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Gastronomia mineira celebra seu dia entre raízes do passado e sabores do futuro

Edson Puiati explica como a cozinha mineira alia memória afetiva a ingredientes esquecidos e técnicas modernas

Celebrado em 5 de julho, o Dia da Gastronomia Mineira é uma oportunidade de valorizar um dos maiores patrimônios culturais de Minas Gerais: a comida feita com afeto, história e identidade. Com raízes fincadas no fogão a lenha, nos quintais e nas receitas de família, a culinária mineira vem passando por um processo de renovação que mantém viva a tradição, mesmo quando ela assume novas formas com práticas e pratos contemporâneos.

Segundo Edson Puiati, diretor de Hospitalidade e Gastronomia do Senac em Minas, que faz parte do Sistema Fecomércio MG, a base da cozinha mineira ainda está profundamente conectada às memórias afetivas e aos encontros familiares. “É uma culinária que nasceu em torno do fogão a lenha, com ingredientes do quintal. A gente carrega a comida de vó no sabor dos domingos em família”, afirma.

Puiati classifica a gastronomia mineira em dois grandes grupos: a cozinha “mais seca”, representada por pratos dos tropeiros, e a “cozinha molhada”, ligada aos quintais, onde se criavam frangos, cultivavam-se taiobas e preparavam-se caldos. Ele destaca ainda que a riqueza dessa tradição vem da mistura de influências indígenas, africanas, portuguesas e outras impulsionadas pela globalização, como asiáticas.

Do tradicional ao contemporâneo: novos caminhos para os mesmos sabores

Ao falar sobre a gastronomia contemporânea, Puiati reforça que inovação não significa ruptura. “A modernização não pode alterar a essência do prato. Inovar é aplicar novas técnicas, processos e conhecimento científico para entender o que pode ser mais saudável, mas sem perder o vínculo com a tradição”, explica. Como exemplo, o especialista cita o ágar-ágar, farinha com base em algas e que vem sendo usada em diversas ocasiões como uma substituição mais saudável em relação à farinha de trigo.

Por outro lado, revisitar ingredientes esquecidos também é um movimento realizado por chefs e estudiosos como forma de trazer contemporaneidade à comida mineira. Um exemplo é a beldroega, uma hortaliça que cresce espontaneamente e hoje é classificada como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). “É rica em proteína vegetal e tem um sabor incrível, mas hoje em dia não é mais tão fácil de encontrar. O que é chamado de PANC no Brasil, muitas vezes já fez parte do dia a dia do mineiro há muito tempo, como a taioba ou o ora-pro-nóbis. Esses sabores podem ser resgatados como forma de inovação”, comenta.

Para Puiati, a criatividade ao combinar esses ingredientes não só dá origem a novos pratos, como também fortalece a cultura alimentar de Minas Gerais. “A comida contemporânea não se opõe ao prato tradicional. Pelo contrário, ela celebra e valoriza as nossas raízes, oferecendo uma nova perspectiva para ingredientes que sempre estiveram na nossa mesa.”

Nas salas de aula, o Senac também promove a união entre os sabores raízes com técnicas modernas da culinária, como explica o Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Faculdade Senac – Belo Horizonte, Rafael Teixeira de Mattos. “É essa fusão entre o legado cultural e uma visão de futuro que torna a gastronomia mineira tão especial. Por isso, nossas aulas práticas vão além da cozinha pedagógica, com visitas técnicas nos principais eventos gastronômicos de Minas e chefs renomados. Essa experiência direta permite que seja absorvido tanto o conhecimento tradicional quanto as técnicas mais recentes.”

Sobre a Fecomércio MG e a Faculdade Senac - Belo Horizonte 

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, abrangendo mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade, há 86 anos. Outra importante atribuição da entidade é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários(as), empresários(as) e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

O Senac está em atuação em Belo Horizonte desde 1949. Na unidade Faculdade Senac - Belo Horizonte, localizada na Rua dos Goitacazes, 1159, Barro Preto, são ofertados cursos ágeis, de Aprendizagem Comercial e Técnicos. Os alunos podem escolher formações nas áreas de Artes, Beleza, Gestão e Comércio, Comunicação, Conservação e Zeladoria, Design, Educacional, Gestão, Hospitalidade, Idiomas, Informática, Meio Ambiente, Moda, Produção de Alimentos, Saúde, Segurança, Turismo e Gastronomia. Nesta unidade também é ofertado o Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia e a Especialização em Gastronomia e Práticas Alimentares.

A Fecomércio MG também trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor nos âmbitos municipal, estadual e federal. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida de cidadãos e cidadãs e impulsionar a economia mineira.

Foto: Genilton Elias

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