casa. Na parte interna, nos gradis e nos muros, uma nova pintura foi realizada e o telhado da edificação passou por um exame detalhado com o objetivo de sanar eventuais infiltrações que poderiam danificar a casa.
Segundo o gestor do espaço, Gilvan Rodrigues, a importância do trabalho de restauração está não somente no cuidado com um patrimônio imóvel, mas também, “na proteção de todo o acervo existente sobre a história e memória do audiovisual da cidade”, ressalta.
Para comemorar a reabertura desse importante espaço, durante o Noturno nos Museus de Belo Horizonte será inaugurada a exposição “Tony Vieira: um cineasta mineiro”, que conta a história desse ator, roteirista, produtor e diretor. A mostra exibe textos, documentos de época, fotos, roteiros e revistas que contam um pouco da vida do cineasta. A mostra também contempla peças do acervo pessoal do ator Hytagiba Carneiro e Toni Murtes, filho de Tony Vieira.
O CRAV apresenta ainda uma série de curtas metragens, documentários e cinejornais de seu acervo, a partir das 21h. Duas intervenções acontecem durante o evento, a primeira na fachada da instituição realizada por Renato Gaia, em parceria com o Instituto Imersão Latina. O artista apresenta ação metalinguística utilizando projeções de imagens que evocam a aura do cinema através dos fragmentos de filmes clássicos. Na área externa, o destaque fica por conta de uma obra - site specific – criada por Rogério de Castro Fernandes, no muro interno da instituição, baseada em pesquisas sobre o cinema brasileiro e o acervo do CRAV.
Projetos
Além da Pesquisa ao Acervo, estão em andamento os projetos “CRAV ao ArLivre”, a Oficina de “Conservação Preventiva do Patrimônio Cultural Audiovisual”, o “CinePop”, o “CRAV vai à Escola”, a “Pesquisa no acervo do CRAV” e a “Visita Técnica”. Novos projetos também estão em curso, como o “CRAV nos Centros Culturais”, com diversas atividades ligadas à Sétima Arte em todos os Centros Culturais da FMC e as “Sessões de vídeo comentado na República Reviver” em parceria com a Secretária Municipal Adjunta de Assistência Social. Outra ação de destaque são as “Mostras Internacionais CRAV”, cuja repercussão positiva da última edição sobre o cinema iraniano já faz com que a equipe se desdobre na preparação de novas mostras.
Histórico da Edificação
O Conjunto Urbano Álvares Cabral e Adjacências foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, em 11 de novembro de 1994, como reconhecimento de seu importante valor histórico e referência para a cidade. O imóvel que hoje abriga o Centro de Referência Audiovisual localiza-se nesse conjunto urbano, à Av. Álvares Cabral, 560. O imóvel, datado de 1920, foi projetado por Luiz Signorelli, arquiteto muito atuante na época, tanto com projetos residenciais quanto de arquitetura oficial.
O primeiro projeto para o imóvel foi aprovado na Prefeitura de Belo Horizonte em 1927, constando como proprietário Balbino Ribeiro da Silva. Seu desenho, eclético, foi muito influenciado pelo art noveau, de inspiração romântica, vinculando os sobrados, aos chalés e aos bangalôs. Surge como uma nova tipologia: o sobrado de uso misto ou “palacetes-comércio”, que se disseminou pela cidade principalmente nos anos de 1920.
Seu sistema construtivo é em alvenaria de tijolo maciço, provavelmente assentada com argamassa de cal e areia e o telhado constituído por telhas francesas. A temática da ornamentação é romântica e as esquadrias possuem apliques em massa com desenhos de guirlandas de flores no coroamento das portas e frisos em alto relevo. As fachadas originalmente receberam pintura à base de cal, com os panos mais escuros e os ornamentos em tons mais claros.
No ato de tombamento do Conjunto Urbano Álvares Cabral e Adjacências, considerando o seu relevante valor cultural para o município, o Conselho Deliberativo deliberou também tombar as fachadas e o volume de tal edificação. Na sessão de 25 de fevereiro de 1995, foi ratificado o tombamento do referido bem cultural. E em 25 de março de 2000, foi publicado no Diário Oficial do Município, o Decreto nº 10.202 de 24 de março de 2000, que declarava o imóvel de utilidade para fins de desapropriação.
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.