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Pejo/Desejo/Pejo, de Alê Jordão, aborda o mundo do consumo em fotografias e instalações

Exposição, que tem entrada gratuita, estará em cartaz no Museu Inimá de Paula

Pinturas, fotografias, instalações e gravuras se misturam entre a cultura de rua e as artes visuais contemporâneas, no novo trabalho do badalado artista paulista Alê Jordão. Denominada de Pejo/Desejo/Pejo, a exposição estará em cartaz no salão principal do Museu Inimá de Paula, de 17 de julho a 18 de agosto. Com curadoria de Marcelo Vasconcelos e Walton Hoffmann, o artista faz um apanhado de suas recentes mostras bem sucedidas, agregando várias composições inéditas. “A surpresa é um vértice importante nas composições de Alê”, garante Hoffmann. 

 

Na série “Paixão e Compulsão”, Alê Jordão faz um discurso crítico-conceitual sobre o consumismo, expondo em fotografias reproduções em grande escala de tíquetes de compras e notas fiscais, em geral, de transações de altos valores na aquisição de objetos de luxo. A partir de sua própria coleção, com mais de dois mil pares de sneakers, ele criou um “tapetão de tênis”, como define, com mais de 300 modelos expostos.  “Tem pessoas que compram algo caro para se exibir e tem aqueles que escondem o que compram. O que a pessoa está vestindo é o quanto ela vale naquele momento”, explica o artista.

 

Jordão tem como principal fonte de inspiração a vida cosmopolita. Gula, sexo, jogos, drogas e outros vícios que permeiam a vida moderna também são ratificados na mostra. “Eu faço parte desse consumismo e é ele que me leva à minha arte. Se me mandarem criar em uma fazenda, por exemplo, não vou conseguir. Esse trabalho vem do meu estilo de vida”, conta.

 

Fragmentos da mostra “Spectrum”, também estarão presentes em Pejo/Desejo/Pejo. O artista se apropriou do carro twingo, do jornalista Ricardo Boechat para criar instalações, também em grandes escalas, de luzes e sombras. Uma das peças icônicas da exposição é o skate feito de metal, com partes do carro, que acompanha o artista em várias exposições. “Uso o universo abstrato, mas o conteúdo é forte. Quero chegar justamente ao lugar onde se falam em sentimentos e sensações”, diz.

 

O pejo, aquela pequena vergonha que sentimos de algo moralmente errado, chamou a atenção dos curadores da exposição. Marcelo Vasconcelos destaca que o artista está acima da média daqueles formados na nova geração. Segundo Walton Hoffmann, Alê consegue abordar temas emblemáticos, de forma incisiva e suave. “Uma vez, o Iberê Carmargo (pintor brasileiro) me disse que se um artista tem medo, ele não sai do lugar. O Alê tem coragem e uma profunda eficiência na arte, desde a pintura até a instalação. Tudo que ele faz de experimento tem um valor arrojado e muito frescor”, pontua Hoffmann.

 

SOBRE O ARTISTA

Alê Jordão nasceu e vive em São Paulo. Estudou na FAAP na segunda metade dos anos 1990, com Sandra Cinto, Dora Longo Bahia, Paulo Pasta, Felipe Chaimovich, Edu Brandão, Carmela Gross, Regina Silveira e Nelson Leirner. Complementou seus estudos na Domus, em Milão, escola originária da experiência da arquitetura pós-moderna italiana dos anos 1970 e 1980. Participou por sete anos consecutivos da Casa Cor de São Paulo e expôs em galerias em Bruxelas, Paris, Milão, Nova York, Miami, Los Angeles, Ibiza, além da Casa Cor Europeia, em Estocolmo, e na Bienal de Roma, no qual foi premiado, em 2014, com o trabalho “No chair

Foto: Divulgação 

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