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Mostra “Sacralização da vida: do rosário ao Jequitinhonha” celebra legado de Frei Chico e a cultura popular do Vale

Exposição que entra em cartaz no CAP a partir deste sábado (12) reúne livros, objetos pessoais e lançamento de livro com a presença de Maria Lira e do Coral Trovadores do Vale

O Centro de Arte Popular inaugura a partir deste sábado (12/07), às 14h, a exposição temporária “Sacralização da Vida: Do Rosário ao Jequitinhonha”, que realiza uma homenagem ao pensamento e à obra do frade holandês Frei Chico (Francisco Van der Poel), pesquisador incansável da cultura e da fé popular da região. 

A abertura contará com a presença especial da artista e ceramista Maria Lira Marques, colaboradora fundamental nas pesquisas de Frei Chico, e do Coral Trovadores do Vale, grupo fundado pelo próprio frei em 1970. Durante o evento, também será promovido o lançamento do livro “Palavras Avoam – Bilhetes sobre a Mesa”, uma compilação de anotações manuscritas deixadas pelo frade, publicada pelo Selo Editorial Starling.

A exposição é promovida em parceria com o Museu de Araçuaí e exibe livros originais escritos por Frei Chico, como “Ritual de Bênçãos Simplificado” e “Dicionário da Religiosidade Popular”, além de objetos pessoais, como seu hábito bordado, viola, rabeca e tambor. 

Frei Chico

Holandês de nascimento e brasileiro de coração, Frei Chico (1923-2014) foi um frade franciscano que dedicou sua vida à pesquisa e valorização da cultura e religiosidade popular do Vale do Jequitinhonha. Com um coração aberto ao diálogo e uma mente curiosa, mergulhou nas tradições locais, estudando cantos, danças, festejos e ritos, sempre com profundo respeito pela sabedoria do povo.

Pesquisador incansável, deixou um legado de livros, como “Dicionário da Religiosidade Popular” e “Ao Homens da Dança”, e fundou o Coral Trovadores do Vale, grupo que preserva a música tradicional da região. Sua vida foi marcada pela simplicidade franciscana, pela escuta atenta e pela crença de que cultura e fé caminham juntas.

Como ele mesmo dizia: “Palavras avoam, a escrita fica”, e sua obra permanece, inspirando novos olhares sobre a riqueza sagrada e cotidiana do Jequitinhonha.

Museu de Araçuaí - Vale do Jequitinhonha (MG)

O museu possui um valioso acervo que  permite conhecer a história de Araçuaí e da região, os usos e costumes, as manifestações culturais, a religiosidade popular e a arte regional.  Seu acervo começou a ser reunido na década de 70 por Frei Chico e Lira Marques, que após entrar no Coral Trovadores do Vale, passou a contribuir no trabalho de pesquisa, catalogação e registro dos cantos e danças populares. Sua missão é historicizar a cultura do povo do Vale do Jequitinhonha, com especificidade para o município de Araçuaí.


Coral Trovadores do Vale 

Criado por Frei Chico em agosto de 1970, é formado por pessoas que se reúnem para ensaiar para as celebrações da missa e para apresentações quando convidados. O repertório contempla cantos de canoeiros, tropeiros, boiadeiros, machadeiros, lavadeiras, penitências, excelências, louvor de anjos, benditos, folias, vilão, contradança, batuques, tecedeiras e muitos versos relacionados ao trabalho, namoro, saúde e o cotidiano do povo do Vale do Jequitinhonha.

Serviço:

Exposição “Sacralização da vida: do rosário ao Jequitinhonha”

Data: 12 de julho de 2025

Horário: 14h 

Período de Visitação: 12 de julho à 28 de setembro de 2025

Local: Centro de Arte Popular - Espaço de Convivência (Rua Gonçalves Dias, 1.608, Lourdes) 

Foto: Divulgação

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