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Artista francês Rodolphe Huguet desenvolve o projeto "Copa do mundo 2014 - Favela Internacional Futebol Artístico" em Belo Horizonte

Domingo (6), acontece um torneio na "Escola de Futebol de Indianópolis", no bairro Estrela de Oriente, como parte da intervenção artística

O renomado artista francês Rodolphe Huguet realiza em Belo Horizonte o projeto Copa do Mundo 2014 –Favela Internacional Futebol Artístico, que envolve intervenções urbanas e uma exposição. Neste domingo (6), em parceria com a Aliança Francesa Belo Horizonte, a Radio Favela e a Escola de Futebol Indianápolis, ele realiza um mini torneio de futebol no campo do bairro Estrela de Oriente, às 14h, com cerca de 50 jovens entre 12 a 14 anos.

 

Os participantes são moradores das favelas no entorno do campo, como Vila Paraíso, Conjunto Ferrara, Cabana Pai Tomaz, Favela das Casinhas, Vila Bernadete, Ventosa e Nova Cintra. Eles são alunos da “Escola de Futebol Indianápolis”, dirigida pelo ex-atleta profissional Carlos Roberto Silva – o Índio, que já lançou jogadores como Túlio de Melo. Antes da partida, Rodolphe Huguet vai fotografar cada participante e produzir figurinhas adesivas, estilo Panini, com o nome do “jogador”.

 

Ainda na França, o artista produziu bolsas de luxo a partir das bolas da Copa do Mundo. No dia 11 de julho, os jovens que participaram do projeto e o próprio Huguet irão distribuir as figurinhas, que estarão nessas bolsas, no bairro Estrela do Oriente, na vizinhança, no centro da cidade e na região da Savassi. Rodolphe desenvolveu também outros adesivos com uma foto de uma velha bola de futebol encontrada no Brasil, em uma viagem no ano passado, que também serão distribuídas.

 

O gesto, embora simples, tem o objetivo de ecoar o que se passa no Brasil ao redor da Copa do Mundo. Da bola de luxo, sai uma velha bola, usada, miserável, do mesmo país. É uma maneira de recolocar na frente do cenário e valorizar uma população que tende a ser esquecida, do mesmo jeito que esta velha bola esquecida num canto do Brasil. Todo o processo, desde o início, será filmado e fotografado. O resultado do projeto será exposto no jardim da Aliança Francesa Belo Horizonte, no dia 18 de julho, com entrada franca.

 

Pela quarta vez no Brasil, Rodolphe Huguet faz residências em diversos países e suas viagens são uma maneira de trabalhar sua arte com as populações locais. Durante as suas três residências anteriores em Minas Gerais, apoiadas pela Aliança Francesa de BH e pelo Institut Français, ele trabalhou com mineradores da Mina de Topázio Imperial da pequena cidade de Antônio Pereira, e com lapidadores de Ouro Preto.

 

“Estar em outro lugar significa uma perda de referências de hábitos, o que me leva a ser mais atento, mais receptivo ao que acontece em torno de mim. Um objetivo simples para compreender o funcionamento do presente no qual eu evoluo: eu espreito, eu bisbilhoto a fim de reencontrar a fonte e a trama de alguma rede de situações, de profissões, de atitudes. Pela minha curiosidade da vida, meu funcionamento de uma residência me traz a novidade cultural, social e política necessária”, comenta.

 

Sobre Rodolphe Huguet

Nascido em 16 de julho de 1969, Rodolphe Huguet vive e trabalha em Nîmes e Haute Saône, na França. Formou-se na Escola de Belas Artes de Nîmes, em 1994. Desde então, realizou exposições individuais e coletivas em diversos países, como a própria França, Alemanha, Índia, Nepal, Marrocos, Canadá, Alemanha, República Tcheca, Suíça Japão e Senegal. Em 1996, começou a fazer residências artísticas, chegando a ficar quatro meses no Marrocos, outros quatro meses na Índia, dois meses no Japão  e quase 6 meses no Brasil.

 

Rodolphe Huguet pode ser considerado um artista multissuportes, trabalhando com esculturas, fotografias, desenho, pintura e instalações. Segundo ele, são os materiais que vão lhe dar uma ideia ou vice versa: uma ideia que tinha na mente que um dia vai se concretizar através dos materiais.

 

A relação humana está no coração do seu trabalho. O questionamento sobre a natureza do fazer artístico é primordial para o artista, para quem a arte pode ser considerada como um traço de união religando os seres às culturas. Estes diálogos interculturais tomam forma durante a criação artística, na maior parte do tempo conduzida em estreita colaboração com os artesãos locais. A viagem é então necessária à criação: o globo torna-se o ateliê do artista.

 

Sobre a Aliança Francesa

A Aliança Francesa é uma associação sem fins lucrativos, constituída livremente por pessoas que têm o objetivo de divulgar a língua e a cultura francesas no seu país de origem. Fundada em Paris, em 1883, está presente em 135 países, possui 1.015 estabelecimentos e tem cerca de 490 mil estudantes no mundo inteiro.

 

No Brasil, a rede das Alianças Francesas conta, atualmente, com 40 associações, estando presente em praticamente todos os estados brasileiros e formando, assim, uma ponte entre o Brasil e a França. Em Belo Horizonte, a Aliança Francesa foi fundada em 14 de julho de 1944 e está situada em um agradável casarão na região da Savassi.

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