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Fundação Clóvis Salgado apresenta I Inverno das Artes

 

Após dar início às novas Séries Sinfônica em Concerto, Sinfônica ao Meio Dia, Lírico em Concerto, Lírico ao Meio Dia, e ao projeto Bravo, Professor!, a Fundação Clóvis Salgado lança mais um programa que veio para ficar. Trata-se do Inverno das Artes, evento que combina shows, debates, oficinas de artes visuais e mostras especiais de cinema. A proposta é fomentar a cultura no mês de julho, em Belo Horizonte, e transformar o Inverno das Artes em uma referência para a cidade garantindo, anualmente, programação variada para o público.

 

Os artistas que irão participar dessa primeira temporada foram escolhidos pelo seu trabalho autoral e independente. Cida Moreira, Felipe Catto, Jards Macalé, Jorge Mautner e Paulinho da Viola, comemorando seus 50 anos de carreira, compõem a primeira seleção a dar o chute inicial deste projeto.

Para o presidente da Fundação Clóvis Salgado Augusto Nunes-Filho, a realização de mais este programa reafirma a vocação da Instituição. “O Inverno das Artes propõe uma outra relação entre tempo e espaço na Fundação Clóvis Salgado. A temperatura do inverno, a diferença da faixa etária do público, o horário das atividades aliados à potencialização do uso do cinema, do teatro, das galerias e da área verde do Palácio das Artes disponibilizarão uma variada gama de atrações para um público de todas as idades”.

 

A Diretora de Programação Artística da Fundação Clóvis Salgado, Ray Ribeiro, destaca que Minas Gerais é reconhecida pelos grandes Festivais de Inverno, realizados principalmente nas cidades históricas, que já estão consolidados no calendário cultural. “Com o Inverno das Artes, a Fundação Clóvis Salgado pretende somar a esses festivais, oferecendo uma programação diferenciada, além de ser um ponto de partida para os demais eventos, pois começará sempre no início do mês, potencializando cultural e turisticamente a capital mineira”.

 

Além de música, serão oferecidas atividades para todas as idades. Nas Artes Visuais, por exemplo, serão oferecidas oficinas para crianças e adolescentes e um sarau para toda a família. Também haverá uma maratona de cinema e exibição de filmes no Parque Municipal. O evento vai acontecer no Cine Humberto Mauro, na Sala Juvenal Dias, nos Jardins Internos e no Grande Teatro do Palácio das Artes.

 

MÚSICA

Jorge Mautner

Filme - Na noite de abertura do I Inverno das Artes, dia 6, às 19h, será exibido no Cine Humberto Mauro o filme Mautner em Cuba, de Guilhermo Planel, com a presença do próprio Jorge Mautner que fará um bate papo com o público após a sessão. A entrada é gratuita, com distribuição de ingressos meia-hora antes da sessão.

 

O filme – No final de 2014, com a distensão de relações entre Cuba e o resto do mundo na expectativa do levante do bloqueio, Jorge Mautner realiza um histórico show em La Habana, acompanhado por Bem Gil ao violão. O longa-metragem apresenta diversos depoimentos de Mautner pelas ruas da capital cubana, abordando diversos assuntos como filosofia, política, religião, literatura e meio ambiente, criando um distanciamento entre sua vida pessoal e o espectador. O pensamento vivo e atual deste que é um dos maiores pensadores brasileiros contemporâneos é apresentado entre música, revolução cubana, Santeira, Ernest Hemingway, Nazismo, Jesus de Nazareth, Fidel Castro, Mario Schenberg, Comunismo, músicos de rua cubanos, Candomblé, Cristianismo, Che Guevara e Judaísmo. Tudo misturado em um caldeirão multicultural de um filósofo, escritor e musico brasileiro em sua primeira viagem a Cuba.

 

Palestra-Show – O mundo segundo Jorge Mautner – Assumindo o formato inovador de Palestra-Show, o carioca Jorge Mautner faz única apresentação na sala Juvenal Dias fazendo apontamentos sobre sua peculiar visão de mundo. O cantor e compositor irá falar sobre a vida e a carreira em um bate-papo com o público, entrecortado por algumas canções de seu repertório. Esta será uma oportunidade única de ouvir Mautner no formato ‘voz e violão’, já que o artista raramente se apresenta sem o seu inseparável violino. Uma das composições que será lembrada, com certeza, éBandeira do Meu Partido.

Histórico – Jorge Mautner é cantor, compositor e escritor. Sua mãe era Anna Illichi, de origem iugoslava e católica, e o pai Paul Mautner, judeu austríaco. Em 1948, com a separação dos pais, Anna se casa com o violinista Henri Müller que ensina Jorge a tocar violino. Mautner começa a escrever seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, aos 15 anos de idade. O livro foi publicado em 1962 e compõe, com Kaos (1964) e Narciso em tarde cinza (1966), a trilogia hoje conhecida como Mitologia do Kaos. Em 1966, vai para os Estados Unidos trabalhar na Unesco, na tradução de livros brasileiros. A partir de 1967, passa a trabalhar como secretário do poeta Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, sociólogo, poeta e militante pacifista anarquista da nova esquerda, de quem recebe significativa influência. Em 1970, vai para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim. Nesta época, conhece Nelson Jacobina, que será seu parceiro musical nas décadas seguintes. Em dezembro de 1973 participa do Banquete dos Mendigos, show-manifesto idealizado e dirigido por Jards Macalé, em comemoração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com diversos astros da música brasileira. Com apoio da ONU, o show acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, transformado em "território livre", e resulta em álbum duplo gravado ao vivo. O disco foi proibido durante seis anos pelo regime militar e liberado somente em 1979. Em 1987 lança, com Gilberto Gil, o movimento "Figa Brasil" no show O Poeta e o Esfomeado, ligado ao movimento Kaos, voltado à discussão da cultura brasileira.

 

Jards Anet da Silva, o Macalé

Na semana seguinte, dia 13 de julho, Jards Macalé faz show na Sala Juvenal Dias, apresentando os maiores sucessos de sua carreira como cantor e compositor, em voz e violão. Entre as canções presentes no longo repertório do carioca, o destaque fica para composições como Mal Secreto, Movimento dos Barcos, Revendo Amigos e até mesmo músicas que foram imortalizadas na voz de outros cantores comoVapor Barato, em uma brilhante interpretação de Gal Costa.

 

Histórico – Batizado Jards Anet da Silva, Jards Macalé, é carioca da barra da Tijuca, nasceu em 3 de março de 1943. É cantor, ator e compositor. Desde pequeno esteve em contato com a música. A mãe tocava piano; o pai, acordeom; e ele cantava com seu irmão. Com seu amigo Chiquinho, em 1959, formou o conjunto Dois no Balanço, que chegou a virar Seis no Balanço. Com a vinda de novos companheiros, tocavam jazz, seresta e samba-canção. Em 1963 Macalé passou a compor. Estudou música em Salvador, em 1962 e, até 1969, seu trabalho foi fundamentalmente de músico e instrumentista. Iniciou a carreira profissional em 1965, substituindo Roberto Nascimento no violão junto ao Grupo Opinião; depois veio Arena Conta Bahia, também em 1965. Em 1966 foi diretor musical do Recital, de Bethânia, no Rio. Em 1967 o tropicalismo começava a se caracterizar e Macalé se decidia pelo estudo de música. Em 1968 começou a compor ao lado de Antônio Carlos Capinam e ganhou gosto pelo canto. No ano seguinte, participou do 4.º Festival Internacional da Canção apresentando Gotham City, e lançou o primeiro disco, "Só Morto". Trabalhou com Gal Costa no disco “Le-Gal”” e no show “Meu nome é Gal”. Em 1971, Londres, tocou e gravou com Caetano Veloso. No mesmo ano, volta ao Brasil, e lança seu primeiro LP, “Jards Macalé”. É autor de Vapor Barato, Anjo Exterminado, Mal Secreto,Movimento dos Barcos, Rua Real Grandeza, Alteza, Hotel das Estrelas, Poema da Rosa. Teve como parceiros Capinam, Waly Salomão, Torquato Neto, Naná Vasconcelos, Xico Chaves, Jorge Mautner, Glauber Rocha e ainda Abel Silva, Vinícius de Morais e Fausto Nilo, entre outros.

 

Paulinho da Viola, 50 anos

No dia 18 de julho, Paulinho da Viola faz show no Grande Teatro do Palácio das Artes em comemoração aos seus 50 anos de carreira. O Príncipe do Samba, como também é conhecido, celebra com o público mineiro os 50 anos de sucesso. O artista preparou um repertório que reúne clássicos de sua obra e uma coletânea de samba de compositores que considera os mais importantes da música brasileira: Cartola, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Wilson Batista e Geraldo Pereira.

 

Acompanhado dos músicos João Rabello (violão), Dininho Silva (baixo), Ricardo Costa (bateria), Adriano Souza (piano), Mário Seve (sopros), Celsinho Silva (ritmista), Hercules Nunes (percussão), Muiza Adnet (voz) e Beatriz Faria (voz), Paulinho apresenta ainda para os fãs, clássicos como Dança da Solidão, Sei Lá, Mangueira, Pecado Capital e Coração Leviano, com arranjos adaptados, com a percussão como a principal base de sustentação. 

 

Histórico – Filho do músico Cesar Faria, Paulinho da Viola cresceu num ambiente naturalmente musical. Nasceu no dia 12 de novembro de 1942 no Rio de Janeiro. Desde cedo teve contato com a música através do pai, violonista integrante do conjunto Época de Ouro. Ao longo dos anos 70, Paulinho gravou em média um disco por ano, ganhou diversos prêmios e se apresentou por diversas cidades no Brasil e no mundo. Na década seguinte se consolidou como um dos principais nomes do samba no país. Nos anos 90, se tornou um músico mais sofisticado e maduro. Mesmo sem perder seu apelo popular, Paulinho gravou um de seus mais importantes trabalhos, Bebadosamba e montou o espetáculo homônimo. Hoje Paulinho é visto como um elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, além de suas incursões em samba.

 

 

Cida Moreira – A Dama Indigna

No dia 20, é a vez de Cida Moreira se apresentar na Sala Juvenal Dias. A dama indigna, nome do show, surgiu de uma poesia que um outro artista escreveu ao ouvi-la cantar... uma designação teatral, metafórica, que contém em si um retrato exposto a todas as interpretações que ela mesma possa fazer sobre ela. Aceitou o elogio e a tarefa... e segue cantando... e agora, só ao piano, como começou.

Mas neste momento a dama quer ficar só com sua música para ser indigna o suficiente, para manter intacto seu desejo de ser artista, renovado, depois de tantos anos... “Adoraria ter sido uma verdadeira cantora de cabaret. Nasci no tempo errado para isso, criei então uma persona assim: teatral, sem pudor, completamente livre”.

 

Assim é a Dama Indigna – um apanhado peculiar de canções emblemáticas para Cida, e que ao vivo no show terá mais canções que não puderam ser gravadas, universais: brasileiras e estrangeiras, rigorosamente recortadas pelo tempo. “Quero ter a cor do meu tempo, quero ser muitas mulheres dentro desse tempo, quero me conciliar com ele e cantar o que ele me pede agora pois it’s time, time, time, that i love... Que minha voz, impregnada desse tempo todo, cante seu dom”.

 

Entre as canções do repertório estão Hotel das estrelas (Jards Macalé e Duda), Palavras (Gonzaguinha), Soul Love (David Bowie), Maior que o meu amor (Renato Barros), Lullaby (Tom Waits), Mãe (Caetano Veloso), Uma canção desnaturada (Chico Buarque), The man i love (Ira Gershwin e George Gershwin), Sou assim (Toquinho e Gianfrancesco Guarnieri), entre outras

 

Filipe Catto – voz e violão

O cantor Filipe Catto revela, em seu show, parte de sua história interpretando grandes sucessos da sua carreira. Além de cantar suas próprias composições, ele resgata canções clássicas e engavetadas há muito tempo. A apresentação acontece no palco da Sala Juvenal Dias, no encerramento do Inverno das Artes, dia 27 de julho.

 

Em formato intimista, o show traz no repertório composições do próprio Filipe e interpretações de canções que ficaram marcadas em sua voz.

 

Em destaque, músicas que foram trilha sonora de novelas como Saga, Adoração e Flor da Idade. Comum formato intimista, o jovem cantor apresenta nesse show ‘voz e violão’ a diversidade musical quecompõe sua carreira.

 

“É um formato pequeno e intimista, com uma verdade muito grande e que me aproxima do público intensamente. É um show forte”, completa o cantor.

 

CINEMA

Em julho, o Cine Humberto Mauro será invadido pelo terror com a mostra Anatomia do medo: Terror nos anos 80. Dentro do I Inverno das Artes, duas atividades ganham destaque. Aproveitando a atmosfera assustadora, no dia 17 de julho serão oferecidas duas projeções noturnas no Parque Municipal: A Hora do Pesadelo, às 21h, e Sexta-Feira 13, às 23h. Serão distribuídos 500 ingressos para o público, a partir das 10h do dia 16 de julho. Cada pessoa terá direito a um convite.  Os ingressos serão acompanhados de uma pulseira que garantirá a entrada e saída do público durante as exibições.

 

No dia 18, uma pausa no terror para a exibição de uma micro mostra dos filmes do cineasta brasileiroJorge Bodanzky. Serão exibidos os filmes Terceiro Milênio, às 15h; lançamento de No meio do Rio entre as Árvores, às 17h; e Iracema – Uma transa amazônica, às 19h, filme mais icônico de Bodanzky e um dos mais premiados do Brasil. Após a última sessão, será lançado o DVD Iracema – uma transa amazônica, produzido pelo Instituto Moreira Salles. O público poderá adquiri-lo na Livraria do Palácio. Às 20h30 haverá debate sobre Iracema – Uma transa amazônica 40 anos depois, com a presença de Jorge Bodanzky.

 

Bodanzky se destacou como cineasta por sua linguagem intimamente ligada ao real, em que as fronteiras entre a ficção e o documentário normalmente se confundem. Em seu trabalho, a Amazônia emerge como um tema recorrente, evidenciando a importância da preservação da expressão cultural e ritualística dos povos da floresta.

 

Nos dias 24 e 25 de julho o terror volta ao cartaz com a realização da primeira maratona do Cine Humberto Mauro em 2015. Em mais de 20 horas de programação ininterrupta, o público poderá conferir filmes que terão exibição única como It: Uma obra prima do medo, de Tommy Lee Wallace, e os três últimos filmes que contam a saga de Jason, Sexta-Feira 13 II, III E IV. Quem conseguir vencer a maratona, que terá exibição simultânea no Cine Humberto Mauro e nos Jardins Internos, terá direito a café da manhã. A distribuição dos ingressos será feita por meio de senhas.

 

ARTES VISUAIS

Com programação voltada para crianças, adolescentes e seus familiares, o setor de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado vai oferecer oficinas aos sábados, de 11 a 25 de julho. A primeira delas, Como criar coisas que não existem, dialoga com a 31ª Bienal de São Paulo – Obras selecionadas, Como (...) coisas que não existem. O título da própria bienal já propõe a brincadeira de substituir as reticências por diferentes verbos de ação, nesse caso o verbo criar será utilizado como uma forma de pensar a criação artística contemporânea com as crianças. Neste processo, os pequenos serão convidados a pensar e criar projetos e ações artísticas em um diálogo com os artistas Arthur Scovino e Efe Godoy.

 

No dia 18, o público participa da oficina Poética da Cidade e Sarauzinho do Palácio. Nos Jardins Internos, jovens de 10 a 14 anos vão trabalhar com produção literária relacionada à temática da cidade. A proposta é discutir diferentes formas de ocupação do espaço urbano e estabelecer propostas de ações poéticas em espaços públicos. 

 

O último evento de artes visuais acontece no dia 25, e se chama Retratos de Família. A oficina de contação de histórias propõe a criação narrativa por meio dos antigos retratos de família. O objetivo é estreitar os laços familiares com momentos catalisadores de memórias, afetos e histórias em comum.

 

Foto: Divulgação 

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