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Natural de Vitória (ES), Fabriccio construiu sua carreira a partir da confluência entre o afeto, o cotidiano e a ancestralidade. Sua música é marcada pela fusão entre gêneros como R&B, soul, reggae, samba, congo capixaba e música popular brasileira, costurados por letras que refletem experiências urbanas, influências do cinema e da literatura, além da vivência como homem negro em diáspora. Artista múltiplo, assina a produção musical de suas faixas e também atua na direção criativa de seus projetos.

Desde a estreia com o EP Desajeito (2011), Fabriccio vem desenvolvendo uma discografia autoral que se tornou referência no cenário independente. Em 2017, lançou o álbum Jungle, posteriormente relançado em versão ampliada como Selva, com participações de nomes como Luedji Luna, Tássia Reis e Tuyo. Em 2024, apresentou ao público o álbum Vitória, uma homenagem à sua cidade natal, que consolida sua maturidade artística e aprofunda seu diálogo com a identidade capixaba, por meio de percussões afro-brasileiras, metais e vozes poéticas como a da atriz Elisa Lucinda.

Além da produção fonográfica, Fabriccio tem se destacado pela coerência estética e política de sua obra, marcada por um olhar afetivo e crítico sobre os territórios que habita e atravessa. Seus trabalhos recentes, como os singles “Mete o Louco” e “Bora Pra Praia”, reafirmam sua habilidade em dialogar com o contemporâneo sem abrir mão da raiz.

A apresentação em Belo Horizonte integra a programação do Mercado Negro, iniciativa que há mais de uma década atua na valorização de artistas negros e periféricos nas artes cênicas, música, literatura e debates culturais. A noite contará ainda com o bate-papo “Entre Sons e Sobrevivências”, com participação da cantora Ohana e do músico e poeta Robert Frank.

A roda de conversa propõe uma reflexão sobre os desafios e prazeres de viver de arte no Brasil atual. Serão debatidos temas como sustentabilidade na criação artística, precarização do trabalho cultural, e os modos possíveis de existência e resistência através da arte. A mediação entre experiências distintas — como a de Ohana, cuja trajetória começa no hip hop em Contagem e se expande para gêneros como samba e neo-soul, e a de Robert Frank, que atua desde os anos 1990 na cena autoral de BH — promete um encontro potente entre gerações e visões complementares.

Encerrando sua passagem por Minas, Fabriccio se apresenta no dia 12 de julho na Casa Quilombê, no Quilombo dos Marinhos, em Brumadinho. O território, símbolo de resistência e memória afro-brasileira, acolherá o artista em uma noite que celebra o encontro entre música, cultura quilombola e histórias compartilhadas.

PRÓXIMAS EDIÇÕES do MERCADO NEGRO

A feira ocorrerá mensalmente até setembro de 2025, reafirmando seu compromisso com uma cultura pulsante em BH. O Mercado Negro é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

SERVIÇO: Mercado Negro – 38ª edição
Data: 11 de julho de 2025 (sexta-feira)
Horário: 17h às 22h
Local: Teatro Espanca (Rua Aarão Reis, 542, Centro - BH/MG)
Entrada gratuita

Foto: Pablo Bernardo