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Audiência que discutiu mortandade das abelhas por excesso de agrotóxicos trouxe à tona a necessidade da regulamentação e fiscalização dos herbicidas no Brasil

O Brasil é o país que mais utiliza herbicidas no mundo, está à frente dos Estados Unidos e Europa. O uso desregrado nas plantações tem causado a morte de abelhas e prejudicado de forma significativa a polinização das culturas, principalmente de frutas e verduras. As necessidades do mercado não podem atropelar a continuidade da vida no planeta. Segundo um levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 300 mil toneladas de agrotóxicos são aplicadas por ano no Brasil. Os problemas que envolvem a regulamentação e o controle da atividade no país foram temas de uma Audiência Pública na Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), realizada nesta quinta feira, a pedido do deputado federal Antônio Roberto (PVMG). Durante os debates, Antônio Roberto, reforçou a importância em discutir o assunto, já que afeta as plantações e a sobrevivência humana diretamente: “Se preocupar com a qualidade de vida das abelhas não é romantismo, mas uma responsabilidade com a existência humana. Não existe uma contradição entre desenvolvimento da agricultura e preservação de espécies fundamentais da fauna e da flora brasileira, como é o caso das abelhas”. O encontro teve a colaboração de várias entidades que tem pesquisado o tema e apontado soluções para conter o avanço da mortandade. Recentemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), concedeu um parecer ao Congresso Nacional baseado em estudos científicos que apontou para a necessidade em proibir a pulverização aérea de pelos menos quatro agrotóxicos considerados altamente prejudiciais não somente as abelhas, como também as famílias que podem ter complicações médicas ao respirarem os produtos. Além disso, Antônio Roberto ressaltou que “as conseqüências da mortandade das abelhas podem afetar pesadamente a segurança alimentar, porque elas são responsáveis pela polinização de cerca de 70% das culturas, o que corresponde a 90% da oferta global de alimentos”. Neste contexto, durante a discussão, o deputado citou dados de países da União Européia, que proibiram por dois anos o uso de alguns pesticidas. O parlamentar também citou os Estados Unidos que atualmente passa pelo mesmo problema. Antônio Roberto disse que “a intenção da Audiência Pública foi estabelecer um diálogo entre as várias frentes afetadas diretamente pela morte disseminada das abelhas, e apontar soluções a médio e em longo prazo, a fim de evitar problemas macros com a população em geral”. Para isso, foram convidados o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Cunha e a diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Também, participaram os representantes do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e uma pesquisadora da Universidade da Bahia (UFBA), Maria Cecília de Lima e Sá de Alencar Rocha, que realiza pesquisa sobre as causas e as conseqüências do uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras para a sobrevivência das abelhas no Brasil. Para o parlamentar, o encontro foi importante para estabelecer um viés sobre a necessidade da regulamentação e fiscalização dos herbicidas no Brasil, e ressaltou “a importância em criar uma agenda de discussão com o setor agrícola e ambiental para chegar a um equilíbrio ambiental o mais rápido possível, uma vez que a ganância e o consumo exagerado têm afetado diretamente a continuidade da vida no planeta.

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