Notícias

Filarmônica de Minas Gerais realiza segunda apresentação do festival em homenagem aos 150 anos de nascimento de Richard Strauss

O concerto, que conta com a participação da soprano brasileira Adriane Queiroz, traz em seu repertório as obras Quatro Últimas Canções, O Burguês Fidalgo e Capriccio

O compositor Richard Strauss, conhecido por suas óperas, poemas sinfônicos e notáveis obras orquestrais, recebe homenagem daOrquestra Filarmônica de Minas Gerais no mês de julho, com Festival pelos seus 150 anos de nascimento. A segunda apresentação desse festival traz uma amostra da versatilidade deste grande compositor em um programa inesquecível. Da simples e bonita Serenata até sua última composição, a inigualável Quatro Últimas Canções; do humor e riqueza imaginativa da Suíte de O Burguês Fidalgo, de Molière, à cena final da ópera Capriccio. Sob a batuta do maestro Fabio Mechetti, o concerto, realizado no dia 15 de julho, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, conta com a participação da soprano Adriane Queiroz.

 

Este concerto conta com o patrocínio do Mercantil do Brasil e da Algar Telecom por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

O maestro Fábio Machetti 

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, foi convidado a levar ao Oriente o seu talento e capacidade de solidificar orquestras, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.

 

Realizou concertos no México, Espanha, Venezuela, Japão, Escócia, Nova Zelândia, Finlândia, Canadá, Porto Rico, Escandinávia, Suécia, Itália, Peru e Malásia. Neste ano estreará com a Orquestra da RTV Espanhola. Foi vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.

 

A soprano Adriane Queiroz 

A soprano Adriane Queiroz realiza seu trabalho musical na Europa, principalmente na Alemanha, onde é solista da Opéra de Berlim, Staatsoper. Iniciou seus estudos com Marina Monarcha e Malina Mineva, em Belém do Pará. Após esse período entrou na Universidade Vienense de Artes, onde se diplomou nos gêneros de Opéra e Lied, consecutivamente. Nesse período cantou na Volksoper de Viena e no Musikverein. Em 2002 entrou para o ensemble solista da ópera berlinense, o Staatsoper, dando assim progressão ao seu trabalho e cantando com regentes importantes como Barenboim, Nagano, Rene Jacobs e outros. Cantou a Oitava Sinfonia de Mahler com a Filarmônica de Berlim e Pierre Boulez, apresentação gravada para a Gramophone alemã.


Em seu repertório operístico encontramos Mozart (As Bodas de Fígaro, A Flauta Mágica, Cosi fan tutte, Don Giovanni) e os românticos Puccini e Bizet (Turandot e Carmen, entre outros). Como convidada, cantou durante três anos consecutivos Rosalinde, na operetta O Morcego, de J. Strauss Jr., na Semperoper Dresden. Em 2012 estreou no Teatro Municipal de São Paulo com La Traviata; no Festival de Concertos de verão em São Petersburgo, cantando Strauss; e em Baden Baden, cantando a Nona de Beethoven. Paralelamente, realiza um trabalho de divulgação da música brasileira, gravando em 2011 um CD com Canções de Camargo Guarnieri e Franciso Mignone, chamado Sons do Mundo (Klang der Welt). Em 2013, fez sua estreia na Operetta de Millörk, Der Bettelstudent, no grande festival austríaco, em Mörbisch, apresentação também gravada em CD pela Oehms Classics.

 

Repertório

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sob regência do maestro Fabio Mechetti, dá início ao concerto com a obra O Burguês Fidalgo, originalmente uma comédia teatral de Molière, entremeada com música e dança. A peça conta a história de Monsieur Jourdan, um burguês rico que deseja fazer parte da aristocracia e, para isso, aprende os modos da nobreza. Pensando em sua ascensão social, decide casar sua filha com um nobre, ignorando sua paixão por Cléonte, rapaz da classe média. Este, disfarçado, apresenta-se como filho do sultão da Turquia e ganha o consentimento de Jourdan.

 

A peça O Burguês Fidalgo é conhecida por ser uma comédia teatral de Molière, entremeada com música e dança. A adaptação musical da obra de Molière, sugerida a Strauss pelo poeta Hugo von Hofmannsthal, foi concebida como um novo tipo de apresentação: o uso de música incidental de caráter barroco na adaptação do texto teatral e a apresentação da ópera Ariadne auf Naxos logo em seguida, como parte do espetáculo. Concebida assim, ela estreou em Stuttgart, em 25 de outubro de 1912, e não foi bem recebida pelo público. Cinco anos depois, Strauss transformou a maior parte da música em suíte de concerto (O Burguês Fidalgo, op. 60: Suíte) e a apresentou ao público em 1920, desta vez com sucesso.

 

Na sequência e com a participação de Adriane Queiroz, a cena final de Capriccio, última ópera escrita por Strauss. O libreto da ópera passou por várias mãos, a começar por Stefan Zweig, um dos escritores mais aclamados da época, que não finalizou o projeto por sair do país com a ascensão do Nazismo. No final dos anos 1930, Joseph Gregor assume o ofício, mas Richard Strauss não gosta do resultado e pede ajuda ao regente Clemens Krauss. A ópera teve sua estreia em 28 de outubro de 1942, no Nationaltheater de Munique, sob a regência de Krauss.

 

Capriccio fala da própria ópera – onde reinam ao mesmo tempo as palavras e a música – por meio do amor da condessa Madeleine por dois homens, um compositor e um poeta.  A história se passa no século XVIII, em um castelo perto de Paris. A bela condessa dividida entre o compositor Flamand e o poeta Olivier, decide resolver o dilema pedindo-lhes que componham, juntos, uma ópera sobre a inseparabilidade da música e das palavras. Na cena final, muitas vezes representada nas salas de concerto a condessa encontra-se sozinha para jantar, refletindo sobre qual dos dois amantes escolherá.

 

Também será interpretada a Serenata em Mi Bemol maior, composta para treze instrumentos de sopro. A obra, escrita quando Strauss contava com somente dezessete anos, prenuncia, por um lado, o grande melodista que mais tarde se revelaria em O Cavaleiro da Rosa. Por outro lado, mostra um trabalho de releitura de obras similares, já ensaiadas antes por Mozart, Beethoven e mesmo Brahms, agora extraídas de seu ambiente camerístico e realocadas em um novo contexto, bem mais próximo do modelo sinfônico.

 

O resultado revela uma personalidade criadora original e autêntica que mais tarde alcançaria sua plenitude nos poemas sinfônicos de Strauss. A Serenata em mi bemol foi estreada em 1882, sob a direção de Franz Wüllner, regente responsável por nada menos do que as estreias em Munique de O Ouro do Reno e A Valquíria, de Richard Wagner.

 

No encerramento do concerto, a Orquestra volta a dividir o palco com a soprano Adriane Queiroz e, juntos, interpretam as Quatro Últimas Canções. Compostas em 1948, um ano antes da morte de Strauss, sobre textos de Hermann Hesse e Joseph von Eichendorff foram estreadas postumamente, em 1950, no Royal Albert Hall, em Londres, cantadas pela soprano norueguesa Kirsten Flagstad, acompanhada da orquestra Philharmonia, regida por Furtwängler.  As Quatro Últimas Canções não foram compostas como um ciclo, mas são tradicionalmente apresentadas assim. Elas são a despedida de Strauss e a assinatura final que ele legou à história.

 

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, criada em 2008 com o intuito de inserir o Estado de Minas Gerais nos circuitos nacional e internacional da música orquestral, é um corpo artístico administrado pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Formada por 90 músicos, a Filarmônica pauta seu trabalho pela excelência artística e vigorosa programação. Sua constante preo­cupação com a qualidade foi re­conhecida por importantes premiações: em 2012 recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra brasileira; em 2010 foi eleita como melhor grupo musical erudito do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); e seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2009 como melhor regente brasileiro.

 

Mais de meio milhão de pessoas já ouviram a Filarmônica de Minas Gerais que apresenta, regularmente, as séries Allegro e Vivace no Palácio das Artes, Concertos para a Juventude e Concertos Didáticos no Sesc Palladium, além de Clássicos na Praça e Concertos de Câmara em diferentes espaços culturais de Belo Horizonte. Realiza turnês por Minas Gerais e pelo Brasil, tendo feito sua primeira turnê internacional em 2012, com cinco concertos na Argentina e no Uruguai.

 

Como ações de estímulo à música, a Filarmônica promove o Festival Tinta Fresca, destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade inédita no Brasil, que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.

 

Em 2013, a Orquestra gravou seu primeiro CD comercial e firmou parceria com o selo Naxos, para o registro, no momento, de obras de Villa-Lobos. Para 2015, a Filarmônica aguarda a inauguração de sua sala de concertos, a Sala Minas Gerais.

 

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.