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Mostra “Ciclo — A Vida em 24 Horas”, no Cine Humberto Mauro, apresenta filmes que se passam em um dia e tematizam o amadurecimento da juventude
Com filmes dos anos 1970 em diante, como “Loucuras de Verão” e “Curtindo a Vida Adoidado” a curadoria propõe reflexão sobre a excessiva rapidez a que os jovens estão submetidos, em tempos de hiperconexão
A mostra “Ciclo — A Vida em 24 horas” ocupa quatro tardes de sextas-feiras do Cine Humberto Mauro no mês de julho, com filmes cujos enredos se passam em no máximo 24 horas, tematizando os desafios do amadurecimento na juventude. Todos os personagens protagonistas são jovens, e a curadoria, assinada por José Ricardo Miranda Júnior, reúne longas-metragens como “Curtindo a Vida Adoidado” e “Loucuras de Verão”. Em quatro sessões, dois filmes por dia, as exibições colocam uma obra popular ao lado de outra menos conhecida, mas ambas lançadas a partir dos anos 70. A mostra acontece nos dias 4, 11, 18 e 25 de julho, com entrada gratuita e retirada de ingresso com 1 hora de antecedência na bilheteria ou pela Eventim.
Dos oito filmes, sete são estadunidenses. O único que destoa é o média-metragem belo-horizontino “Boneco de Neve”, de Raphael Lages, em pré-estreia na abertura da mostra, nesta sexta (4/7). As obras são arranjadas em quatro subtemas, distribuídos em cada dia de exibição. Os subtemas olham por um ângulo específico a mesma urgência de vida da juventude, impactada pela necessidade de amadurecimento. Na primeira sexta, o foco é o desafio interior, elaborado psicologicamente pelos personagens, de chegada à vida adulta. Na segunda sessão, os enredos colocam os personagens jovens como desencadeadores de mudanças externas, no ambiente social que a cerca. Na terceira exibição, a impulsividade juvenil, que se lança à existência, em busca de identidade e emancipação, está representada em personagens à procura de reconhecimento. Já na última sexta, os filmes contam histórias de tempos passados, através de personagens que, ao terminarem o ciclo escolar, perambulam em busca de sentido existencial, um clássico momento de limbo.
A mostra “Ciclo — A Vida em 24 Horas” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo FrediZak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução.
As urgências da juventude – Para José Ricardo Miranda Júnior, professor e curador da mostra, os filmes convidam o espectador a perceber, a partir do cinema, a juventude na vida. “Com filmes que condensam ciclos de amadurecimento em períodos muito curtos de ação (menos de 24h), chamamos à atenção o baque da aceleração do tempo a que a juventude sempre esteve submetida e que hoje se agravou, com as novas mídias. São representações da própria vida juvenil que marcam essas obras — na trama, menos de 24h são o período em que dilemas se desenrolam; na vida real, a juventude busca com urgência as realizações, o que muitas vezes pode convocar a um amadurecimento pouco consistente, na sanha por performar nas redes, decidir e transformar-se sem pausa, em tempos hiperconectados”, esclarece.
Atentando para a predominância de filmes recentes e americanos, Miranda explica que “a juventude no cinema é uma invenção relativamente recente, dos anos 1950 pra cá, depois da Segunda Guerra Mundial. A indústria cultural dos Estados Unidos propagandeou essa fase da vida como momento decisivo, especial e repleto de encantos e potencialidades; e o cinema foi central para essa difusão; antes desse período essa abordagem era pontual, na maior parte das vezes a juventude aparecia como elemento coadjuvante nos filmes”, finaliza.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
4/7
15h PRÉ-ESTREIA | Boneco de Neve (Raphael Lages, Brasil, 2025) | 12 anos | 38min
15h40 O Mito Americano da Festa do Pijama (The Myth of the American Sleepover, David Robert Mitchell, EUA, 2010) | 14 anos | 1h36
11/7
15h Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, John Hughes, EUA, 1986) | Livre | 1h43
17h Império dos Discos: Uma Loja Muito Louca (Empire Records, Allan Moyle, EUA, 1995) | 12 anos | 1h30
18/7
14h Te Pego lá Fora (Three O'Clock High, Phil Joanou, EUA, 1987) | 12 anos | 1h40
16h Vamos Nessa (Go, Doug Liman, EUA, 1999) | 16 anos | 1h42
Sessão comentada pelo professor e pesquisador José Ricardo Miranda Jr.
25/7
14h Loucuras de Verão (American Graffiti, George Lucas, EUA, 1973) | 14 anos | 1h50
16h Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused, Richard Linklater, EUA, 1993) | 14 anos | 1h42
CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes mais de 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Mostra “Ciclo — A Vida em 24 horas”
Datas: 04, 11, 18 e 25 de julho (sextas-feiras)
Local: Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Variável conforme o filme
Ingressos gratuitos, disponíveis na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim
Foto: Reprodução
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