Notícias
Filarmônica de Minas Gerais apresenta obra inédita do compositor João Guilherme Ripper e divide o palco com o pianista Arnaldo Cohen
A obra Jogos Sinfônicos abre a série de encomendas da Temporada 2015 na Sala Minas Gerais
Para a primeira temporada na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais encomendou obras inéditas a quatro dos mais importantes compositores da atualidade. Nos dias 2 e 3 de julho, às 20h30, a Orquestra apresenta a primeira delas, escrita pelo carioca João Guilherme Ripper: Jogos Sinfônicos. Sempre valorizando os grandes artistas nacionais, a Filarmônica recebe o pianista Arnaldo Cohen, que executará um dos mais apreciados concertos para piano de todos os tempos, o de número 2 em dó menor, op. 18, de Rachmaninoff. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, serão interpretados tambémSinfonia de Câmara nº 1, op. 9b, de Schoenberg, e Capricho Espanhol, op. 34, de Rimsky-Korsakov.Os ingressos vão de R$ 30 (inteira) a R$ 90 (inteira).
Os concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio do Mercantil do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O pianista Arnaldo Cohen
A crítica internacional não tem economizado elogios aos concertos, recitais e às gravações de Arnaldo Cohen, festejando-o como um dos grandes pianistas de nosso tempo. Começou a estudar piano aos cinco anos e tornou-se o único aluno na história da universidade brasileira a graduar-se, com grau máximo, em piano e violino, pela Escola de Música da UFRJ. No Brasil foi aluno de Jacques Klein e em Viena teve aulas com Bruno Seidlhofer e Dieter Weber. Em 1981, radicou-se em Londres e transferiu-se para os Estados Unidos em 2004, tornando-se o primeiro músico brasileiro a assumir uma cátedra vitalícia na Escola de Música da Universidade de Indiana. Sua carreira internacional o tem levado aos mais importantes teatros e salas de concerto. Cohen mantém ainda uma intensa agenda de masterclasses junto a inúmeras instituições acadêmicas em todo o mundo. Paralelamente à vida acadêmica e aos concertos, Arnaldo Cohen foi recentemente nomeado o novo Diretor Artístico da Série Internacional de Piano, realizado na cidade de Portland, em Oregon. Suas gravações de Haendel, Liszt e compositores brasileiros (selos Naxos, Vox e Bis, respectivamente) foram muito bem recebidas pelo público e tiveram importantes elogios da crítica.
O maestro Fabio Mechetti
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.
Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.
Compositores e repertório
João Guilherme Ripper (Brasil, 1959) e a obra Jogos Sinfônicos (2015)
João Guilherme Ripper é compositor, professor da Escola de Música da UFRJ, membro da Academia Brasileira Música e diretor da Sala Cecília Meireles e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sua obra Jogos Sinfônicos é a primeira a ser executada dentre as quatro encomendadas pela Filarmônica para comemorar a primeira temporada na Sala Minas Gerais. A ideia do compositor foi criar uma obra que destaque os músicos. Em alguns momentos os naipes colaboram entre si. Em outros, se confrontam e desafiam. O título Jogos Sinfônicos inspira-se nos Jogos Olímpicos que acontecerão no Rio de Janeiro em 2016, mas indica também que aspectos esportivos nortearam a composição de Ripper. Para ele, a “capacidade de concentração e resistência são qualidades tão fundamentais para o músico quanto o próprio talento, porque compor uma ópera ou sinfonia, ensaiar, reger ou tocar por horas seguidas requerem longo treinamento musical e um esforço físico considerável. O músico tem definitivamente seu lado de atleta. Quantas horas, dias, meses de trabalho e disciplina precedem momentos decisivos, tanto no palco quanto na pista?”, indaga o compositor.
Rachmaninoff (Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943) e o Concerto para piano nº 2 em dó menor, op. 18(1900/1901)
No final do século XIX, era grande a expectativa das criações do jovem Rachmaninoff. Por isso, quando o compositor viu sua Primeira Sinfonia e seu Concerto para piano nº 1 enfrentare, grande fracasso em suas estreias. Entre 1897 e 1898, buscou ajuda no consultório do Dr. Nicolai Dahl com um tratamento diário que incluía hipnoterapia e psicoterapia. Em certa ocasião, o paciente contou ao médico algo que muito o atormentava: a promessa que fizera aos ingleses de executar, em Londres, um novo concerto para piano e orquestra. Foi então que Dahl incluiu esse tema no tratamento. Surge assim o Concerto para piano nº 2, op. 18, obra cuja beleza e o fino acabamento fizeram dele, além de exemplo de superação e êxito, um novo modelo estético de concerto romântico para piano. O Segundo Concerto de Rachmaninoff foi dedicado ao Dr. Dahl.
Arnold Schoenberg (Áustria, 1874 – Estados Unidos, 1951) e a Sinfonia de Câmara nº 1, op. 9b (1906/1935)
A obra de Arnold Franz Walter Schoenberg marca o fastígio e o ponto de ruptura da tradição musical do Ocidente. Sua Primeira Sinfonia de Câmara, op. 9, foi composta para quinze instrumentos e num período que antecipa a primeira crise composicional do artista. Ela retoma o problema do movimento único, que o ocupara nas obrasNoite transfigurada, de 1899, e no Primeiro Quarteto de Cordas, de 1905. Schoenberg combina características da chamada forma sonata (exposição, desenvolvimento, recapitulação), geralmente presente no primeiro movimento de sonatas e sinfonias do período clássico, com características da sinfonia clássica em quatro movimentos, sintetizadas num único movimento. Considerada a obra mais ousada do período tonal, foi arranjada para grande orquestra em 1922 e revisada em 1935.
Nikolai Rimsky-Korsakov (Rússia, 1844 – 1908) e a obra Capricho Espanhol, op. 34 (1887)
Rimsky-Korsakov buscou na antologia Ecos de España, colección de cantos y bailes populares as melodias que utilizou em seu Capricho. Não é de se surpreender que Korsakov, russo de corpo e alma, tenha se inspirado na terra de Cervantes, já que seu mestre, Mikhail Glinka, havia feito esse mesmo movimento ao criar sua Noite de verão em Madri ou a Jota aragonesa. A partir dos esboços de uma peça para violino e orquestra sobre temas espanhóis, que ele havia abandonado, nasceu uma de suas mais belas obras. Logo no primeiro ensaio, os músicos começaram a aplaudir o compositor assim que terminaram a execução do primeiro movimento. A composição estreou em 17 de dezembro de 1887, sob a regência do compositor. O concerto foi um sucesso e o Capricho Espanhol se manteria como uma das peças favoritas das salas de concerto mundo afora.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 94 músicos, vindos do Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania, e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica mantém sua estrutura artística e executa sua vigorosa programação por meio de recursos públicos e privados, auditados anualmente para validar sua gestão.
Foto: Divulgação
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.