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Cia de Dança Palácio das Artes e coletivo Cia Favelinha se unem na criação de espetáculo inédito com inspiração antirracista

Ação faz parte do programa “Sobre Tons”, do Ministério Público de Minas Gerais, feito em parceria com a Fundação Clóvis Salgado; grupos artísticos terão dois dias de trocas cujo resultado será apresentado para adolescentes e jovens da rede pública de ensi

O programa “Sobre Tons”, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), vem tornando possível a realização de diversas ações artístico-culturais antirracistas em parceria com a Fundação Clóvis Salgado (FCS) desde 2024. Música, artes visuais, cinema e dança já  ocuparam o Palácio das Artes e a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, demonstrando o potencial das artes como ferramenta de transformação social. Essa força é reafirmada agora com o workshop "Sobre Tons na Dança", que acontece nos dias 9 e 10 de julho, a partir das 15h, no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes. O evento será fruto de uma interação entre a Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA) e o grupo Cia Favelinha (anteriormente chamada de Favelinha Dance), coletivo do Centro Cultural independente Lá da Favelinha, localizado no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A entrada nos workshop é gratuita, e o público-alvo são jovens a partir dos 14 anos, da rede pública de ensino, além de pessoas em geral interessadas.

O coletivo Cia Favelinha foi especialmente convidado para desenvolver um trabalho inédito em interação com a Cia de Dança Palácio das Artes. As trocas entre os dois grupos acontecerão nos dias 7 e 8 de julho, quando será elaborada uma apresentação que mescla as diversas técnicas de dança utilizadas por ambos os coletivos artísticos. Já nos dois dias seguintes, o workshop pretende mostrar para o público o resultado da experiência, sob a forma de um espetáculo de dança. Logo depois das apresentações, nos dois dias, os artistas participarão de uma roda de conversa com a temática do antirracismo, mediada por um dos integrantes do coletivo Cia Favelinha. 

O workshop “Sobre Tons na Dança” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo FrediZak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH, da ArcelorMittal e da Usiminas, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada pelo Programa Sobre Tons do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP/MPMG), pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC) e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução.

Sobre Tons – Com o objetivo de combater o racismo, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) lançou o programa “Sobre Tons”, que teve como suas primeiras ações a divulgação periódica de conteúdo informativo voltado ao letramento racial do público interno da Instituição. Logo o trabalho foi expandido para toda a sociedade, por meio de parcerias, com sessões de cinema comentadas, veiculação de vídeos em estádios de futebol e nas redes sociais, criação de um podcast, promoção de atividades culturais, entre outras ações. Juntamente à Educafro Minas e à Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais o programa deu origem ao Projeto Tenório, que concede bolsas integrais para pessoas negras em curso preparatório para ingresso na carreira de promotor de Justiça. Agora, em parceria de destaque com a Fundação Clóvis Salgado, multiplica ações culturais de enfrentamento ao racismo.

Artes que se fortalecem – A Cia de Dança Palácio das Artes, um dos três corpos artísticos geridos pela Fundação Clóvis Salgado, é reconhecida nacionalmente, sendo referência para a história da Dança em Minas Gerais. O grupo foi institucionalizado em 1971, e atualmente, com 18 bailarinos, desenvolve repertórios de dança contemporânea, atuando também nas óperas da FCS. Já a Cia Favelinha, atuante há quase uma década, é um grupo de dança voltado para estudos relacionados ao funk, composto por 7 intérpretes-criadores. Criado para proporcionar maior acesso à cultura das comunidades e difundir a dança, o coletivo se destaca por animar eventos e embalar festas, pelas oficinas de passinho que são ministradas no Centro Cultural Lá da Favelinha e por se apresentar ao lado de diversos artistas reconhecidos (como Liniker e Karol Conka), nos principais palcos musicais de Belo Horizonte (em festivais como o Breve e o Sarará, e no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes) e também fora do Brasil, em países como Reino Unido e França.

Sônia Pedroso, diretora da Cia de Dança Palácio das Artes, destaca a importância de reunir dois grupos tão diversos, mas que convergem em diversos pontos do fazer artístico. “Aqui na nossa companhia, nós desenvolvemos intensa e permanente pesquisas quanto à diversidade do intérprete na cena artística contemporânea. E o cerne disso passa pelo diálogo entre tradição e inovação. Então, ficamos muito felizes de poder, justamente, estabelecer essa troca com um grupo que tem sido referência para a juventude, atuando não apenas na prática e no ensino da dança, mas também no incentivo ao protagonismo negro e na criação de bem-estar através da cultura. Afinal, a arte é isso, essa ferramenta que nos possibilita imaginar, juntos, novas formas de expressão, de sensibilidade e de transformação social”, ressalta a diretora.

A artista Negona Dance, dançarina e coreógrafa na Cia Favelinha, aponta que essa união com a Cia de Dança Palácio das Artes é um encontro de mundos, que agora se abraçam, se misturam e se fortalecem. “É a quebrada colando com o clássico, o funk de ‘responsa’ encontrando o plié, e tudo isso criando um espetáculo que fala com a molecada da escola pública, que muitas vezes nunca se viu representada no palco de um teatro desses. A Cia Favelinha chega com o corpo marcado pela rua, pelo ‘batidão’, pela sobrevivência e pela criação. A Cia Palácio das Artes vem com a estrutura, com a técnica de anos e anos, e quando esses grupos se cruzam, não é só dança — é revolução. Ver essas duas companhias juntas é tipo dizer pros jovens: ‘Esse espaço também é seu’. A dança é corpo, e o corpo preto sempre foi resistência. É através dela que a gente reconecta com nossas raízes, com nossos ancestrais, com a força que vem lá do tambor e do chão batido. Na luta antirracista, a dança vira linguagem de denúncia, de afirmação e de cura. Quando um corpo preto ocupa um palco, ele quebra uma lógica de exclusão, mostra que a técnica também é nossa, que a estética preta tem valor, que o gingado da favela é arte refinada. E isso é puro enfrentamento ao racismo estrutural. É botar o corpo na linha de frente, dançando como quem diz: ‘Vocês não vão nos parar!’”.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.

MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – É o órgão responsável pela defesa dos direitos dos cidadãos e dos interesses da sociedade. Sua função é zelar pela correta aplicação da lei, pela ordem jurídica e pela democracia. Cabe a ele lutar contra as desigualdades, garantindo uma vida digna a todos os cidadãos.

Workshop "Sobre Tons na Dança"
Datas: 9 e 10 de julho
Horários: 15h
Local: Teatro João Ceschiatti – Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita

Foto: Pafyeze

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