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“GOLD”, espetáculo da Tuktuk Cia Teatral, é lançado no formato audiovisual
Montagem adaptada e gravada para o vídeo chega ao canal no YouTube da companhia para exibição gratuita por 90 dias. Projeto é resultado da experimentação do grupo mineiro sobre a transposição da linguagem do teatro para o universo cinematográfico
A Tuktuk Cia. Teatral lança o projeto audiovisual do seu espetáculo “GOLD”, trabalho que já circulou por importantes festivais de teatro, entre eles o Festival de Teatro de Curitiba. A montagem teatral ganha versão cinematográfica, gravada sem plateia, na Funarte-MG, transpondo a linguagem do teatro para o universo do cinema. O trabalho ficará disponível no canal no YouTube da companhia por 90 dias para acesso gratuito e com acessibilidade em Libras (https://youtu.be/ZPmmclqKRwE?si=4b-QWAZdfxhf-18u). Este projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo/MG com apoio do Teatro Universitário da UFMG.
Com direção de Tarcísio Ramos, trilha sonora e direção musical de Max Hebert e orientação dramatúrgica de Idylla Silmarovi, a peça é uma criação coletiva que aborda a exploração desenfreada do meio ambiente, da terra e de seus recursos naturais. A proposta da companhia é transpor a peça teatral para o universo cinematográfico, promovendo, assim, um intercâmbio entre as duas linguagens artísticas. “Este projeto nos possibilitou experimentar a interseção entre o teatro e o audiovisual, trazendo elementos que no teatro ao vivo não é possível”, conta a atriz Lori Moreira.
A adaptação do espetáculo para o audiovisual exigiu da Tuktuk Cia. um processo extenso de pesquisas e adaptação. O grupo ficou imerso por seis meses no projeto, que envolveu adequação do texto, gravações das cenas, edição e finalização. Os registros foram feitos no palco da Funarte-MG, com algumas cenas externas em espaços públicos de Belo Horizonte e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Essa é uma das principais diferenças que para nós, artistas do teatro, foi impactante: o audiovisual te oferece como recurso a possibilidade de gravações externas, o que traz outra textura para a trama. Por outro lado, durante as gravações, sentimos a ausência do público, que no teatro nos dá uma temperatura para cena”, explica o ator Victor Velloso.
A versão de “GOLD” para o audiovisual tem 32 minutos e conta com direção de vídeo e atuação de Thálita Motta Melo. Em cena, estão Ana Luísa Cosse, Fernando Dornas, Lori Moreira e Victor Velloso, artistas que compõem a Tuktuk Cia. Teatral
Sobre o texto
O texto trata da contemporaneidade por abordar principalmente a visão do sujeito em relação ao tempo em que ele se encontra, projetando-se tanto em relação a um passado no qual a nossa relação com a natureza construía-se de forma harmoniosa e integrada quanto em relação a um presente de ruptura e a um futuro possivelmente sombrio. O título do espetáculo, “GOLD”, faz referência à busca da humanidade pelo ouro que tudo corrompe. Por ação do garimpo ilegal e dos interesses da mineração, terras indígenas, quilombolas e suas riquezas materiais e imateriais são envenenadas e destruídas.
De quem é a culpa? “GOLD” caminha por diferentes tempos, do passado ancestral à contemporaneidade que ruma em direção a um futuro desconhecido, mas possivelmente catastrófico. Assim, o espetáculo versa sobre a possibilidade de um futuro e sobre a vida ou a morte do chão que habitamos, tendo como intuito provocar reflexões profundas sobre como a sociedade lida com a exploração dos recursos naturais e os impactos causados por essa relação predatória entre humanidade e natureza.
“O encadeamento do enredo, a emoção do corpo e a provocação da imaginação são aliados nessa tarefa de conscientização, tão necessária quando falamos sobre o meio ambiente e temas relacionados a essas temáticas. As artes da cena, que elaboram as diferentes visões de mundo, são um campo da cultura valioso para exercermos esse debate que busca contar com a força existente no encontro entre as pessoas e provocar reflexões”, conta Ana Luísa Cosse, atriz e co-fundadora do grupo.
A crise ambiental e climática que o mundo atravessa é um dos temas mais urgentes da atualidade. Os paradigmas atuais, bem como o contexto brasileiro e as políticas governamentais de um passado bastante recente, que incluiu desde a facilitação do crime ambiental, como o garimpo, à leniência com a perseguição e execução de ambientalistas e lideranças indígenas precisam ser permanentemente escrutinados. “É fundamental que os alertas da comunidade científica e de outros atores, frequentemente ignorados, encontrem alternativas de comunicação que garantam a presença dessas temáticas no campo do debate”, ressalta Fernando Dornas, ator e cofundador da Tuktuk Cia. Teatral.
Histórico do espetáculo - Estreado em 2022, durante as comemorações dos 70 anos de surgimento e trajetória do Teatro Universitário da UFMG, “GOLD” cumpriu sua temporada de estreia na FUNARTE-MG com sucesso de público, a peça participou de importantes festivais teatrais, como o FITUB (Blumenau/SC - julho de 2022) e o FETO (Belo Horizonte - outubro/2022), e se apresentou nos projetos "Quarta Doze e Trinta" e "Ao Cair da Tarde", da UFMG bem como o Festival NOVA CENA (Itajaí/SC – agosto de 2023). Em março de 2024 participou de um dos maiores festivais do Brasil, o Festival de Teatro de Curitiba, ocupando a Caixa Cultural de Curitiba na Mostra Fringe. A cenografia da peça também foi selecionada para compor a Mostra Brasileira de Estudantes na Quadrienal de Praga (República Tcheca), um dos maiores eventos da área de visualidades da cena do mundo.
Sinopse
Um tempo de terra fértil, potente, amorosa, bela.
Um tempo de uma terra violentada, explorada, comercializada.
Cultivar ou destruir?
É sobre essa escolha que o espetáculo “Gold” vem tratar; sobre as contradições dos viventes nessa terra-mãe. É sobre a busca por culpados, sobre a possibilidade de um futuro e sobre a vida ou a morte do chão que habitamos. E no curso dessa história da exploração, é também sobre o ouro que tudo compra. É sobre decidir: perseverar ou desistir.
Ficha Técnica do vídeo
- Direção de vídeo e atuação: Thálita Motta Melo
- Direção de Câmera e montagem: Kleber Bassa
- Elenco: Ana Luísa Cosse, Fernando Dornas, Lori Moreira e Victor Velloso
- Dramaturgia: Ana Luísa Cosse, Fernando Dornas, Pimenta e Victor Velloso
- Concepção inicia: Tarcísio Ramos
- Direção de movimento e preparação corporal: Eliatrice Gischewski
- Direção musical e músico convidado: Max Hebert
- Direção de arte: Thálita Motta Melo
- Desenho e operação de luz: Ismael Soares
- Criação e confecção de máscaras: Fernando Linares e Rafael Bottaro
- Produção executiva: Polyana Horta
- Projeto gráfico: Dejota Torres
- Redes sociais: Alexandre Ribeiro
- Coordenação de projeto: Tuktuk Cia. Teatral
- Apoio: Teatro Universitário da UFMG e Funarte-MG.
- Patrocínio: Lei Paulo Gustavo/MG
Foto: Lenon César
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